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por Rogério Coelho

 

A misteriosa cripta da personalidade humana


Nossa vida mental não está fundamentada apenas nos cinco sentidos


"A nossa personalidade é um fulcro de forças vivas, emitindo raios espirituais em todas as direções.   Cada qual fornece elementos do reservatório de energias guardado no próprio coração.” 
- Emmanuel1


Lembra-nos Emmanuel[1]: "(...) o Espiritismo esclarece que o homem é senhor de um patrimônio mais vasto, consolidado nas suas experiências d`outras vidas, provando que o legítimo fundamento da vida mental não reside, de maneira absoluta, na contribuição dos sentidos corporais, mas também nas recordações latentes do passado reencarnatório, das quais os fenômenos da inteligência prematura, na Terra, são os testemunhos mais eloquentes”.

Logicamente tal raciocínio leva-nos a concluir que nossa vida mental não está fundamentada única e exclusivamente em nossos cinco sentidos apenas.  Enquanto a Ciência continuar se arrastando no âmbito estreito da matéria tangível e visível, o homem estará procrastinando a solução das questões transcendentais e jamais atingirá o estuário da verdade integral, permanecendo os fatores causais submersos nas abissais profundezas do ignoto, ergastulados em misteriosa e inescrutável cripta.

O Espiritismo exercerá singular e relevante papel no concerto das ciências. À Luz da novel Doutrina dos Espíritos, todas as demais - vetustas - se inclinarão, e as - até então - inexpugnáveis barreiras erguidas pela obtusidade humana ruirão fragorosamente, sepultando os sofismas com os seculares escolhos da ignorância na vala comum das inutilidades.

Portanto, somente com o auxílio do Espiritismo, poderá o homem devassar a escura cripta da personalidade humana, trazendo à luz peregrina da razão os fatores subjacentes, até então invisíveis, mas, nem por isso, menos significativos e atuantes.

O homem compreenderá, então, que a sede da inteligência humana não se encontra nos complexos nervosos e glandulares do corpo somático perecível, mas no Espírito Imortal. A criatura humana não ficará perdida nos meandros de análises superficiais que consideram apenas os efeitos sem investigar ou ter acesso às causas, "confeitando" as estéreis elucubrações com nomenclaturas intraduzíveis que nada definem nem concluem, enquanto jazem ignoradas as realidades profundas do Espírito.

Jesus, o maior Psicólogo de que se tem notícia, conhecendo a  riqueza acumulada pelos séculos de experiências palingenésicas, no que o homem define hoje como o "inconsciente", sabia que a personalidade é um cosmo de forças vivas e cada criatura emitirá ao seu redor o conteúdo desse ancestral acervo, "falando a boca do que está cheio o coração",[2] emitindo os raios espirituais guardados no reservatório pessoal, que, em última análise, desenham o perfil das  mais íntimas anfractuosidades da Alma à semelhança de uma "impressão digital" da personalidade viva e explícita.


 

[1] - XAVIER, F. Cândido. O consolador.  23. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2001, questões 42 a 53.

[2] - Mt., 15:18.

 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita