Dor e renovação

Na parte terceira - Leis Morais - Lei de Destruição, item III, Guerras, de O Livro dos Espíritos, questão 742, Allan Kardec pergunta aos Espíritos qual a causa que leva o homem à guerra?
A resposta é:
"Predominância da natureza animal sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um estado normal. À medida que o homem progride ela se torna menos frequente, porque ele evita as suas causas, e quando ela se faz necessária ele sabe adicionar-lhe humanidade". 
Indaga o Codificador se a guerra desaparecerá um dia da face da Terra. A resposta:
"Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus; então, todos os povos serão irmãos".
Não podemos esperar mais, pois estamos encarnados num planeta de expiações e provas, onde o homem avança vagarosamente na moral e lentamente no saber, na cultura, no conhecimento geral.
Por isso vemos na Terra tantos crimes, tanta agressividade, tanta violência. É incrível observar que o homem é o único animal que mata, prejudica, destrói o outro da mesma espécie. Triste realidade!
Sugestões sublimes de violência - O processo se realiza de forma ininterrupta, diante dos olhos de todos, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Nos jornais, o registro dos crimes do dia anterior; na TV, as imagens são sublinhadas por um texto eivado de agressividade, na voz de apresentadores que se esmeram em carregar com cores dramáticas a narrativa; e nas propagandas, com uma técnica e uma criatividade várias vezes premiadas, cenas de murros, esmagamentos, gritos, mentiras e engabelações malandras. Todos assistem, absorvem, passivamente, a essa verdadeira lavagem cerebral, que apresentam a violência como algo normal. 
A Psicologia estuda os estímulos subliminares, nos quais os indivíduos não tomam consciência, por não serem suficientemente intensos, mas que, por força de sua repetição, provocam ou induzem a um determinado efeito. Então, em face da realidade que aí está, a sociedade grita: "Basta! Eu quero paz!"
O que se pode esperar de pessoas educadas para serem agressivas e violentas enquanto se informam, se divertem e são convencidas a consumirem essas coisas?
Apesar disso, nós que temos outra consciência, continuemos a praticar o bem. E estejamos certos de que o pouco que fizermos será uma contribuição importante, para a melhoria da sociedade. É a partir das nossas boas ações que a renovação se fará.