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por Vladimir Polízio

 

Cruzes e algemas


Este título, por si só já traz uma ligeira demonstração da realidade vivida nos ambientes conjugais, cujos personagens se desesperam na busca incessante da paz, para o exercício da vida.

A vida não é simplesmente um ato de viver. As plantas também vivem.

A vida é uma oportunidade sagrada de reajuste que o Senhor da Vida oferece a todos, indistintamente, para que se modifiquem, se transformem, se melhorem, com a finalidade de viverem em harmonia fraterna, plena de amor e galgando os degraus dessa escada da perfeição que se chama progresso.

Mas, enquanto os que sofrem não procurarem conhecer os mecanismos da vida e os seus segredos, a dificuldade de entendimento continua como continua o sofrimento. Há os que perguntam: – De que vale a vida se meus dias são de amargura? Por que viver dessa maneira e sofrer tanto? Onde está a felicidade que não a encontro? São indagações que têm respostas. Quando as razões são conhecidas surge a confiança e o medo desaparece.  

Procure uma Casa espírita e se esclareça.

O médium Chico Xavier recebeu de seu mentor Emmanuel, através da psicografia, a mensagem 'Cruzes e Algemas', que retrata com fidelidade o panorama da vida junto aos lares, berço das futuras gerações onde o respeito e a harmonia são valores deixados em plano secundário. 'Cruzes e Algemas':

"Observa o longo caminho em que transitas no mundo e notarás que todas as criaturas jornadeiam na Terra entre cruzes e algemas.

Cruzes talhadas pela misericórdia de Deus.

Algemas forjadas pelos próprios homens.

Cruzes que elevam. Algemas que aniquilam.

Cruzes que bendizem. Algemas que amaldiçoam.

Cruzes que iluminam. Algemas que ensombram.

Não desprezes o madeiro das obrigações em que a Sabedoria do Senhor te situa, porque todas as almas que sobem o monte da evolução transportam consigo as cruzes redentoras do trabalho e da disciplina.

Onde se destaquem progresso e sublimação aí enxameiam cruzes diversas.

Possuímo-las por toda parte, em todos os feitos e em todos os tons de luta.

Aqui constituem o esposo difícil, a companheira desesperada e o filho ingrato e incompreensivo...

Acolá, descobrimo-las na solidão e na enfermidade, na penúria e no sofrimento, na dor e no sacrifício, tanto quanto mais além, reconhecemo-las na popularidade e na inteligência, no fausto e no ouro, na responsabilidade e no poder.

Procura aceitar com valor e serenidade os preciosos deveres que o Senhor te confia, porque das cruzes abandonadas nascem as trevas da rebeldia e do orgulho, que perturbam o coração e ensanguentam os filhos rebeldes da Terra.

Quantos lhes abominam os braços santificantes, sacudindo-lhes o jugo, não raro, descem à sombra e à viciação, à loucura e à delinquência, em que padecem, às vezes, por séculos dolorosos, nos grilhões do remorso e do crime, do desequilíbrio e do desencanto que inventaram para si mesmos.

Abraça na cruz, que te honra o caminho, a bênção da própria vida e agradece-lhe o suor do trabalho e as lágrimas da renúncia que te faça verter, porquanto, se apenas a Cruz do Cristo – o Anjo sem culpa –, foi capaz de instalar-nos a luz da ressurreição, somente a cruz de nossas dores no resgate de nossos erros, será capaz de impelir-nos à posse da Vida Eterna".


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita