Cartas

Ano 14 - N° 691 - 11 de Outubro de 2020

De: Dilson Gomes da Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Terça-feira, 6 de outubro de 2020 às 14:27:02

Ainda não consegui entender a diferença entre anjo da guarda e mentor espiritual.

Dilson

 

Resposta do Editor:

O tema “Anjos de guarda e Espíritos protetores, familiares ou simpáticos” é tratado no cap. IX, questões 489 a 521, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Lendo-as, o leitor certamente obterá resposta à sua dúvida.

Resumidamente, eis o que colhemos das questões a que nos reportamos:

1. Anjo de guarda ou anjo guardião é o mesmo que Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada. Sua missão é como a de um pai com relação aos filhos: guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.

2. Cabe ao Espírito protetor o direito de escolher os seres aos quais irá proteger. Essa tarefa para alguns é um prazer; para outros, missão ou dever.

3. Diferentemente dos Espíritos familiares, o Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio, é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.

4. O Espírito protetor não abandona seu protegido, mas pode afastar-se quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estamos separados do Espírito que nos protege.

5. O Espírito protetor pode influenciar-nos mesmo estando milhões de quilômetros distante de nós. A ação dos Espíritos que nos querem bem é sempre regulada de maneira que não nos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivéssemos responsabilidade, não avançaríamos na senda que nos há de conduzir a Deus.

6. O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, adquire um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade.

Quanto ao termo mentor espiritual, não citado nas questões acima, lembremos que o vocábulo mentor designa a pessoa que, pela sua sabedoria ou experiência, ajuda outra como guia ou conselheiro.

Nesse sentido, o termo se aplicaria, de um modo geral, aos guias da Humanidade, não ligados especificamente a essa ou àquela pessoa, mas sim a determinada tarefa, algo que vemos com frequência nos relatos feitos por André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda em se referindo aos trabalhos realizados pelos benfeitores espirituais.

Eis três exemplos:

“Notamos que a cabeça venerável de Clementino passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro de Silva, sob os dedos do benfeitor, se nimbava de luminosidade intensa, embora diversa. O mentor desencarnado levantou a voz comovente, suplicando a Bênção Divina com expressões que nos eram familiares, expressões essas que Silva transmitiu igualmente em alta voz, imprimindo-lhes diminutas variações.” (Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, cap. 5: Assimilação de correntes mentais.)

“Totalmente envolvido pelos fluidos do médium e pelas vibrações emanadas do mentor Anacleto, o inditoso começou a blasfemar e a repetir ameaças que faria estremecer até mesmo estruturas emocionais mais resistentes.” (Sexo e Obsessão, de Manoel P. de Miranda, cap. 6: Socorros espirituais.)

“Feita a oração inicial, o dirigente e a equi­pe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.” (Desobsessão, de André Luiz, cap. 30: Manifestação inicial do mentor.) [Negritamos.]

Esperamos que as informações aqui prestadas satisfaçam à expectativa de nosso leitor e de todos os que nos leem.

 

De: Adehercio N. Souza (Belo Horizonte, MG)

Sexta-feira, 2 de outubro de 2020 às 21:34:15

Como deve ser vista a manifestação de crianças em uma reunião mediúnica?

Adehercio


Resposta do Editor
:

As comunicações transmitidas por crianças desencarnadas são, sim, possíveis, embora não constituam um fato corriqueiro.

Entendemos que nesses casos duas situações possam ocorrer. A primeira é a comunicação de Espíritos que se fazem crianças para poderem, com a linguagem própria da criança, atingir com maior facilidade as pessoas a quem se dirigem.

A segunda é a comunicação de Espíritos que ainda conservam no plano espiritual a forma infantil, um fato que é mencionado por diversos autores, como Cairbar Schutel (A Vida no Outro Mundo, págs. 93 a 100), Irmão Jacob (Voltei), André Luiz (Entre a Terra e o Céu, cap. X, págs. 64 e 65) e o próprio Codificador do Espiritismo (Revista Espírita de 1859, Edicel, pág. 236).

Há no meio espírita pessoas que acham que o Espírito de uma criança desencarnada retoma de imediato sua personalidade de adulto. Isso, de fato, em muitas ocasiões é o que acontece. Tal é o caso do Espírito que já alcançou elevada classe evolutiva e, portanto, é capaz de manter o comando mental de si mesmo. Espíritos assim têm o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura.

Para a grande maioria das crianças desencarnadas o caminho não é, porém, o mesmo.

Segundo podemos ver no cap. X do livro Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, as almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente acham-se longe do autogoverno e são conduzidas pela Natureza, à maneira das criancinhas no colo materno. Não sabendo desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. Necessitam, portanto, de um período mais ou menos longo de recuperação, e a variação desse tempo dependerá da aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior. É por isso que existem escolas no plano espiritual nas quais as crianças desencarnadas se desenvolvem e se aprimoram, com vistas aos desafios futuros.

Com respeito à manifestação mediúnica de crianças desencarnadas, o livro Crianças no Além, psicografado por Chico Xavier e publicado em 1976 pela GEEM Editora, constitui exemplo expressivo.

Sobre seu autor espiritual (Marcos), Emmanuel escreveu no prefácio as seguintes palavras:

“Marcos é o companheiro em readaptação na Vida Maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.

Ainda a sentir-se criança, no degrau evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.

A palavra simples e eloquente do garoto amigo, a identificar-se, quanto possível, para reconforto dos entes queridos, aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o Espírito prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução que não dá saltos.

Marcos-menino continuará Marcos-menino, por algum tempo, na Espiritualidade, qual acontece ao Espírito, mesmo quando procede de Altos Cimos da Vida Superior, ao retornar à Terra, para certos fins, sempre compelido a passar pela estação da infância.” 

 

De: Roberto Coperttone (Taubaté, SP)

Domingo, 4 de outubro de 2020 às 23:15:58

Boa noite.

Uma criança recém-nascida (1 semana de vida) pode se comunicar através de um médium?

Semana passada, em reunião mediúnica solicitamos aos médicos espirituais que auxiliassem os médicos da Terra na intervenção cirúrgica a que o recém-nascido iria ser submetido no coração. Cirurgia de altíssimo risco. Porém o trabalhador da Casa Espírita nos avisou que a criança estava presente e tocou-lhe o braço. Seria possível? Sendo um recém-nascido? Obrigado pela atenção e aguardo resposta.
Deus nos abençoe.

Roberto


Resposta do Editor
:

Em tese, as crianças, encarnadas ou desencarnadas, podem perfeitamente comunicar-se por meio de um médium. Trata-se, no entanto, de um fato excepcional a comunicação de crianças quando encarnadas, especialmente se elas se encontram em tenra idade, o que exigiria depararmos ali um Espírito de grande evolução espiritual capaz de sobrepor-se às limitações da forma.

Sobre o assunto, sugerimos ao leitor que leia o texto que publicamos na seção O Espiritismo responde, na edição 551 desta revista, que o interessado pode acessar clicando aqui

 

De: Editor do Boletim CCDPE – Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo (São Paulo, SP)

Domingo, 4 de outubro de 2020 às 16:52

Assunto: Boletim CCDPE - Número 1006B - OUT/05/2020

Contamos com dois novos colunistas para nos ajudarem a entender o que vai pelo mundo da ciência: Ivan Renê Franzolim, que comenta, nesta sua estreia, uma pesquisa a respeito da leitura de livros espíritas; e Jáder dos Reis Sampaio, que nos fala dos muitos resultados negativos na análise de cartas psicografadas por médiuns brasileiros.

Com o objetivo de estudar uma obra de Léon Denis, a Diretoria de Cultura de Estudos Espíritas (DCEE), do CCDPE-ECM, criou o Ciclo Léon Denis, que se iniciou com o livro “No Invisível”. As reuniões da primeira turma tiveram início em 2 de outubro, com mais de 100 participantes.

Nosso endereço de correspondência: contato@ccdpe.org.br

Saudações

Editor do Boletim

 

De: IEEAK - Instituto de Estudos Espíritas "Allan Kardec" (Mirassol, SP)

Quinta-feira, 1º de outubro de 2020 às 11:32

Assunto: Gazeta IEEAK – Outubro/2020

Irmã(o)s da lide espírita...

Anexo, nosso Informativo Espírita Mensal, ref. a Outubro/20, para nosso investimento na busca do entendimento quanto às coisas da vida e do Espírito...

Abraços fraternos.

Sérgio Bernardi

 

De: Marcos Antonio P. Cardozo (Vassouras, RJ)

Sábado, 3 de outubro de 2020 às 23:30:55

Assunto: Especial 437 - Adolfo Bezerra de Menezes: o homem e o missionário (Parte 1)

Tenho uma afinidade espiritual com Bezerra de Menezes na cura do próximo. Assim, agradeço muito ao querido Espírito seu amparo aos assistidos e irmãos necessitados.

Paz e bem!

Marcos

 

De: Ana Joice (Teresinha, PI)

Sexta-feira, 2 de outubro de 2020 às 12:57:39

Assunto: Especial 471 - Teodora teria matado 500 prostitutas?

Bom dia.
Penso que dando a ordem para matar ou não foi o que aconteceu. Há inclusive outros relatos, não publicados por mais de 1.000 anos, sobre ela. Uma coisa é fato, no passado e no presente, há a publicidade para criar alavancar ou denegrir imagens, ideologias, culturas... Então, pouca importam nossas ações mas os frutos delas...

Ana Joice

 

De: Aécio Emmanuel César (Sete Lagoas, MG)

Quinta-feira, 1º de outubro de 2020 às 06:44

Assunto: A loucura – parte 1

De médico e louco cada um tem um pouco, diz um ditado popular. Mas o louco, por si só, delibera máscaras da sua loucura para a sociedade que faz parte, sendo elas, na realidade, a própria individualidade metamorfoseada. Que esse tipo de enfermidade nada mais é que um suicídio indireto que se presta a apagar as chances de progresso dadas por Deus. Temos, decerto, a loucura transformada em desequilíbrio, esse, não muito aceitável numa cultura em que o louco, é apenas aquele que se despe das sujidades da própria alma se apresentando tal qual é.

Nessa semana, segundo o título sugerido, vamos ver o que o Instrutor Calderaro informa a André Luiz relatado em seu livro “No Mundo Maior” no capítulo 16, intitulado “Alienados Mentais”, pela mediunidade de Chico Xavier: “O louco é alguém que procurou forçar a libertação do aprendizado terrestre, por indisciplina ou ignorância”. Para alcançar a sabedoria não há saltos espetaculosos, pois não existe milagres na Criação. O espírito se encontra no lugar apropriado para o seu aprendizado, embora esse mesmo espírito por incapacidade espiritual, procura – sempre em vão – burlar a Misericórdia Divina com atavios de moralidade impróprios para criaturas que já conquistaram a razão, embora ainda fragmentada.

É delicado tal tema, mas devemos convir que todo desarranjo psíquico vem acompanhado por legiões de testemunhas invisíveis que aderem às ideias descabidas – pois também são resultados dos mesmos princípios de destruição – alavancando, assim, levas e mais levas de espíritos para regiões de sombras onde permanecem alimentando todas as máculas da incredulidade a que se afeiçoaram.

Tempo preciso de refazimento é difícil registrar de espírito a espírito, pois para cada caso existe um caso específico. Cada cabeça é um mundo próprio, quase isolado até mesmo pelo próprio espírito em questão.

Sem se aprofundar nas questões espirituais as quais faz jus aquiescer-se, passam toda a existência pesando ainda mais o seu fardo de viciações que, na realidade, deveriam saldá-las o quanto antes. Não há subida sem preparo, sem análise da própria personalidade. Não há entendimento mais dilatado se esse entendimento apenas resguarda conotações pessoais que em nada auxiliam de crescimento, pois que carecem de religiosidade.

E após o desencarne, vejamos o que se passará com esses espíritos que se entregam à loucura iminente: “Diante da dor, do obstáculo ou da morte, milhares de pessoas capitulam, entregando-se, sem resistência, à perturbação destruidora, que lhes abre, por fim, as portas do túmulo”. Como sempre digo em meus humildes comentários, milhares e milhares de almas cavam a sua própria sepultura prematuramente. Essa grande massa, decerto, não precisaria passar por certas aflições psíquicas, pois, diante de sofrimentos acerbos – que próprio atraiu para si mesma – se tornam obstáculos intransponíveis por não conseguirem conquistar a razão mais esclarecida. E haja trabalho para os caravaneiros do bem nos planos do Espírito.

Comigo, Leitor Amigo?

Aécio César

 


 
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