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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Em busca da saúde plena

 

Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar. (Sócrates)

 

Nada que acontece em nossa vida é obra do acaso, o desequilíbrio de nossas forças exige o reequilíbrio da saúde; a nossa ignorância diante da lei divina nos exige instrução e virtude; pois todos os sentimentos inferiores e hábitos ruins vão nos prejudicar o corpo e a mente, e mais, atrair companhias indesejáveis em torno do nosso halo fluídico.

Buscamos a paz. A verdadeira felicidade é o sonho de todos, entretanto, ela é impossível sem verdadeira saúde, e saúde integral – corpo e mente. É impossível se não nos aplicarmos ao controle dos nossos anseios, desejos e egoísmo.

Jesus exortou dessa forma: “Assim, brilhe vossa luz” (Mateus 5: 16). Para que desenvolvamos nossa saúde e nossa sabedoria. Essa é a primordial tarefa nossa, como seres inteligentes: desenvolver todo o nosso potencial.

E nos parece que essa fonte de luz passa pelos nossos olhos, tanto que Jesus diz: “Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na Geena [no sofrimento]” (Mateus 5: 29). É certo que quando utilizamos mal os demais membros, potencializamos a dor.

E o Mestre volta a dizer que, quando nosso olho for bom, todo nosso ser terá luz. “O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado” (Mateus 6: 22).

Não é o olho físico que causa a queda, e sim o espírito que, pelo processo mental, visualiza as coisas e desenvolve o bem e o amor ou o vício e a paixão, gerando o potencial sofrimento.

Encontramos um exemplo em Jó, que, diante do sofrimento, dizia: “Meus olhos estão atingidos pela tristeza, todo o meu corpo não é mais que uma sombra” (Jó 17: 7).

Temos assim que o corpo é um instrumento de aperfeiçoamento da alma.

A mãe de André Luiz (1), na outra dimensão, ensina ao filho: “Nossa dor não nos edifica pelos prantos que vertemos, ou pelas feridas que sangram em nós, mas pela porta de luz que nos oferece ao espírito, a fim de sermos mais compreensivos e mais humanos”.

Lembrando o ensino de Jesus e também a reencarnação, esclarecia Allan Kardec: “As aflições na Terra são os remédios da alma; elas salvam para o futuro, como uma operação cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. É por isso que o Cristo disse: ‘Bem-aventurados os aflitos, pois eles serão consolados’!”.

Na maioria das vezes essa consolação só ocorrerá na vida futura ou em outra existência corporal, conforme escreveu Emmanuel (2): “Os desesperados tornarão à harmonia, os doentes voltarão à saúde, os loucos serão curados, os ingratos despertarão...

“É da Lei do Senhor que a luz domine a treva, sem ruído, sem violência. Recorda-te que toda dor, como toda nuvem, forma-se, ensombra-se e passa...

“Se outros gritam e oprimem, espancam e amaldiçoam, acalma-te e espera...

“Não olvides a palavra do Mestre quando nos afirmou que a Deus tudo é possível, e, garantindo o teu próprio descanso, refugia-te em Deus”.

 

1 - Nosso Lar, obra de André Luiz (Chico Xavier), editora FEB.

2 - Palavras de Vida Eterna, obra de Emmanuel (Chico Xavier), editora CEC.


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME


  

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita