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por Cláudio Bueno da Silva

 

A missão do Cristo não está concluída


O homem está sempre à procura de respostas. Com elas busca encontrar as verdades. Porém, nem sempre as acha na forma que deseja. Elas vêm pela metade, muitas vezes incompletas, no ritmo e velocidade que só a elas interessa.

Por estarem subordinadas ao mestre Tempo, respostas e verdades se revelam quando não podem mais resistir à força do estudo, da pesquisa, das reflexões diuturnas a que o homem as submete. Na realidade, as respostas parciais, ou mesmo as negadas, são pistas fornecidas pela natureza para que o homem trabalhe ou aumente ainda o seu ritmo. Trabalhando, desenvolve a inteligência e, assim, discerne com mais juízo.

Se dependesse de certa parcela da humanidade, ansiosa e imatura, as respostas às questões humanas estariam sempre distantes ou inacabadas, sofrendo a influência da sua má vontade. Interessante que, em muitos casos, essa busca se mostra infrutífera, trazendo resultados opostos ao que se espera. E o homem não compreende por que é assim, se revolta, descrê de tudo, e até passa a caminhar em sentido oposto ao que lhe seria mais favorável.

Sem preparo e maturidade muitos se aventuram, se arriscam além das suas possibilidades e caem feio. Não percebem que não adiantará dispor de recursos que não saberão usar. A filosofia espírita argumenta que a evolução do Espírito se dá no âmbito da inteligência e do sentimento, e que ambos não caminham juntos. A inteligência sai à frente desbravando o conhecimento, procurando compreender. O sentimento vem atrás, moldando com amor e paciência o resultado do trabalho do Espírito até ali. Quanto maior a experiência e desenvolvimento, menor a distância entre essas duas estruturas do ser. Até o dia em que, creio, elas se unem em definitivo no Espírito bom, justo e belo.

Enquanto isso não se dá – estamos longe ainda –, vivemos com os recursos que temos. Na Terra, um mundo inferior, a inteligência está bem à frente do sentimento, o que faz os homens agirem de acordo com o que sabem (ou julgam saber), e com pouca percepção ético moral. Por isso se vê tanta injustiça, maldade, e desvios de finalidade.

Pode-se concluir que o homem não é mau por natureza, mas ignorante. Mesmo sem o senso moral desenvolvido, só com a inteligência material, ele poderá realizar algumas coisas boas se tiver interesse e condições para isso. No entanto, só teremos o homem pacífico, fraterno, amoroso e justo quando todos os seus atos forem governados pela consciência moral.

Em verdade, o Cristo ainda não concluiu a sua missão junto à humanidade. Em relação às suas ações pedagógicas, seu último projeto na Terra antes da grande e propalada “separação das ovelhas” é o Espiritismo. Esta doutrina está adubando o solo espiritual do coração humano, e ajudará o homem a encontrar respostas, e nelas, as verdades que tem procurado. Muito trabalho o aguarda.

O Cristo coopera e sorri, acompanhando a implantação do seu reino por aqui. O passo seguinte que dará, só ele o sabe.

 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita