Cinco-marias

por Eugênia Pickina

Redes sociais não são para criança


A brincadeira é o trabalho da infância. 
J. Piaget


Apesar de “divertidas”, as redes sociais não são o quintal de casa, onde uma criança brinca em segurança. Na Internet, qualquer um pode se passar por qualquer um. E esse aspecto não pode jamais ser esquecido.

O problema é que a maioria dos pais subestima os riscos. O assédio a menores em redes sociais e aplicativos ocorre em tempo integral, infelizmente.

Está nas regras do Facebook: “Você não deve usar o Facebook se for menor de 13 anos.” O mesmo vale para Instagram, Pinterest, Snapchat e Twitter. No YouTube as crianças podem assistir (com supervisão dos pais), mas apenas adolescentes a partir de 13 anos podem criar um canal. O WhatsApp define limite maior, de 16 anos.

Definitivamente, a Internet não foi feita para criança. Uma vez que o seu filho possua idade para fazer uso dos serviços da Internet, ou seja, 13 anos completos, os pais devem orientá-lo a fazer o uso de acordo com as regras de segurança e de privacidade, lembrando a ele o alto preço que pode custar sua exposição inadequada ou demasiada na web.

Muitos pais dizem que receiam que os filhos possam tornar-se “tolos” ou atrasados, diante de uma geração de crianças conectadas. Mas, na realidade, esse receio é descabido, pois os conectados a esses serviços não se tornam mais capazes, isto é, não adquirem nenhuma habilidade especial, pois esses serviços são meras ferramentas de comunicação. Na infância, o tempo deve ser dedicado ao brincar, ao livro, à bola, à corda, à natureza... Quando chegar à idade em que o adolescente é capaz de interagir sozinho com estranhos e com o mundo, ele terá mais subsídios para decidir como usar os serviços da Internet e ainda se defender frente a riscos e perigos, embora dependendo (ainda) da orientação e apoio integral dos pais ou responsáveis.

Notinhas

Os próprios responsáveis com frequência expõem demais os filhos nas redes sociais. Não veem problema em publicar imagens de crianças usando pijamas, tomando banho ou usando roupa de praia. A falta de discernimento chega a extremos. Em 2015, um tribunal de Évora, em Portugal, proibiu os pais de uma menina de publicar fotos da filha no Facebook. “Tão natural quanto garantir a saúde e a educação dos filhos, é o respeito pelo direito à imagem e à reserva da vida privada”, afirmou, na época, o juiz.

Internet não é feita para criança. Por isso, a interação da criança com o ambiente virtual (e para fazer pesquisas para a escola, assistir a um desenho/documentário etc.) deve ser acompanhada de modo categórico pelos pais ou responsáveis – e, por isso, em casa com criança (e mesmo adolescentes) é preciso ter regras e tempo determinado para uso da Internet.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita