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por Altamirando Carneiro

 

Nossa transformação


Vem o ser humano de longa jornada, através dos tempos. Iniciou os seus primeiros passos em ambiente hostil e grandes foram os sacrifícios com que teve que se haver, para possibilitar a perpetuação da espécie. Guiado pelo instinto de conservação, aprendeu a lutar com a força com que dispunha para a obtenção do alimento e a perpetuação da vida, desenvolvendo, assim, o seu lado guerreiro. Ainda há poucos milênios a lei oficial era a do olho por olho, dente por dente. 

Sob a orientação dos mensageiros divinos que sempre o inspiraram e premido pelas circunstâncias, aprendeu lentamente o convívio em sociedade, embora conservasse o instinto de reagir às situações novas ou que lhe inspirassem medo, com a violência que desenvolvera desde as cavernas.

Porém, Deus o quer para a angelitude e não o abandona enquanto homem quase fera. No momento adequado, enviou Jesus, para orientá-lo, no sentido de que deixasse o terreno dos instintos, para entrar no grande e formoso campo do sentimento. Grande era o passo a ser dado. 

Ainda hoje não é fácil deixarmos a agressividade. Respondemos muitas vezes com o instinto a situações adversas ao nosso entender, denotando que a autoconquista está incompleta e que o esforço deve continuar. Mais fácil nos é optarmos pela violência do que pelo perdão; nos deixamos perpetrar por sentimentos de vingança, quando devemos exercitar a compreensão. Reações instintivas demonstram que ainda não abandonamos o homem velho que existe em nós, muito provavelmente por não termos ainda compreendido os ensinamentos daquele que deu a sua vida para no-los trazer. Pede-nos o Mestre que deixemos definitivamente a lei dos homens, do olho por olho, dente por dente, para vivenciarmos integralmente a lei do amor. 

O uso da força gera mais força. Porém a lei do amor, quando aceita e vivida, nos transforma inteiramente, iluminando-se em um fantástico renascer, da barbárie para o equilíbrio universal. 

A batalha da nossa transformação pode ser difícil, mas se persistirmos, a vitória nos transformará em seres luminosos e nos dará a liberdade de cruzarmos o Universo, usufruindo de tudo o que há de mais belo nele.


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita