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por Cláudio Bueno da Silva

 

Muito mais que imortal

 
Ao observarmos o comportamento humano, a forma como tratamos uns aos outros, as expectativas que criamos vida afora, as frustrações que colhemos, enfim, os sofrimentos que nos impomos e os que se abatem sobre nós, ao observarmos tudo isso somos levados a refletir sobre a indigência moral do homem terreno.

Essa ideia é ainda mais marcante se considerarmos que a vida é breve demais para atender as nossas aspirações e dar todas as respostas que precisamos. Para a grande maioria dos humanos, esta vida curta e rápida é só o que temos para viver. É exatamente assim que muita gente pensa, simplesmente desconsiderando toda a evolução que a humanidade já alcançou através do tempo. Por achar que a vida é uma só, muita gente alimenta sentimento de revolta, apatia, pessimismo. Outros se jogam sofregamente no caudal da vida não pensando em consequências.

O conhecimento espírita, ao contrário disso, tem visão abrangente e pode ajudar muito na compreensão desse problema, na medida em que entende o homem como vindo de longe, vivendo sempre, construindo seu destino no rumo da plenitude que é o seu alvo intrínseco. A proposta espírita é otimista e estimula a perseverança na busca do melhor, enxergando o futuro como um caminho natural a ser percorrido.

Diante dos clamores de que “não adianta lutar”, “não há remédio para as aflições humanas”, “tudo está piorando”, a filosofia espírita contrapõe-se com expectativas promissoras para o homem. Segundo ela, o negativismo, o derrotismo e a indiferença não constroem nada.

A vida terrena é aprendizado, um processo progressivo de capacitação que nos propicia o crescimento intelectual e moral. Um dia, bem lá na frente, vamos rir das opiniões que temos hoje. Riremos, sim, com certo amargor, da imaturidade que nos levou a marcar a vida em compasso lento de desesperança e desconsolo que nos atrasaram a marcha.

O otimismo e a esperança espíritas não são meras justificativas que nascem da necessidade de se apegar a algo que dê segurança e torne a vida possível. São sentimentos reais, verdadeiros, porque baseados na certeza que se tem de que o Espírito, além de imortal, evolui.

A evolução do ser, segundo a convicção espírita, está totalmente vinculada à lei universal da reencarnação. E é exatamente essa certeza que nos garante poder contar com o tempo a nosso favor na busca incessante por nos tornarmos melhores. Portanto, se a condição do homem na Terra é ainda de miserabilidade, as experiências de novas vidas o levarão a progredir, dependendo só dele chegar mais ou menos rápido a um estágio feliz.

Deus é grande demais e nada fez pela metade. A vida oferece oportunidades adequadas a cada um de nós, basta aproveitá-las. Não há por que não acreditar nisso.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita