Cinco-marias

por Eugênia Pickina

Livros cabem na infância


Livros não mudam o mundo,

quem muda o mundo são as pessoas.

Os livros só mudam as pessoas. Mario Quintana


Cresci em contato com os livros – em casa, na escola, nas amistosas bibliotecas. Os primeiros, os contos de fadas. Nas noites de frio, ao ouvir uma história, era eu a própria protagonista: a alegria de ser salva pelo solidário passarinho… 

No início da escola primária, ao ler o conto dos Músicos de Bremen, meu temperamento naturalista rapidamente tomou partido daqueles quatro animais sofridos e, sem dúvida, com eles eu quis morar naquela casinha sem endereço na floresta…

Os livros influenciam a vida das crianças

De início a criança tem necessidade de ouvir histórias. O calor e a atenção que o adulto coloca quando conta um conto desperta na criança valores e qualidades importantes para o seu desenvolvimento emocional e psíquico. Por exemplo, perguntas fundamentais que movimentam o ser da criança podem ser respondidas através dos contos e suas imagens universais.

Criança leitora?

O livro infantil desempenha um papel fundamental na formação de leitores.

Na fase pré-leitor, por exemplo, muito importante é o hábito da contação… Quantas vezes o pai contará a mesma história na hora de fazer o filho pequeno dormir? Sei de crianças que precisam que o mesmo conto seja repetido por inúmeras semanas – e essa necessidade deve ser respeitada.

O  leitor iniciante depende de um acesso fácil aos contos de fadas clássicos – Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen são muito apropriados, assim como a boa poesia: Cecília Meireles, Mario Quintana, Manuel Bandeira, Manoel de Barros. Quantos aos leitores em processo e os fluentes, eles estão implicados com livros que ajudem a criança a dar solidez ao amor pela leitura.

Família e escola orientam o gosto pelo livro na infância

A família e os professores têm um papel fundamental para auxiliar as crianças a desenvolver o gosto pela leitura. Casa e escola devem insistir com carinho e atenção o contato das crianças com o mundo das letras, disponibilizando obras literárias que favoreçam o gosto pela leitura.

Quando eu era criança, meus pais eram agricultores. Não tinham o hábito da leitura. Contudo, felizmente, permitiram que minha grande alegria na infância fosse o livre acesso ao livro.

A caixa de livros que ganhei no aniversário de 9 anos foi o presente que mais me sensibilizou na infância e dela até hoje eu não esqueço. Gratidão à minha mãe. Parte da leitora que sou hoje devo à compreensão que ela teve sobre minha necessidade de livros. Com eles, conheci mundos e aprendi a entender melhor a mim mesma e aos outros.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita