Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Mães que trabalham...


O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida. 
Cora Coralina


Conciliar filhos e profissão é ainda um desafio para muitas mulheres.

Quem é mãe costuma dizer que a chegada dos filhos altera todos os âmbitos da vida – inclusive o profissional. Não porque a busca por formação deixe de fazer sentido de um dia para o outro, e sim porque as responsabilidades que acompanham o nascimento de uma criança quase sempre são mais pesadas para as mulheres. A ideia de que a maternidade não afeta a carreira pode ser realidade para um número reduzido e privilegiado de mulheres. No Brasil, 50% delas afirmam ter deixado de lado algumas metas e ambições depois das crianças.

Maternidade e culpa seguem juntas? A volta da licença-maternidade, por exemplo, afeta o emocional de muitas mulheres, pois nossa sociedade coloca a mãe em um lugar central...

Para a mãe que trabalha, então, o que é indispensável? Uma rede de apoio – creches, escolas.

Em casa, as mães dependem também de ajuda, exigindo do pai, por exemplo,  participação cotidiana no cuidado com as crianças e na divisão das tarefas domésticas. Mães que trabalham fora e assumem os filhos sozinhas, na maioria das vezes, vivem sobrecarregadas, exauridas, dependendo absolutamente de fortaleza por parte da sociedade.

De outra parte, mulheres que são mães aprendem, no exercício da maternidade, a desenvolver diversas habilidades: paciência, empatia, resolução de problemas. No mercado de trabalho, essas habilidades são caras e servem à estruturação de ambientes orientados por compreensão em vez de julgamento, por exemplo.

Fato que muitas mulheres trabalham hoje para garantir não apenas satisfação pessoal, mas também segurança econômica, cabe à sociedade tratar as mães que trabalham com mais apoio e respeito. Afinal, segundo o ditado atribuído às comunidades africanas, “é preciso uma aldeia para educar uma criança”.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita