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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Jamais desertar do corpo


Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (Paulo, 1 Coríntios 3:16.)


Valorizar o corpo é uma tarefa das mais importantes para nós que habitamos a Terra, e por certo temos o corpo de que precisamos para nosso aperfeiçoamento, e a família que mais se adequa à nossa melhoria.

Cultivemos o sentimento de gratidão a Deus pela bênção da vida, que é imortal, da liberdade que temos com nosso livre-arbítrio e com o corpo, que é frágil, mas adequado ao nosso desenvolvimento nesta dimensão. Poupemos o vaso físico contra qualquer excesso para não infringir o código da vida através do suicídio direto ou indireto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulga que a cada ano são registrados mais de 800 mil casos de suicídio no mundo.

No Brasil, entre os jovens, o suicídio é considerado a quarta causa de morte. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), estima-se que “metade daqueles que se suicidaram já tinham tentado antes”; e estima-se que quase todos os indivíduos que se mataram tinham algum transtorno mental, em muitos casos não diagnosticado, não tratado ou tratado de forma não adequada.

E a melhor maneira de tratar esse assunto é discutindo os problemas em relação ao suicídio, debatendo de maneira séria e aberta nos mais diversos e distintos ambientes, a começar pelas escolas, empresas, templos religiosos, na política, nos clubes esportivos e também sociais, como Rotary e Lions, mas especialmente no lar, entre pais e filhos.

O médico espiritual André Luiz, através de outro médico, o doutor Waldo Vieira, trouxe uma mensagem do Além de muito significado intitulada “perante o corpo”, que orienta:

“O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.

Convém prevenir-se contra tóxicos, narcóticos, alcoólicos, e contra o uso demasiado de drogas que viciem a composição fisiológica natural do organismo. Existem venenos que agem gota a gota.

Conduzir-se de modo a não se exceder em atitudes superiores à própria resistência, nem se confiar a intempestivas manifestações emocionais, que criam calamitosas depressões. O abuso das energias corpóreas também provoca suicídio lento.

Distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la. O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma.

Fugir de alimentar-se em excesso e evitar a ingestão sistemática de condimentos e excitantes, buscando tomar as refeições com calma e serenidade. Grande número de criaturas humanas deixa prematuramente o Plano Terrestre pelos erros do estômago.

Sempre que lhe seja possível, respirar ao ar livre, tomar banhos de água pura e receber o sol farto, vestindo-se com decência e limpeza, sem, contudo, prender-se à adoração do próprio corpo. Critério e moderação garantem o equilíbrio e o bem-estar”.

Portanto, jamais devemos pensar em desertar do corpo, porque da vida é impossível: somos imortais; e procuremos poupar a vida do amigo inseguro, que comete excessos, amparando os que caem nos enganos, possibilitando sua reeducação; assistindo ao doente para que se reequilibre e compreendendo o desertor que mais adiante voltará à lição edificante de vencer a si mesmo.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é bacharel em direito com especialização em dependência química pela USP-SP/GREA.



  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita