Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Maria Dolores

 

Construção do amor
 

Lamentas, coração, o dever que te prende,

Quase que o dia inteiro,

Como se a vida se te fosse

Doloroso e pesado cativeiro.

 

Não te queixes… Se tens obrigações

Plenas de encargos extras, ao redor,

Tranquiliza-te e pensa

Que a bondade de Deus nos dá sempre o melhor.

 

Em toda parte, a Natureza

É um campo de lições sábias e novas,

Edificando exemplos para a vida

E indicando roteiro às nossas provas.

 

Não fosse o tronco anoso e resistente,

Suportando granizo e tufões escarninhos,

Não surgiriam frondes vigorosas

Acalentando a música dos ninhos.

 

Não fossem as montanhas empedradas,

Cuja forma quase não se descerra,

O mar invadiria os continentes,

Destruindo as cidades sobre a Terra.

 

Sem o solo gemendo, ao peso dos tratores,

Sem o arado a rasgar-lhe o coração fecundo,

A Civilização não teria colheitas

Para extinguir a fome que há no mundo.

 

Se a ama do estábulo recusasse a estaca

Em que o ordenhador a fere e desafia

Para furtar-lhe o sangue transformado em leite,

Quanta criança morreria!…

 

Assim, no mundo, coração amigo,

Quem não estende o bem, nem decide a se expor

À renúncia, ao trabalho e ao sacrifício,

Não consegue servir na construção do Amor!…

 

Do livro Fé e vida, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita