Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Epifânio Leite

 

Gênio enfermo


(Versos ao culto amigo que espalhava ateísmo e violência, através da palavra falada e escrita, na última década do século XVIII, suscitando rebeldia e delinquência, e que presentemente reencontrei, na condição de Espírito em reajuste, na provação da idiotia.)


Lembro-te, caro amigo… O gênio agindo às cegas,

Lanças violência e fel nas multidões que arrastas.

Ouço-te na memória as negações nefastas…

Escreves e destróis… Falas e desagregas…

 

Quanto crime a surgir dos princípios que pregas!…

Um dia, vem a morte ao campo que desgastas…

No Além, sofres a culpa de que não te afastas,

Rogas socorro ao Céu nos grilhões que carregas…

 

Agora reencontrei-te em aldeia remota.

Habitas outro corpo e choras mudo e idiota…

Ah! quanto sinto a luta em que te vejo imerso!…

 

Mas louva a provação que te aponta o futuro.

Na dor, terás de novo o pensamento puro,

Refletindo, em ti mesmo, as bênçãos do Universo.

 

Do livro Caminhos de volta, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita