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por José Reis Chaves

 

As religiões de uns mais separam as pessoas do  que as unem


São as religiões que mais nos ajudam na busca da nossa evolução, para que alcancemos, um dia, a perfeição semelhante à de Deus. Mas, para muitas pessoas, a sua religião é a causa principal de seus conflitos com seus irmãos e companheiros dessa nossa jornada evolutiva espiritual terrena. E isso apenas porque suas respectivas religiões são diferentes. Ademais, apesar de umas terem a mesma religião, elas ainda brigam também pelo modo diferente de elas praticarem a mesma religião. É que umas são mais religiosas e outras menos. E as que são mais querem que as que são menos sejam religiosas iguais a elas, o que é um erro, pois, ser muito religioso depende do nível evolutivo espiritual de cada pessoa. Umas brigam até com os padres! E as pessoas, frequentemente, dão mais valor às questões religiosas exteriores como a frequência às cerimônias, quando a verdadeira religião busca mais a religiosidade que é mais interior.

Jesus disse que se uma pessoa estiver no altar fazendo oferendas a Deus e se lembrar de que não está bem com alguém, deve interromper sua oferenda, procurar o seu adversário e reconciliar-se com ele, e só depois, então, é que a pessoa pode voltar ao altar e continuar sua oferenda (Mateus 5: 23). Esse ensino mostra que estarmos em paz com todas as pessoas é mais importante do que estarmos fazendo oferendas a Deus. É que Deus não precisa de oferendas. Ele está sempre muito bem e feliz, não precisando, pois, jamais de nada de nós, para que continue muito bem e muito feliz, mesmo porque Ele é imutável. Aliás, se Deus dependesse de nós para ser feliz, Ele estaria perdido, pois, nós somos ainda muito imperfeitos e, portanto, mais inclinados à prática dos males e vícios do que à prática das virtudes. Mas ainda bem que estamos evoluindo. Caímos muito, mas jamais nos faltarão novas chances para nos levantarmos. “Sete vezes cairá o justo e se levantará.” (Provérbios 24: 16.)

E nossas faltas estão mais relacionadas à ausência de amor ao nosso próximo. Daí que o primeiro mandamento da lei divina ou natural, a dos Dez Mandamentos, manda-nos amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo no mesmo nível do amor que temos a nós mesmos. Lembremo-nos de que nós nos amamos a nós mesmos até demais, pois somos muito egoístas! Mas se amarmos de verdade nosso próximo, ou no mesmo grau com que nos amamos, está tudo bem, pois não vamos querer para nós e somente para nós tudo o que de melhor existe. A etimologia da palavra egoísta é ‘ego’ em latim, e que significa eu. O egoísta se considera o tal e pensa que tudo de melhor é com ele! Assim, automaticamente, ele está menosprezando ou desvalorizando seu próximo, o que vale dizer que ele não o está amando como ama a si mesmo, pois está considerando seu próximo inferior a ele.

O objetivo das religiões é nos unir como irmãos e, pois, como filhos de Deus, que é o Pai de Jesus e de todos nós, para que, assim, sejamos todos nós um com Jesus e, por consequência, também, um com Deus Pai. (João 17: 21). Se nossa religião, pois, for um meio de nos separarmos uns dos outros como se vê tanto, é melhor, espiritualmente falando, que a pessoa não tenha nenhuma religião, bastando-lhe a crença em Deus, já que, assim, ela estará melhor, pois, em paz com seus irmãos, ela estará também em paz consigo mesma e com o próprio Deus, Pai de todos nós!


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita