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por Anselmo Ferreira Vasconcelos

 
A derrocada da Igreja Católica


Indubitavelmente, a Igreja Católica passa pela sua mais degradante crise. Os escândalos envolvendo padres atingiram escala quase planetária, e os alicerces da velha instituição, na qual boa parte da humanidade bebeu as suas primeiras noções de religião, estão seriamente abalados. Com efeito, chega a ser inacreditável como indivíduos pervertidos tomaram a batina e se homiziaram. Mas como vivemos numa época em que as máscaras estão caindo, e, por conseguinte, cada um está mostrando exatamente o que é na sua essência, centenas de histórias escabrosas, bem como os seus protagonistas vieram à tona.

A pletora de relatos de paroquianos abusados sexualmente por prelados católicos é espantosa, e as sequelas deixadas nessas almas indefesas são por demais dolorosas. A verdade é que a poderosa igreja abrigou em seu seio, ao longo do tempo, indivíduos profundamente perturbados. Estes causaram estragos e traumas psicológicos muito difíceis de serem mensurados. Entretanto, as vítimas finalmente decidiram expor os seus dramas íntimos, e os responsáveis por essas tragédias inumeráveis estão sendo convocados a prestar contas dos seus atos nefandos.  

Cumpre ressaltar que a igreja tentou de todas as formas possíveis encobrir os seus podres, assim como os nomes dos degenerados. Nesse sentido, quantias vultosas têm sido pagas às vítimas, gerando, por extensão, seriíssimos problemas financeiros na velha agremiação religiosa. Mesmo assim, a igreja católica não consegue mais abafar a dimensão da tragédia ocorrida em suas fileiras. Por conseguinte, como instituição enfrenta uma dura perda de credibilidade e confiança. A situação chegou a tal ponto que o Papa Francisco viu-se forçado a pedir desculpas inúmeras vezes pelos males criados ao seu rebanho. Além disso, muitas paróquias e escolas foram fechadas, especialmente nos Estados Unidos, tal a gravidade da situação.

Afinal de contas, as histórias revelaram, fundamentalmente, “lobos” que trajavam batinas e abusavam impiedosamente das “ovelhinhas” indefesas que buscavam apenas orientação religiosa e espiritual. Para ilustrar, só no Estado da Pensilvânia, há relatos de que durante sete décadas mais de 1000 crianças foram molestadas. Por sua vez, na Alemanha há 3677 casos devidamente documentados envolvendo 1670 clérigos, abrangendo o período de 1946 a 2014.

Ou seja, a Igreja Católica não apenas perdeu prestígio, mas o seu sentido e finalidade. O Papa tem se forçado por separar “o joio do trigo”, mas, mesmo assim, o mal causado é simplesmente irreparável.

É inegável que a Igreja – assim mostram as evidências – não enfrentou os seus predadores internos como deveria. Ao contrário, tentou acobertá-los imaginando, assim, diminuir o estrago. Muitos foram apenas afastados das suas funções. Não é por outra razão que o Papa Francisco vem pedindo perdão pela falha da direção da instituição que não enfrentou os seus males apropriadamente.

O fato primordial é que a busca pelos prazeres do sexo serviu como acicate aos prelados alheios às suas responsabilidades de pastores de almas. A Igreja Católica Apostólica Romana tergiversou em assunto da mais alta relevância e, assim, o seu prestígio foi duramente atingido. Sexo é tema de significativa importância para nós humanos. Nesse sentido, o Espírito Joanna de Ângelis observa, na obra Depois da Tempestade (psicografia de Divaldo Pereira Franco): “Santuário da procriação, fonte de nobres emulações e instrumento de renovação pela permuta de estímulos hormonais, a sexualidade tem sofrido a agressão apocalíptica dos momentos transitórios da regeneração espiritual que se opera no planeta”.  

Já o Espírito Emmanuel, no livro Dicionário da Alma (psicografia de Francisco Cândido Xavier), pondera que “Em qualquer circunstância, recordemos que o sexo é um altar criado pelo Senhor, no templo imenso da vida. Santificá-lo e santificar-se”. Reiterando essa visão, o Espírito Joanna de Ângelis (no livro Florações Evangélicas, também psicografado por Divaldo Pereira Franco) recomenda: “Progressos, no entanto, na vertical das conquistas superiores e não na horizontalidade das paixões animalizantes e dos agentes dissociativos da comunidade, da família, do indivíduo”. 

Por fim, cabe observar que, dependendo da maneira como lidamos com o sexo, poderemos esperar grandes alegrias ou profundos dissabores.
 

  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita