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por Nilton Moreira

 
Almas afins


A questão da busca pela pessoa que vamos compartilhar na nossa vida neste Planeta é bem mais complexa do que imaginamos. Uns dizem: “onde estará a minha alma gêmea”, outros, “quero encontrar a minha cara-metade” e outros dizem que nasceram para ser sozinhos, pois os relacionamentos não dão certo, não passando da fase dos encontros ou do namoro.

De fato, em muitos casos existem sim as “almas afins” que se assemelham a ímãs que se atraem por uma compulsão inexplicável para quem não entende.

A particularidade dos relacionamentos se inicia normalmente antes mesmo do nascimento, isto é, quando estamos lá no plano espiritual, na fase que preparamos junto com os benfeitores algumas ocorrências aqui na Terra, utilizando, para tal, o livre-arbítrio. Entre os planejamentos está incluído quem vamos encontrar para compartilhar a vida a dois. Mas também pode acontecer que em nossa programação se faça necessário passarmos por aqui sozinhos.

Como esta vida que estamos vivenciando tem relação com vidas passadas, somos compelidos a que nos aproximemos de várias pessoas, cujos relacionamentos podem ou não dar certo, cujos motivos são os mais diversos, isso porque talvez numa outra existência tenhamos infringido a Lei Divina e, como resgate, tenhamos que viver sem parceria.

Mas, por outro lado, temos aqueles relacionamentos que são delineados por circunstâncias que nem imaginamos. Não importando a distância, o lugar, a cidade que possa estar a alma afim, os benfeitores espirituais providenciarão para que haja o reencontro. As pessoas que devam se encontrar serão compelidas a se cruzarem e, certamente, se reconhecerão, pois que é o Espírito que ama e não o corpo.

É lógico que o corpo material tem uma participação na atração dessas almas, pois que o desejo é necessário para que ecloda a paixão, o desejo de ficar junto, mas este desejo dará logo ali lugar a um amor sublime, pois que o Espírito tomará as rédeas do relacionamento, ficando a paixão e a atração física como sentimento secundário.

Às vezes podem acontecer relacionamentos temporários, semelhantes aos que acontecem na adolescência, pois, nesta ocasião, o Espírito está em uma busca muito acirrada para encontrar a outra pessoa, e em razão da falta de esclarecimento sobre o amor, pode deixar-se levar por uma paixão momentânea, mas logo que reconhece não ser a parceria pretendida, o sentimento se esvai e a busca continuará.

Mas apesar de ser um determinismo o encontro com a alma afim, podemos, utilizando o livre-arbítrio não querer conviver com a pessoa que estaria em nosso planejamento, mas isso não será obstáculo para que sigamos outro caminho e certamente poderá este outro relacionamento dar certo.

Certa ocasião uma mulher perguntou ao Chico se a pessoa que ela estava convivendo era a certa. Chico, com o humor e a sabedoria que lhe era peculiar, disse: “olha, minha amiga, se não for a certa, muito errada não é”.

O importante é procurar a felicidade, seja acompanhado ou só. 
 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita