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por Altamirando Carneiro

  

Conduta espontânea


Não basta a conduta externa. Não basta a aparência. Antes da conduta exterior, temos de reformar a nossa conduta interna, modificar nossos hábitos mentais e verbais.  É uma questão de fundo e não de forma. Portanto, são inúteis as proibições: não fazer isso, não fazer aquilo, se o coração não estiver limpo.
A pureza que o Espiritismo propõe, e por isso mesmo é confundida, é a pureza interior, que deve reger as nossas atitudes, ao invés de ficarmos esperando que uma conduta artificial nos purifique. Os ensinamentos da Doutrina Espírita são os mesmos de Jesus, quando repelia os formalismos da hipocrisia farisaica. Querer formalizar nosso comportamento no artificialismo é voltarmos ao passado e o espírita esclarecido sabe que isso não contribui em nada.

Toda exterioridade sem raízes no coração é inútil e é até compreensível que, devido às heranças do passado, um grande número de pessoas se apegue ao formalismo, porém, cabe aos dirigentes esclarecidos, principalmente os dirigentes das instituições espíritas, orientarem essas almas frágeis, no sentido de tornarem a sua conduta social do dia a dia condizente com os ensinamentos da moral espírita.

Estamos agora no lugar certo, com as pessoas certas, diz a mensagem mediúnica. Ora, se temos consciência dessa verdade intemporal e se conseguimos também entender a questão da reencarnação como a nossa possibilidade de reparar os erros e os vícios do passado, é evidente que devemos aproveitar essa oportunidade para romper com tudo o que representa cultos exteriores e formalismos.

Acreditar que a nossa evolução se dá através de abstenções e atitudes falsas é enganar a nós mesmos e aos outros, o que é muito grave.

Somos o que somos e se já conseguimos reconhecer com sinceridade as nossas deficiências morais, estamos no caminho certo. Do contrário, "seremos semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia", como lembrou Jesus, em palavras registradas no Evangelho de Mateus, 23:27.

  

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita