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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

  

As trilhas e o caminho 


A Doutrina Espírita evidencia para o homem sua individualidade espiritual atrelada à responsabilidade que lhe cabe perante os seus atos. Dessa forma somos diferentes na própria essência, e nossos Espíritos estão envoltos no corpo físico, aprisionados enquanto perdurem nossas atuais existências. O livre-arbítrio, que é uma dádiva Divina, faculta-nos deliberar sobre qual estrada devemos caminhar.

Esse ato constante, enquanto encarnados, propicia-nos adquirir experiências edificantes ou não, dependendo do nosso discernimento para a prática do bem. Sabemos que não existe mal, e sim, a falta do bem, como não há trevas, e sim ausência de luz...

Nós é que delineamos a trajetória que devemos trilhar e, por conta da nossa individualidade, temos pretensões próprias já cristalizadas em vidas pretéritas. A diversidade de pendores e índoles que possuímos contempla o estado evolutivo em que nos encontramos no Orbe terrestre.

Com esse raciocínio inferimos que, para atingirmos o verdadeiro Caminho preconizado por Jesus, necessitaremos passar por caminhos os mais diversos para o aprimoramento do Espírito, até atingirmos num dia glorioso aquela estrada de Luz deixada por Jesus, segundo João, 14:5-6, “(...) Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.

A nossa chegada sublime demandará tempo e sacrifício. Haverá aqueles que procuram atalhos ou trilhas, como que sejam a opção mais fácil, contudo, a perseverança é que irá consolidar a chegada ao destino colimado.

Tenhamos em mente que as oportunidades são iguais para todos, já que o Pai, com sua Misericórdia e infinita Justiça, jamais faria diferente. Todavia, as decisões de cada um, valendo-se do livre-arbítrio, é que resultarão no processo evolutivo breve ou longo.

Assim sendo, estamos todos navegando no mesmo oceano de provas e expiações, cabendo-nos buscar as virtudes para as nossas práticas diárias. O Criador não nos pune! Somos os únicos semeadores nos campos das nossas existências para a posterior colheita que é obrigatória...

Nossa herança genética nos reporta aos caracteres paternos da vida corpórea. Poderíamos dizer também que herdamos do Criador a Centelha de Luz consoante a “genética” Celestial. Quando Jesus disse, segundo Mateus, 5: 16, ”Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”, deixou evidente a existência desse vínculo sublime que mantemos com Ele.

Procuremos, pois, enquanto de passagem, ajustar nossos passos e enveredar naquele Caminho auspicioso que nos aguarda. Outras alternativas aparecerão, devendo ser rechaçadas mediante o uso da razão, para que não adentremos nas estradas pedregosas, evitando as agruras nesse caminhar... (As lágrimas vertidas na dor e aceitas com resignação servirão de lenitivo para as caminhadas futuras.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita