Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

 

Entrevista concedida ao repórter Maurílio Lemes, jornal Diário da Manhã (Goiânia, GO, 15/12/1982, p.19), intitulada “Encontro depois da Morte”, quando da visita fraterna do médium Chico Xavier aos hansenianos internados na Colônia Santa Marta, da capital goiana, no dia 14/12/1982.

ENCONTRO DEPOIS DA MORTE -

Chico acredita que, com base no que aprendeu em mais de 50 anos de mediunidade, existe a possibilidade de as pessoas se encontrarem após a morte: “Tenho aprendido que todos aqueles que realmente se amaram reciprocamente, se encontram novamente, e num amor de nível superior, não no amor possessivo que nós habitualmente conhecemos”. E continua: “Aqueles que partiram antes de nós, na maioria das vezes, renunciam a posições mais altas para permanecerem juntos de nós, escorando nossos corações, para que possamos suportar a carga benéfica de nossas obrigações. Estamos sendo apurados na moenda do sofrimento aqui na Terra. Isso é muito natural.

SOMOS RICOS - Ressalva que se tudo fosse como açúcar; se não tivéssemos a menor preocupação ou de dever de uns para com os outros; se fôssemos criaturas absolutamente descompromissadas do dever de ajudarmos uns aos outros, a vida não teria interesse. “Às vezes, um abraço de um amigo é muito mais que a sorte grande na Loteria Esportiva. Acho que não somos pobres; todos somos ricos da proteção de Deus, e pela oportunidade de trabalhar.”

VISITA AOS AMIGOS HANSENIANOS - Quando colocado o fato de algumas pessoas sofrerem mais que as outras, como os doentes internos da Colônia Santa Marta, Chico Xavier prefere responder a questão por outro prisma: “Encontro nos nossos amigos internados na Santa Marta companheiros muito felizes, alegres, animados de uma esperança cada vez maior, e venho aqui sempre buscar essa alegria e essa paz que eles sabem distribuir. Apareço na Colônia como necessitado dessa coragem”.

DOENÇAS FÍSICAS E MORAIS - Sobre o detalhe de algumas pessoas serem portadoras de doenças e outras não, o médium responde: “Eu não posso fazer uma diferença entre os companheiros da Santa Marta e os doentes espirituais, entre os quais me incluo. Sinto a Terra como uma grande Colônia Santa Marta, onde cada um de nós nos situamos em determinados pontos a serem ratificados e tratados para que nossa vida espiritual seja alegria perfeita”. Explica que uns são portadores de um corpo deficiente; outros são portadores de um coração envenenado: “Em outro caso, é uma chaga que está em nossa vida íntima: a inveja, o desânimo, a rebeldia, o espírito de incompreensão e de recusa sistemática à vontade de Deus. São doenças de que somos portadores de um modo ou de outro, e que estamos também internados na Terra por determinado tempo, até recebermos a alta. Essa alta será o dia da nossa redenção”.



Do livro Entender Conversando, de Chico Xavier e Emmanuel.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita