O Espiritismo responde

por Astolfo O. de Oliveira Filho

O leitor Ricardo Martins, em mensagem publicada na seção de Cartas desta edição, pergunta-nos qual é a diferença entre médium de passagem e médium de transporte.

Na literatura espírita jamais vimos a expressão médium de passagem.

É provável que seja uma expressão de uso popular, como, por exemplo, as expressões Espiritismo de mesa branca, baixo Espiritismo, Espiritismo de terreiro, todas elas, como sabemos, equivocadas.

Segundo Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:

1. Médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.

2. Médiuns de efeitos intelectuais, os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

Sobre o assunto, eis o que Kardec escreveu e inseriu em sua obra:

“Todas as outras espécies se prendem mais ou menos diretamente a uma ou outra dessas duas categorias; algumas participam de ambas. Se analisarmos os diferentes fenômenos produzidos sob a influência mediúnica, veremos que, em todos, há um efeito físico e que aos efeitos físicos se alia quase sempre um efeito inteligente. Difícil é muitas vezes determinar o limite entre os dois, mas isso nenhuma consequência apresenta. Sob a denominação de médiuns de efeitos intelectuais abrangemos os que podem, mais particularmente, servir de intermediários para as comunicações regulares e fluentes”. (O Livro dos Médiuns, cap. XVI, item 187.)

É provável que, na linguagem popular, a expressão médium de passagem seja utilizada para designar os médiuns que dão passividade aos Espíritos nas comunicações orais ou escritas. Ele seria, portanto, classificado como médium de efeitos intelectuais, assunto tratado por Kardec no item 190 do cap. XVI d´O Livro dos Médiuns, do qual extraímos as definições abaixo:

Médiuns audientes: os que ouvem os Espíritos.

Médiuns falantes: os que falam sob a influência dos Espíritos.

Médiuns escreventes: os que escrevem sob a influência dos Espíritos.

Médiuns videntes: os que, em estado de vigília, veem os Espíritos.

Médiuns inspirados: aqueles a quem, quase sempre mau grado seu, os Espíritos sugerem ideias, quer relativas aos atos ordinários da vida, quer com relação aos grandes trabalhos da inteligência.

Médiuns de pressentimentos: pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão no futuro.

Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.

Médiuns pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos.

Médiuns músicos: os que executam, compõem, ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos.

Quanto a médium de transporte, trata-se de uma das modalidades dos médiuns de efeitos físicos, assunto tratado no item 189 do cap. XVI d´O Livro dos Médiuns, do qual extraímos as informações abaixo:

Médiuns de transporte: os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais.

Médiuns tiptólogos: aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas.

Médiuns motores: os que produzem o movimento dos corpos inertes.

Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos.

Médiuns de efeitos musicais: provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música, sem contacto com estes.

Médiuns de aparições: os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes.

Médiuns pneumatógrafos os que obtêm a escrita direta.

Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, pela só imposição das mãos, ou pela prece.

Esperamos que as informações acima satisfaçam à expectativa do nosso leitor e de todos os que nos lerem.


  
 


 
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