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por Humberto Werdine

 

A paz de que necessitamos


Estamos de volta a Viena, cidade da música e das flores...das neves brancas em noites de lua cheia, onde o reflexo da lua nos brinda de claridade incomparável. E caminhando pelas ruas desta cidade, me deparo com um poster  de propaganda de um líder de um partido político racista e  xenófobo, que prega a supremacia branca e católica  contra todas as outra religiões, crenças e raças, principalmente os muçulmanos e os judeus. Não estou tendo uma viagem no tempo do Nazismo, não. É agora mesmo, século XXI, ano de 2017, mês de maio!  Que grande engano, que perda de tempo, que desperdício de vida estas pessoas estão passando. O mundo em geral está passando por momentos críticos, onde nunca como antes, estamos necessitando de mais pontes e não muros, de mais abraços e não  punhos cerrados, de mais união e não ruptura. E a figura de Jesus se ilumina em minha mente. Ontem ao fazer o Evangelho no Lar, li no livro Fonte Viva de Emmanuel e Chico a seguinte frase: Façamos a paz com os que nos cercam, lutando contra as sombras que ainda nos perturbam a existência, para que se faça em nós o reinado da luz. De lança em riste, jamais conquistaremos o bem que desejamos. A cruz do Mestre tem a forma simbólica de uma espada com a lamina voltada para baixo. Recordemos, assim, que em se sacrificando sobre uma espada simbólica, devidamente ensarilhada, é que Jesus conferiu ao homem a benção da paz, com felicidade e renovação.  E ontem mesmo à noite recebi uma mensagem de um amigo me passando um link de um vídeo e me dizendo: “veja só como as coisas estão mudando no mundo; você vai gostar muito”. E vi o vídeo e me emocionei às lágrimas. É sobre o Islamismo e o sofrimento causado a essa religião pelos fanáticos terroristas islâmicos e fala em um trecho: “lance bombas feitas de amor e paz, amizade e compreensão, as únicas que levam à paz e em outro trecho: louve a Deus com amor e não com terror.” Estou passando o link no final deste artigo. (1) Pena que os subtítulos estejam só para o Inglês e Espanhol e eu sugiro a quem entenda do tema e tenha o soft adequado que o traduza e ponha as legendas em Português. Vale a pena divulga-lo. Eu não tenho dúvida alguma que as pessoas que elaboraram este vídeo estavam inspiradas pela Espiritualidade Superior e foram fiéis às intuições pois produziram um material com uma mensagem forte de penetração profunda e que poderá positivamente marcar um ponto de inflexão em muitas pessoas.  Mas e nós em cada íntimo de nosso ser, estamos sendo fiéis às intuições dos amigos espirituais, que nunca nos deixam de amparar e sugestionar? Não tenho a resposta e cada um tem que analisar em nossa própria consciência. Muitas das vezes, os problemas e as dificuldades do dia a dia são tão abrumadoras que não ouvimos ou não sentimos a presença tão amiga e presente deles nos orientando; e caímos em um desanimo ou até nos enveredamos ao pessimismo que é um caminho curto para a depressão e, quem sabe, uma obsessão. Se passou comigo mais recentemente e conto a vocês. Um dia muito complicado profissionalmente, eu me sentia desanimado e mesmo desesperançado com os obstáculos a minha frente que decidi ir a uma igreja da Maria do Socorro aqui em Viena. É uma igrejinha quase sem ninguém dentro dela, em uma avenida muito movimentada desta cidade. Entrei e como sempre, estava somente eu e uma ou outro velhinho rezando. Fiz um silencio em minha alma e rezei pedindo a Deus que me ajudasse a encontrar a minha paz para que eu pudesse encontrar uma solução para a situação que me angustiava. Pedia a Jesus que me iluminasse os caminhos e eu saberia escolher qual caminho mais correto, mas eu precisava de sua luz. Esta Igreja tem vários candelabros que iluminam o corredor central, num total de oito grandes luminárias. Todas estavam apagadas. Eu em oração senti uma presença muito forte ao meu lado e abri os olhos. Neste momento, os candelabros começaram a ser acendidos, um por um, começando com o do altar e chegando o último encima da minha cabeça.   A Igreja estava toda iluminada. A velhinha que estava sentada em um banco um pouco à minha frente, olhava para cima e dizia: sehr schön, sehr schön, que significa muito lindo, muito lindo. E eu parado ali, as lágrimas inundando meus olhos pelo sinal claro e evidente que Jesus estava comigo e iria iluminar meus caminhos. Poucos minutos depois, chegou o padre e se dirigiu a mim e à velhinha dizendo: - Eu estava testando a nova iluminação, era para fazer mais tarde, mas resolvi fazer agora. Ficou bonita, não ficou? 

Que resposta mais evidente eu poderia esperar da Espiritualidade amiga? Saí dali com o ânimo renovado e sabedor de que Jesus tinha ouvido minhas preces e de que meu caminho seria iluminado. Mas o caminho quem tem que percorrer sou eu; eu é que tenho que escolher se sigo para frente, se vou para a direita ou para a esquerda.  Para saber o melhor caminho, só mergulharmos na nossa procura da paz interior.

O mundo está numa fase de transformação acelerada; para nós espiritas sabemos que estamos em plena fase da entrada no período de regeneração. Recentemente, Divaldo Franco nos disse em uma de suas palestras de que os espíritos inclinados ao bem estão chegando de forma acelerada, substituindo aqueles que se vão. As violências que hoje se vêm fazem parte deste cadinho de misturas entre as duas gerações, uma que sai, de forma desesperada, (chamados por Kardec de retardatários) tentando conseguir vitórias parciais, e aquela que chega imbuída de valores morais mais sublimes. Kardec já nos dizia em A Gênese cap. 18, parágrafo 26: Grande, por certo, é ainda o número dos retardatários; mas, que podem eles contra a onda que se alteia, senão atirar-lhe algumas pedras? Essa onda é a geração que surge, ao passo que eles se somem com a geração que vai desaparecendo todos os dias a passos largos. Até lá, porém, eles defenderão palmo a palmo o terreno. Haverá, portanto, uma luta inevitável, mas luta desigual, porque é a do passado decrépito, a cair em frangalhos, contra o futuro juvenil. Será a luta da estagnação contra o progresso, da criatura contra a vontade do Criador, uma vez que chegados são os tempos por ele determinados. Não devemos nos alarmar com este estado de coisas negativas, a corrupção no Brasil e a violência jihadista fundamentalista no resto do mundo. A corrupção no Brasil está sendo desvendada e mostrada à população de maneira aberta e intensa. Isto faz com que haja uma conscientização nacional para que este estado de coisas seja definitivamente mudado e a política seja totalmente reformada com novos protagonistas.

E a violência jihadista está sendo esgotada; o próprio mundo muçulmano está reagindo fortemente contra estes fundamentalistas de maneira ostensiva. As coisas estão mudando para melhor.

E qual a nossa contribuição para que este estado de coisas, a mudança na direção do bem, a chegada na fase de regeneração, sejam aceleradas? O que devemos fazer? A resposta não pode ser outra. Temos que procurar encontrar a paz em nós mesmos. Se assim fazemos, nós levamos a paz, a concórdia e a compreensão por onde passamos, por onde estejamos. Em assim fazendo, estaremos finalmente absorvendo e colocando em prática aquele ensinamento de Jesus em João 14, 27: Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. A paz de Jesus é aquela da cruz simbolizando a espada ensarilhada, a espada guardada e encerrada. Não mais ódios, revides e intolerâncias. Não mais muros e sim mais pontes, pontes de entendimento, de tolerância e de compreensão e aceitação com as diferenças. Esta é a paz que precisamos ter no mundo. Esta é a paz que conseguiremos quando conseguirmos sufocar os nossos sentimentos de orgulho, de raiva, ira e egoísmo de dentro da nossa alma, que são as sombras que ainda perturbam nossa existência. A paz do mundo começa em nós. Esta é a paz que necessitamos.

 

(1) Para assistir ao vídeo, clique aqui


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita