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por Marcelo Damasceno do Vale

 
Essa noite eu tive um sonho admirável


Em maravilhosa assembleia um belo expositor se destacava pela indumentária diferente e chamativa.

Não conseguia entender, contudo, que de tempos em tempos, durante a palestra, sua vestimenta, assombrosamente linda, se convertia em vestuário simples e singelo ao mesmo tempo em que a mensagem se modificava significativamente, parecendo-me que eram duas exposições distintas feitas pela mesma pessoa.

Apenas alguns minutos depois do despertar, as ideias e a lembrança se tornaram perfeitamente claras, quando encerrei minha oração matutina.

Descrevo agora a íntegra deste inesquecível momento de aprendizado.

O expositor apresentava-se com belo traje que lembrei ser idêntico ao dos cavaleiros templários. Na mão esquerda fabuloso escudo enquanto na destra portava uma espada empunhada quando começou a discursar:

“Irmãos, somos todos soldados do imbatível exército de Jesus, ao voltarem ao corpo físico no alvorecer do novo dia, cada um de vocês deverá empunhar sua espada e prontificar-se a ser o guerreiro destemido que defenderá a conspurcação da mensagem cristã, evento que mais uma vez acontece em nosso planeta. A pureza sacrossanta da Doutrina Espírita está em perigo e caberá a cada um de vós ser o defensor do Cristianismo redivivo. Com o escudo defender-vos-ei dos inimigos da causa e, se necessário for, e será, atacarei com a espada por todos os meios e veículos de comunicação para derrubar e ridicularizar os baluartes das heresias e aqueles que navegam pelos erros de interpretação livres e inconsequentes”.

O eminente emissário fez expressiva pausa.

Eu, assim como outros, chorávamos emocionados. A honra de ser defensor da Mensagem do Cristo, agora emoldurada pelo Espiritismo, despertou-me sublime emoção. Voltaria a lutar em favor da verdade que estava sendo desprezada e demonstraria aos equivocados que não se erra impunemente. Se necessário, usaria a força das palavras e reduziria a pó os que tomam emprestado ilusões, divulgando-as de qualquer maneira. Se necessário, esfregaria as Obras Básicas nos equivocados.

Enquanto eu me derramava nessas reflexões o nobre benfeitor que orava em silêncio desde que pausara a palavra, demonstrava grande unção que aos poucos começamos a sentir e, decorridos mais alguns instantes, a luz que era intensa passou a incomodar a tal ponto que, constrangidos, nos ajoelhamos.

Então o que eu pensava improvável aconteceu. Nosso benfeitor mostrou-se sem as extravagantes roupas e adereços. Mostrou-se, como estava na realidade. Vestia singela túnica enquanto na mão um exemplar do Evangelho, dizendo acolhedor o real conteúdo da mensagem:

“Tomai tento meus irmãos de ideal. A batalha que espera a cada um de vós é totalmente interior. Devereis, é verdade, defender a beleza e claridade da Doutrina Espírita, entretanto, ao invés de batalhar com os semelhantes, lutareis contra vossas manifestações de inferioridade. Demonstrareis a pureza dos Princípios Doutrinários vivendo e exemplificando o Espiritismo. Defendereis o que aprendeis contra qualquer ponto de vista diferente, de uma única maneira, reproduzindo a Caridade conforme entendida e vivenciada por nosso Mestre. Benevolência para com todos, indulgência com as imperfeições alheias, perdão das ofensas”.

Compreendi naquela manhã que me cabe ser templo vivo do Amor, enquanto viver a sublime mensagem espírita no esforço evolutivo.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita