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por Waldenir A. Cuin

 

A lógica da reencarnação
 

“Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos? “Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea: nisso está a expiação.” (Questão 132, de O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.)

Ninguém em sã consciência e plena lucidez de raciocínio será capaz de duvidar da justiça divina. Dessa forma não podemos ignorar que as conquistas que buscamos somente as obteremos com muito esforço, perseverança e dedicação, onde nada nos chegará às mãos gratuitamente, como presente dos “céus”.

Assim entendendo, haveremos de compreender que a perfeição a que todos estamos destinados é meta a ser atingida com intenso empenho e férrea vontade de vencer, pois não se tem notícia de que, em qualquer quadrante do Universo, alguém tenha conseguido chegar à felicidade mantendo os braços cruzados.

Então, não será difícil concluir que não podemos aprender tudo, conhecer tudo e saber tudo para sermos perfeitos, vivendo somente uma existência na Terra. E, como temos plena certeza da justiça divina, não seremos brindados no plano espiritual, em vida fora da matéria, por conquistas que não fizemos. Se no mundo físico, numa única existência não conseguimos obter toda ciência, amor, fraternidade, resignação, desprendimento e outros, e de presente nada ganhamos na vida espiritual, para chegarmos à perfeição, havemos de contar com outras oportunidades; a reencarnação, portanto é uma lógica inquestionável.

Somente a reencarnação pode explicar as desigualdades sociais, as diferenças de aptidões, de vocações, as diversidades da fortuna, as doenças de nascença, as moléstias pertinazes sem causas presentes, ódios e animosidades entre pessoas e famílias e tantas outras diferenças inexplicáveis para aquele que observa uma única vida.

Sem dúvida, já vivemos outras vidas na matéria, animando outros corpos, outros personagens no palco das existências terrenas.

Onde encontrar explicações para o fato de uma criança nascer aleijada? Problemas genéticos de seus pais?  Má-formação do feto devido ao meio ambiente? Erro médico? Erro de medicamentos? Mas a criança pagará por aquilo que não deve, pelos erros dos outros? Não, absolutamente não, ela estará, indiscutivelmente, respondendo por um passado, por outras vidas e a família que a recebe também. Certamente estiveram juntos no erro cometido em outras épocas. É a reencarnação, como nova oportunidade, permitindo os reajustes, pois ninguém duvida da justiça divina. Se erramos, precisamos reparar a falta, não será possível que outro faça isso por nós.

E as doenças pertinazes, sem causa presente? Os revezes da fortuna sem existir desperdícios? Os acidentes inevitáveis sem qualquer imprudência? O ódio gratuito entre pessoas ou mesmo entre membros de uma família? A miséria material, mesmo a pessoa lutando com todas as forças para superá-la, sem êxito? As calamidades que assolam multidões indefesas?

Seria Deus brincalhão e caprichoso? Jamais!

Ainda, como adquirir todo o conhecimento sobre as coisas do mundo, pois perfeição significa sabedoria total, numa única existência terrena?

Se na Terra os pais são pródigos em oferecer novas oportunidades aos filhos que erraram e enveredaram pelos caminhos tortuosos da vida, ou recursos abundantes aos que querem aprender mais, imaginemos como as Leis de Deus não atuam para permitir o “retorno da ovelha desgarrada ao aprisco” ou para favorecer aqueles que desejam ampliar seus conhecimentos.

A reencarnação significando a volta do Espírito para viver num novo corpo material, tendo outras oportunidades de progresso e crescimento, onde com suas próprias forças constrói sua evolução é, incontestavelmente, a expressão do amor, sabedoria e justiça de Deus, que permite aos seus filhos andarem com suas próprias pernas, sem privilégios, favores, benesses, colhendo experiências que permitirão chegar à perfeição pelos nossos próprios méritos.

Desapaixonadamente, reflitamos sobre o assunto. Hoje, não se tratando mais de uma questão religiosa, mas científica, uma vez que as mais conceituadas universidades do mundo declinam largo tempo estudando e pesquisando o assunto, que brevemente ganhará o aval da comprovação acadêmica.

Reflitamos...


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita