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por Elsa Rossi

Competindo conosco mesmo...

Cadê o tempo de catar conchinhas, contar carneirinhos, jogar dominós, abraçar árvores?...

Cadê o tempo de namorar de mãos dadas, andando nas calçadas em volta do coreto da bucólica praça, quando os músicos pintavam o ar em cores vívidas no som, que coloriam corações e almas?...

Onde se encontra o olhar calmo das pessoas, sem a ânsia de ir e vir de lojas na busca do comprar mais e mais, para apaziguar dores que não precisávamos ter?...

Porque o receio de que a geladeira fique um dia com a bandeja vazia, então entulham-se legumes e frutas que, apodrecendo, seguem a lei de Lavoisier – nada se perde e tudo se transforma, quando sejam usadas para preparar composto para plantas...

Mas cadê as plantas? Cadê os jardins? Ficaram em áreas a que nem acesso mais temos, pois estamos ilhados, cercados de concreto por todos os lados. Para se planejar visitar uma praça, é preciso colocar na agenda, com hora marcada. Isso se o tempo colaborar, sem chuva ou vento e que o acesso de carro ou de ônibus seja até os portões, e seja permitido, pois se tivermos de andar, já desmarcamos e mudamos a agenda do domingo.

Falando de Londres, há muita relação deste momento presente com a era da rainha Vitória. A classe pobre, maioria da população, vivia em situações onde, sem janelas, em espaços úmidos sem aquecimento, a tuberculose existia em larga escala. Rainha Vitória, tendo disso conhecimento, mandou se construíssem muitos parques, para que o pobre britânico ou estrangeiro pudesse ter aonde ir ao ar livre, aliviando assim a dor da pobreza e do cansaço quase escravo no trabalho, e para poderem ter a janela livre do sol, sobre suas cabeças. 

Comparando com o hoje, o que se passa em muitos lugares é a opção sedentária da vida diária. Ganhar mais, para comprar mais, para viver menos, para adoecer mais. E a doença mental se alastra já catalogada em centenas de etiquetas, que alguns chamam de epidemia de transtornos mentais, que afetam mais de 700 milhões de pessoas no mundo, conforme dados estatísticos de 2013.

Entre as mais conhecidas, destaca-mos a lista abaixo:

Transtornos de ansiedade, ataque de pânico, transtornos fóbicos, fobia social, agorafobia, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do humor, transtorno depressivo, transtorno alimentar, anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar periódica, transtornos psicóticos, transtorno delirante, esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtorno de personalidade borderline, transtorno de personalidade antissocial.

Busquei colocar esta lista para conhecimento de muitos, a fim de que reflitam e possam ler as descrições feitas por psiquiatras e psicólogos sobre cada sintoma desses.

Nós espíritas conhecemos os ataques obsessivos, que levam a suicídios, a assassinatos e outros crimes hediondos contra a vida. Como a rigor são “ELES” que nos dirigem 24 horas, a ligação espiritual com nossos adversários se faz, e está em nós buscar a ajuda na Casa Espírita e na Ciência Acadêmica, para amenizarmos ou até mesmo nos livrarmos dos incômodos...  

Praticamente em todas as famílias do mundo existe alguém com algum desses sintomas, quando aceitam saber e receber tratamento medicoterápico e muitos associam a isso os abençoados passes na Casa Espírita com o Atendimento Fraterno, e vezes sem conta são levados os nomes para as reuniões mediúnicas privativas. Sabemos que os Espíritos do bem inspiram seus tutelados a buscarem ajuda nos dois planos da vida e já os ajudam há tempos.

E assim todos nós estamos sujeitos pela Lei de Causa e Efeito, baixando a nossa “guarda” e agindo algumas vezes sob má influência espiritual. Com isso causamos algum dano a nós mesmos, à família ou à sociedade.

Ao notarmos o “erro”, nós mesmos corrigimos e oramos muito pelos que se aproveitam da falta de nossa vigilância em mantermos o padrão de boas vibrações, assim influenciando pessoas encarnadas e desencarnadas para o bem, tão necessário em todas as terras, daqui e de além-mar!
 

Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI).


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita