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Clássicos do Espiritismo
Ano 11 - N° 515 - 7 de Maio de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 25) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares

A. Um sensitivo clarividente pode, além de ver à distância, ter acesso a fatos passados da vida de outra pessoa?  

Sim. O relato feito pelo estadista suíço Zshokke, que possuía qualidades excepcionais de sensitivo clarividente, dá conta de um fato dessa natureza. Segundo ele mesmo contou,  era comum, ao esbarrar pela primeira vez com uma pessoa desconhecida, ver passar diante de seus olhos, perfeitamente distinta, uma visão de sua vida passada, enquadrada no ambiente em que se desenrolou. O incidente dessa natureza que mais o surpreendeu é relatado neste livro. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

B. Quer dizer então que a clarividência telepática não se limita a fatos ocorridos no mesmo momento, à chamada “clarividência no presente”?  

Evidentemente. No incidente da senhora que aparecia com os “pés descalços”, a ocorrência visualizada no cristal havia acontecido três horas antes de ser vista, indício notório de que, uma vez estabelecida a “relação psíquica” (produzida por meio da progenitora presente à experiência), a sensitiva, ou melhor, suas faculdades subconscientes retiraram tal incidente ainda vivo na memória da senhora afastada, incidente esse visto no cristal. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

C. Que condições são necessárias à ocorrência dos fenômenos de “clarividência telepática”? 

Segundo Bozzano, os fenômenos de “clarividência telepática” são condicionados pela necessidade imprescindível da “relação psíquica”, que só pode ser produzida nas seguintes circunstâncias: quando o sensitivo conheça a pessoa afastada com a qual deseja entrar em relação ou quando a pessoa afastada, desconhecida do sensitivo, seja conhecida de outra pessoa que se encontre em companhia do sensitivo ou em relação com ele, ou quando ao sensitivo seja apresentado um objeto usado, durante muito tempo, pela pessoa afastada, fato pertencente ao campo da psicometria. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

Texto para leitura 

341. Eis um segundo exemplo do mesmo gênero, relatado pelo célebre estadista suíço Zshokke, que possuía qualidades excepcionais de sensitivo clarividente: 

Sucede-me frequentemente que, ao esbarrar pela primeira vez com uma pessoa desconhecida e enquanto, em silêncio, eu escuto as suas palavras, vejo passar diante de meus olhos, sem procurar, e perfeitamente distinta, uma visão da sua vida passada, enquadrada no ambiente em que se desenrolou, porém quase sempre vejo uma cena principal de sua vida e nada mais. Quando isso acontece, sinto-me de tal modo absorvido na contemplação da visão que se desenvolve na minha frente, que quase não percebo mais o vulto da pessoa que me fala, embora continue contemplando o seu rosto, bem como não ouço mais a sua voz. Durante muito tempo eu tive menos confiança do que qualquer outro na veracidade de tais visões e, quando me decidia a revelar ao meu interlocutor o que estava vendo a seu respeito, esperava naturalmente ouvi-lo responder-me: “Nada disso é verdade”, e muitas vezes sentia um calafrio de horror percorrer-me os ossos quando o interlocutor respondia confirmando a minha descrição, mas, outras vezes, o espanto que lhe aparecia no rosto punha-me informado da exatidão da minha visão antes que ele a confirmasse. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

342. Eis como ele relatou um desses fatos que mais o impressionaram:

 

O incidente que passo a relatar foi um dos que mais me pasmaram: Cheguei certo dia à pequena cidade de Waldshut e fui hospedar-me no hotel Vine Inn, em companhia de dois jovens estudantes. Jantamos na Table d’Hôte, juntamente com numerosos outros viajantes que davam grandes gargalhadas quando se falava no Magnetismo de Mesmer e na Fisiognomia de Laváter (estudo do caráter de uma pessoa pelos traços fisionômicos). Um dos meus companheiros, que se sentia ofendido no seu orgulho nacional por aquelas risadas estúpidas, pediu-me que os contestasse e especialmente que fizesse calar um jovem que estava sentado na minha frente e que, mais do que qualquer outro, se permitia debochar e proferir ditos espirituosos contra os nomes desses dois grandes homens. No mesmo instante tive uma visão da vida do jovem e por isso lhe dirigi a palavra, perguntando-lhe se podia estar certo de que ele me responderia sinceramente se eu lhe revelasse coisas notáveis do seu passado, embora me fosse desconhecido, fazendo-lhe notar que, se eu obtivesse bom resultado, seria ir muito mais longe do que Laváter com os seus estudos.

Ele me prometeu que se as minhas revelações estivessem corretas, ele o confirmaria sem restrições. Então lhe descrevi tudo o que me havia aparecido na visão e todos os presentes ficaram, desse modo, informados da vida passada de um jovem viajante comercial a começar dos seus anos de escola para passar pelos seus muitos erros juvenis e terminar com uma falta muito mais grave com relação ao cofre de seu chefe e lhe descrevi ainda um quarto sem móveis, com as paredes caiadas de branco, onde à direita de quem entrava, em cima da mesa, se achava um pequeno cofre preto, etc., etc.

Durante a minha narração, um silêncio mortal reinava no ambiente, silêncio esse que só era por mim interrompido de vez em quando para interrogar o meu interlocutor se estava correta a minha descrição. O jovem, cheio do maior espanto, não fazia outra coisa senão confirmar as minhas palavras, todas as vezes que eu o interrogava, com frequentes movimentos da cabeça, o que fez também – e isso eu não esperava – quando lhe descrevi o último quadro. Surpreendido e comovido pela sua sinceridade, levantei-me e fui apertar-lhe a mão, do outro lado da mesa.

Dir-se-ia que cada homem traz consigo a história completa de sua vida como se ficasse escrita, em caracteres espirituais, em sua mente, onde outra pessoa, em “relação psíquica” com ele, pode lê-la. (William Howitt – History of the Supernatural, Vol. I, págs. 99/100). (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

343. Também quanto a este segundo episódio, deve-se observar o que foi dito com relação ao primeiro, isto é, que os informes sobre a existência passada da pessoa submetida à indagação do sensitivo representam as coisas mais salientes do seu passado e, acima de tudo, dizem respeito exclusivamente à pessoa em questão e nunca a terceira pessoa que ele tenha conhecido quando viva. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

344. Passo a narrar um exemplo igualmente notável de leitura a distância em subconsciências alheias (clarividência telepática). O célebre mitólogo Andrew Lang em sua obra intitulada The Making of Religion (págs. 83/104) relata experiências de “visão no cristal” por ele feitas com a distinta senhorita inglesa Angus, que possuía delicados dotes dessa categoria de visões supranormais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

345. Entre outras coisas, narra ele o seguinte episódio: 

A última visão que apareceu no cristal interessava muito à sensitiva, mas desapareceu para dar lugar à aparição de uma senhora vestida com um penteador e deitada em um sofá, com os pés descalços. A Srta. Angus não conseguia distinguir o rosto dela, porque a imagem lhe aparecia voltada de costas, de modo que anunciou a nova visão com manifesta contrariedade, uma vez que estava interessada na imagem anterior. A Sra. Cockburn, entretanto, para quem nenhuma visão havia aparecido, mostrou-se contrariada com isso e particularmente me manifestou o seu cepticismo sobre a veracidade das imagens aparecidas no cristal. Em um sábado, dia 5 de fevereiro de 1897, porém, tive novamente ocasião de fazer experiências com a Srta. Angus, juntamente com a Sra. Bissott, e quando esta anunciou que havia pensado em certa coisa para aparecer no cristal, a Srta. Angus divisou no mesmo uma alameda de bosque ou de jardim perto de um rio, em um céu perfeitamente sereno e completamente azul. Na referida alameda achava-se uma senhora elegantemente vestida que, passeando, fazia girar sobre o seu ombro uma sombrinha belíssima, tendo os seus passos um encadeamento rítmico algo curioso. Ao lado dela estava um jovem cavalheiro, vestido com uma roupa branca leve como a que se usa na Índia. Tinha os ombros largos, pescoço curto, nariz afilado e escutava sorrindo, mas indiferente, as palavras da sua companheira, evidentemente muito viva e bem loquaz. O rosto dessa senhora estava um tanto pálido e descarnado, como de uma pessoa em más condições de saúde. Depois a cena mudou e apareceu o mesmo moço, sozinho, tomando conta de um grupo de trabalhadores ocupados em derrubar árvores.

A Sra. Bissott reconheceu logo, na imagem que apareceu no cristal, sua própria irmã Sra. Clifton, que se achava na Índia, e ficou muito espantada quando a Srta. Angus imitou o andar da pessoa vista no cristal, andar peculiar causado por uma enfermidade que a Sra. Clifton havia sofrido anos antes. Além disso, a Sra. Bissott e o seu marido reconheceram o cunhado no homem visto pela sensitiva e então apresentaram à Srta. Angus uma fotografia da Sra. Clifton quando noiva e a Srta. Angus observou que o retrato parecia muito com a senhora por ela vista no cristal, conquanto nele parecesse mais bonita. Depois mostrou um novo retrato da Sra. Clifton, recebido na Índia, no qual aparecia perfeitamente o rosto magro da visão no cristal. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)


346. No episódio exposto, fica excluído que se pudesse tratar-se de “clarividência no presente”, visto que, no incidente dos “pés descalços”, verificou-se que havia acontecido três horas antes de ser visto no cristal, indício notório de que, uma vez estabelecida a “relação psíquica” (produzida por meio da progenitora presente à experiência), a sensitiva, ou melhor, as suas faculdades subconscientes retiraram tal incidente ainda vivo na memória da senhora afastada, incidente esse visto no cristal e transmitido pela personalidade subconsciente da sensitiva à sua própria personalidade consciente. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

347. Diga-se o mesmo do episódio realizado entre a Inglaterra e a Índia e isto porque, tendo a sensitiva visto duas pessoas quando passeavam em um jardim e logo depois a outra visão de uma só delas quando dirigia um serviço de derrubada de matas, tal demonstra que, em um caso como em outro, não se podia tratar de “clarividência no presente”, mas sim de “clarividência telepática”, isto é, leitura do pensamento subconsciente de pessoas afastadas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

348. No dia seguinte, domingo, 6 de fevereiro, a Sra. Bissott recebeu inesperadamente, da Índia, uma carta de sua irmã, datada de 20 de janeiro, carta em que a Sra. Clifton descrevia uma localidade indiana para onde ela havia ido para uma grande cerimônia e passeara num jardim, à margem de um rio. Acrescentava que, juntamente com o marido, deveria partir para outra localidade, de onde iriam para pleno campo, até o fim de fevereiro, pois que uma das atribuições de seu marido era superintender um trabalho de derrubada de matas, preparatório para a formação de novos campos de cultura. Era precisamente o que a Srta. Angus vira no cristal. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

349. Quando a cética Sra. Cockburn foi informada de tais coincidências verídicas, teve uma ideia. Escreveu à sua filha para perguntar-lhe se na quinta-feira, 2 de fevereiro, porventura ela se achava sentada em um sofá, com os pés descalços. A moça respondeu-lhe que o fato era verdadeiro, mas, quando veio a saber da forma como isso chegara a conhecimento de terceiros, expressou toda a sua reprovação por essa forma de invasão ilícita na intimidade doméstica. O incidente dos pés descalços se verificara entre as 4:30 e as 7:30 horas da tarde, ao passo que a visão correspondente se dera perto das 10 horas da noite. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

350. Do ponto de vista teórico, convém recordar, antes de tudo, que os fenômenos de “clarividência telepática” são condicionados pela necessidade imprescindível da “relação psíquica” que só pode ser produzida nas seguintes circunstâncias: quando o sensitivo conheça a pessoa afastada com a qual deseja entrar em relação ou quando a pessoa afastada, desconhecida do sensitivo, seja conhecida de outra pessoa que se encontre em companhia do sensitivo ou em relação com ele, ou quando ao sensitivo seja apresentado um objeto usado, durante muito tempo, pela pessoa afastada (psicometria). Recordemos, portanto, que fora de tais condições não é possível que um sensitivo entre em relação com uma pessoa afastada (entretanto, muitas vezes os opositores presumem que aconteça). (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

351. Além disto, convém notar que, no caso exposto, como nos casos precedentes, as visões da sensitiva se referiam unicamente a incidentes estritamente pessoais dos indivíduos vistos, bem como a incidentes ainda vivos em sua subconsciência. Finalmente, não se deve esquecer que os referidos episódios representam os limites extremos a que chegam, potencialmente e rarissimamente, as faculdades inquiridoras da “leitura do pensamento” e da “clarividência telepática”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita