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O Espiritismo responde
Ano 11 - N° 514 - 30 de Abril de 2017
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Em mensagem enviada à revista no dia 14 de abril e publicada na seção de Cartas da edição passada, o leitor Afonso Marinho de Araújo pergunta-nos: 

Qual o significado do que quis dizer Jesus: “Pai, se possível, afaste de mim este cálice, mas que se faça a sua vontade”? 

O assunto foge, como se vê, ao âmbito da doutrina espírita e certamente por isso nem chegou a ser examinado por Allan Kardec em toda a sua extensa obra.

Trata-se de interpretar uma frase atribuída a Jesus cuja veracidade nem mesmo podemos assegurar, pela simples razão de que foi relatada nos chamados evangelhos sinóticos – por Mateus, Lucas e Marcos – mas em nenhum lugar foi mencionada no Evangelho de autoria do evangelista João, único dentre os quatro presente no episódio em que a frase supostamente teria sido dita.

Se alguém argumentar que talvez João não quisesse repetir o que os outros evangelistas haviam escrito, por que no episódio da multiplicação dos pães os três evangelistas e também ele fizeram o registro dos fatos?

Dos companheiros que escrevem regularmente nesta revista, três entendem que a frase não é verídica, mas se trata de uma interpolação dentre as muitas que foram feitas, ao longo dos séculos, na chamada Vulgata latina.

Jorge Hessen diz-nos: “Na minha opinião Jesus não pronunciou tal frase...”

José Reis Chaves, conhecido estudioso dos textos bíblicos, declara: “O texto a que você se refere parece ser uma interpolação. Aliás, a Bíblia tem muitas interpolações e acréscimos. Por isso, não pode ser tomada, literalmente, como sendo a palavra de Deus. A Igreja já diz hoje que ela é a palavra de Deus escrita por homens”.

Eurípedes Kühl, médium e estudioso dos mais respeitados no meio espírita, afirma: “Sempre me encabulou a frase atribuída a Jesus e nunca me convenci de que ele teria mesmo dito citada frase, motivo da dúvida do leitor: ‘Pai, se possível, afaste de mim este cálice, mas que se faça a sua vontade’. Jamais desconsideraria os registros do Novo Testamento, por isso coloco a narração nas prateleiras do Tempo, aguardando que possam ser confirmadas. Mas me lembro de que Jerônimo, por volta de 386, após o insano trabalho de distinguir quais Escrituras estavam de acordo com o texto grego, traduzindo-as reclamou ao Papa Dâmaso que ‘da velha obra me obrigais a fazer obra nova’. Essa versão, oficial, sofreu novas alterações no Concílio Ecumênico de Trento, em 1546. Assim, e por isso, raciocinando como Kardec tanto sugere, fico na dúvida se essa frase foi mesmo pronunciada por Jesus, porque: a) se Jesus estava isolado e os discípulos dormindo, quem ouviu e reproduziu o que ele eventualmente dissera, na sua prece ao Pai, para que ficasse registrada?... Ademais, na prece Jesus se refere a abandono pelo Pai... Isso é, para mim, inaceitável; b) considerando a incomparável elevação moral e a máxima evolução espiritual de Jesus, se ele fosse atendido quanto ao citado pedido, isso poderia representar recuo de Sua sublime missão e certamente outra seria a história; c) todos os discípulos dormirem ao mesmo tempo... Considerando que era grave a situação perante as autoridades, como que eles poderiam dormir, tão candidamente, por três vezes?”

Pelas considerações expostas, dada a grandiosidade do Espírito de Jesus – Modelo e Guia da Humanidade, conforme nos é dito na questão 625 d´O Livro dos Espíritos, fica realmente difícil admitir a veracidade do episódio em questão, fato que fez até mesmo o erudito Carlos Torres Pastorino valer-se de um malabarismo típico dos teólogos cristãos tradicionais, em sua apreciação acerca do tema.

Veja o que ele escreveu a respeito do assunto: 

Mateus cita-lhe as palavras das três vezes que orou, pois nas três exprimiu o mesmo pensamento: “Se é possível, afasta de mim esta taça”: é a ânsia da personagem que teme arrostar a dor física. Mas logo a seguir acrescenta: “Mas não como quero eu, e sim como queres tu: faça-se a Tua vontade, não a minha”.

Aqui verificamos nitidamente a dualidade de vontades, entre a personagem e a individualidade, entre o Filho e o Pai, entre Jesus e Deus (Melquisedec). Como pode explicar-se isto, de quem dissera: “Eu e o Pai somos um”? e “faço apenas a vontade do Pai”?

As duas frases, e outras semelhantes, nós o vimos a seu tempo, foram proferidas pelo CRISTO, através de Jesus, com o qual estava identificada Sua individualidade. Não pela personagem terrena de Jesus, não por Seus veículos físicos. Seu Espírito (pneuma) já identificara, mas não Sua personagem (psychê) de fato, “a carne e o sangue não podem possuir o reino dos céus” (1.ª Cor. 15:50). Tudo é claro e luminoso, e não há contradições nos Evangelhos. Apesar de tudo isso, fortemente influenciada e dominada pelo Espírito a personagem se conforma e aceita que a vontade do Pai, que era também a de Seu Eu profundo, seja realizada, e que prevaleça sobre a vontade fraca e temerosa. Então essa prece, proferida três vezes pelo homem Jesus, demonstra o esforço que Sua personagem física fazia para sintonizar e concordar com a vontade do Espírito e, por conseguinte, com a vontade do Pai. Ao falar com os discípulos, cujo físico se achava enfraquecido pela perda de energia, Ele também esclarece esse mesmo ponto: “O Espírito tem boa-vontade, mas a carne é fraca”. Isso se passava com Ele nesses momentos e Ele o verificava em experiência pessoal ali mesmo vivida e sentida. (Sabedoria do Evangelho, 8º volume, p. 58 a 63.)

O 8º volume da coleção Sabedoria do Evangelho pode ser baixado, sem custo algum, clicando-se neste link: http://migre.me/wtF96



 


 
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