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Clássicos do Espiritismo
Ano 11 - N° 514 - 30 de Abril de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 24) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares

A. Nos episódios relacionados ao Capitão L., a participação mediúnica de “Carrie” revelou-se um fato indiscutível?  

Sim. Tudo nas comunicações de “Carrie”, a entidade desencarnada, mesmo as inexatidões, revelou-se procedente. Diz Bozzano que, diante dos fatos apurados, estamos obrigados, necessariamente, a admitir que no caso em apreço a personalidade mediúnica de “Carrie” era realmente o que ela dizia ser, isto é, o espírito de uma moça amiga da família do Capitão L. e que, nessa circunstância, fazia o papel de mensageiro entre o filho ferido e a mãe ansiosa por notícias. Trata-se, como se vê, de outro caso de manifestações positivamente espíritas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

B. Não seria possível atribuir ao fenômeno da “leitura do pensamento” ou à “clarividência telepática” o caso do Capitão L.?  

Não. Os fenômenos da “leitura do pensamento” e da “clarividência telepática” são constituídos de um complexo variado de manifestações, mas não cabe considerá-los no caso mencionado, em face do processo adotado e da natureza das informações transmitidas mediunicamente pela entidade designada pelo nome “Carrie”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

C. É realmente possível a um sensitivo “ler” o pensamento de uma outra pessoa igualmente encarnada?

Os fatos mostram que sim. O relato feito pela Srta. Goodrich Freer, conhecida sensitiva, a quem se deve um estudo magistral sobre suas próprias experiências de “visão no cristal”, é exemplo desse fenômeno. Extraído dosProceedings of the S. P. R. (vol. XI, págs. 114/44), Bozzano transcreveu-o nesta obra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

Texto para leitura 

329. Concluindo seu relato, o Sr. T. J. T. disse o seguinte: 

Alguns dias depois da data do último telegrama, “Carrie” nos disse que os cirurgiões tinham novamente operado o doente, mas que tudo ia bem. Depois nos informou da transferência do ferido, do hospital de campanha para outro hospital muito estranho e muito original (verificou-se que se tratava do hospital naval de Yokohama). Em setembro, o Capitão Henry achava-se em condições de escrever à sua progenitora, anunciando-lhe que no dia 27 de outubro partiria de Yokohama para repatriar-se, mas, já na noite de 17 de outubro, “Carrie” nos comunicava que ele estava em viagem e que se avizinhava da pátria. Observamos-lhe que, a julgar pela sua própria carta, ele só partiria no dia 27 do mês, mas ela insistiu em afirmar que o navio em que embarcara já se avizinhava das costas americanas e, de fato, no dia seguinte, 18, a Sra. Willa L. recebia um telegrama do filho anunciando-lhe que havia desembarcado no porto de S. Francisco. Ficara impaciente por regressar à pátria e se aproveitara de outro navio, embarcando logo.

Quando chegou em casa, estávamos, como é natural, ansiosos por verificar o que havia de exato, nas comunicações mediúnicas recebidas e ficamos sabendo que as informações a respeito de suas condições de saúde e da mudança de um hospital para outro eram inteiramente verdadeiras. Verificamos também que, depois de ferido, ele percorrera três milhas para chegar ao hospital de campanha, atravessando a nado um canal cheio de cadáveres em putrefação, e quando foi colocado na mesa de operações, desmaiou por excesso de sangue perdido. Em consequência disso só foi operado oito dias depois, de modo que, no momento em que recebemos a primeira comunicação de “Carrie”, o braço do ferido ainda não havia sido amputado. No oitavo dia, manifestou-se a gangrena, e a operação foi feita. Poucos dias depois a gangrena reapareceu nas bordas da ferida e tornou-se necessária a segunda amputação.

A perda de sangue foi tal, que determinou um estado profundo de anemia cerebral, de forma que ele não se achava em condições de afirmar se, naquele instante, havia refletido sobre a figura que faria com um braço de menos. Em seguida foi transportado para o hospital de Yokohama.

O capitão negou que houvesse sido ferido na coxa direita e, em vista disso, a informação mediúnica a respeito parecia totalmente inexata, mas um dia em que eu o ajudava a despir-se, ele me chamou a atenção para a cicatriz existente na parte interna da sua coxa direita. Tinha as proporções de uma palma de mão e a aparência de uma profunda queimadura. Explicou-me que, quando desmaiara na mesa de operações, no mesmo dia em que fora ferido, foram aplicados sobre seu corpo vários recipientes especiais cheios de água quente e que um deles, introduzido entre as pernas, ficara esquecido e por isso a coxa direita resultou literalmente cozida e se formara no local uma chaga dolorosíssima. Compreendi então que a “impressão” de “Carrie” sobre uma ferida recebida pelo capitão, na coxa direita, indubitavelmente se originara do incidente exposto.

Concluindo: estou convencido de que a série de comunicações mediúnicas por nós recebidas eram o que afirmavam ser, isto é, uma série de mensagens provenientes, positivamente, de um espírito desencarnado. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)
 

330. No caso supracitado, em última análise, tudo é verídico, mesmo as inexatidões, como aquela da queimadura interpretada como uma ferida. E até esta última resulta teoricamente mais sugestiva do que as informações precisas, pois que, por ela, fica confirmada a asserção da personalidade mediúnica comunicante, que não via diretamente os fatos, mas que vinha a conhecê-los pela “impressão”. Daí a possibilidade de frequentes inexatidões nos informes obtidos desse modo, como é o caso na circunstância referida. E, uma vez admitido que a personalidade mediúnica de “Carrie” apreendia positivamente os informes, sob a figura de “impressão”, ficam com isto eliminadas as hipóteses da telepatia e das comunicações entre vivos, pois que, tanto em um como no outro caso, não deveriam ter-se verificado inexatidões da natureza exposta. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

331. Estamos, portanto, obrigados, necessariamente, a admitir que no caso em apreço a personalidade mediúnica de “Carrie” era realmente o que ela dizia ser, isto é, o espírito de uma moça amiga da família do Capitão L. e que, nessa circunstância, fazia o papel de mensageiro entre o filho ferido e a mãe ansiosa por notícias. Em suma, trata-se de outro caso de manifestações positivamente espíritas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

332. Recordo, de fato, que, quando os opositores observam que, se se chegasse a provar que o médium retira das subconsciências alheias os informes verídicos que fornecem em nome de personalidades de vivos, então dever-se-ia presumir que consiga obter, das mesmas fontes, também os informes verídicos que fornecem em nome de personalidades de mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

333. Relembro que, quando os opositores observam tudo isso, formulam uma objeção com certa aparência de verdade e de força, conquanto efetivamente as suas induções em tal sentido sejam fruto de uma análise superficialíssima dos fatos, que demonstram, ao contrário, que nas comunicações mediúnicas entre vivos, longe de tratar-se de “clarividência telepática” ou de “telemnesia” (como presumem os opositores), o caso é de próprias e verdadeiras conversações entre duas personalidades espirituais subconscientes, demonstração esta que basta para subverter completamente os termos da questão, transformando as comunicações mediúnicas entre vivos em ótimas provas em favor da autenticidade das comunicações mediúnicas com os mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

334. De qualquer modo, a solução da tese em tal sentido reclama ainda ser ela submetida a uma prova ulterior de análise comparada que lhe confira a necessária solidez e, para fazê-lo, deve-se deslocar um tanto os termos do debate, produzindo os fenômenos afins da “leitura do pensamento” e da “clarividência telepática” sobre os quais se fundam as induções dos opositores.(2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

335. Procedendo assim, chegaremos a alcançar o escopo de circunscrever os limites das faculdades subconscientes, provando incontestavelmente que não existem faculdades supranormais capazes de selecionar, a distância, tais informes nas subconsciências alheias e, ainda menos, de selecioná-las sem limite de tempo, de espaço e de condições, fazendo ainda observar que, nas comunicações entre vivos, as personalidades fornecem elementos destinados a identificá-las. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

336. Os fenômenos da “leitura do pensamento” e da “clarividência telepática” são constituídos de um complexo variado de manifestações, mas não ocorre considerá-los aqui nos seus múltiplos aspectos, e sim nas suas fases máximas de manifestação. Recorramos, portanto, a exemplos extremos de cada uma das categorias em exame. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

337. Veremos na sequência dois exemplos, entre os mais extraordinários, de leitura do pensamento nas subconsciências alheias. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

338. Eis o primeiro, relatado pela Srta. Goodrich Freer, a conhecida sensitiva, a quem se deve um estudo magistral sobre as suas próprias experiências de “visão no cristal”. Seu relato foi extraído dos Proceedings of the S. P. R. (vol. XI, págs. 114/44):

Eu devia visitar certa amiga que se casara recentemente. Não conhecia o marido dela, mas, pelo que havia ouvido dizer, esperava encontrar um perfeito cavalheiro de alma nobre e elevada posição social. Quando me foi apresentado, notei que ele estudava os meios de ser agradável e de demonstrar delicada hospitalidade às pessoas reunidas em sua casa; contudo, desde o primeiro momento em que tive ocasião de observá-lo com alguma atenção, fui perturbada por uma curiosa forma de alucinação que me pôs perplexa a respeito dele. Em qualquer situação que ele se achasse, fosse à mesa, na sala ou ao piano, no fundo do ambiente que o circundava, a sua pessoa desaparecia para ser substituída por uma visão na qual eu divisava o mesmo senhor na infância, olhando-me com a expressão do mais abjeto terror, com a cabeça baixa, as costas altas, os braços estendidos, como que para se defender de uma tempestade de murros que lhe caíssem sobre as costas.

Como era natural, eu me dispus a fazer indagações a seu respeito, conseguindo saber que a cena por mim vista lhe havia realmente ocorrido em sua infância, em uma escola civil, em consequência de uma baixa ação de fraude devido à qual fora vergonhosamente expulso e se empenhara em violenta discussão com os seus colegas.

Como explicar semelhante forma de visão verídica? Penso que seria simbólica e que representaria uma espécie de aviso prévio a respeito da atmosfera moral que circundava o homem que se achava defronte de mim, como amostra de suas qualidades de cavalheiro, e tal impressão minha foi justificada, porque as desconfianças que geraram em mim a tal visão foram amplamente confirmadas por fatos desagradáveis que se seguiram.

As visões desse gênero me parecem análogas às que são evocadas por meio da “psicometria”, as quais não são visões telepáticas e sim “impressões” psíquicas. E parece-me absurdo pretender-se que a cena por mim vista, ocorrida dez anos antes, naquele momento se achasse presente na memória do seu protagonista. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

339. Assim diz a relatora, que tem plena razão em não admitir que sua visão tivesse origem no pensamento consciente do protagonista, que se houvesse recordado, naquele momento, do episódio vergonhoso sucedido em sua meninice. Eliminada tal hipótese, eis-nos frente a um exemplo de conformidade com aquele a que se referem os opositores da hipótese espírita, exemplos em que o sensitivo colhe informações existentes, em estado latente, na subconsciência de um terceiro. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

340. Para as conclusões teóricas que teremos, a seu tempo, de extrair do episódio em exame, convém notar nele estas duas circunstâncias essenciais: em primeiro lugar, que o incidente em questão era relativo à experiência pessoal do protagonista e não se tratava de coisas de um terceiro qualquer por ele conhecido; em segundo lugar, que o incidente visto pela sensitiva, embora afastado no tempo, era de natureza tal a imprimir-se indelevelmente na alma de quem o havia suportado. Não era insignificante, como quase sempre são os informes fornecidos pelos mortos com o fim único de provarem a sua identidade pessoal. As duas circunstâncias indicadas são de importância decisiva na interpretação teórica dos fatos, como dentro em breve demonstraremos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita