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Clássicos do Espiritismo
Ano 11 - N° 513 - 23 de Abril de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 23) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares

A. Que particularidade revela a comunicação relatada pela Srta. Anne Stockinger e transcrita por Bozzano nesta obra?  

O relato feito pela Srta. Anne Stockinger – classificado neste livro como Caso 34 – mostra que os Espíritos sabem perfeitamente o que ocorre em nossas vidas e podem perfeitamente, caso não exista impedimento, revelá-lo. Essa é, por sinal, uma constante nas diferentes experiências em que a comunicação entre vivos é intermediada por Espíritos. O relato a que nos referimos, devidamente documentado, foi publicado no Journal of the American Society for Psychical Research (1916, pág. 291). (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

B. No caso relatado em seguida – Caso 35 – observa-se uma circunstância que por si só basta para demonstrar sua origem genuinamente espírita. Que circunstância é essa? 

O caso faz parte do livro da Sra. Florence Marryat, There is no death. É que nas experiências por ela relatadas os dois grupos de experimentadores, em vez de fazerem as sessões na mesma ocasião, reuniram-se em dias separados, isto é, nas noites de terça e quinta-feira. Em tais circunstâncias, não é mais possível recorrer-se a uma interpretação mais ou menos telepática dos fatos e, portanto, não é possível classificá-los entre os fenômenos de comunicações mediúnicas entre vivos, porque a mensagem telepática não pode, certamente, levar dois dias no espaço à espera de que se reúna um grupo de experimentadores longínquos a que teria de ser transmitida, pois fatalmente e instantaneamente deveria percorrer o seu caminho pelo éter. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

C. No episódio que envolveu o Capitão Henry L., há um pormenor que reforçou de modo notável a autenticidade da comunicação mediúnica obtida. Qual é ele?  

O episódio compõe o Caso 36. No ano de 1900, o Capitão Henry L. partira para a China, onde haviam sido iniciadas hostilidades entre os aliados e o governo chinês. No dia 13 de julho deu-se o combate de Tien-Tsin e os jornais publicaram a lista dos oficiais mortos e feridos. Entre estes últimos achava-se o nome do Capitão Henry L. A mãe dele, Sra. Willa L., ficou profundamente consternada. Na mesma noite o Sr. T. J. T. propôs que pedissem informações às personalidades mediúnicas sobre os ferimentos que ele recebera. Na comunicação mediúnica obtida o Espírito comunicante informou que o Capitão não havia morrido, contrariando a informação oficial publicada pelos jornais, e o fato revelou-se verdadeiro, porque o Capitão, embora bastante ferido, resistira e conseguira, conforme informado pelo Espírito, sobreviver. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

Texto para leitura 

319. Caso 34 – Destaco-o de um longo relato da Srta. Anne Stockinger sobre as suas próprias experiências supranormais, espontâneas e provocadas, relato otimamente documentado e publicado no Journal of the American Society for Psychical Research (1916, pág. 291). Ei-lo: 

Naquele período, duas primas nossas, as senhoras Nellie e Gula Scahrtz, ficaram órfãs e vieram viver conosco, tendo a primeira dezoito anos e a segunda quinze. Em junho de 1902, Nellie partiu para Indianápolis, em cujo hospital civil ingressou para fazer os três anos de prática exigidos para receber o diploma de enfermeira. Gula e eu continuamos a fazer sessões com a mesinha e certa noite manifestou-se o espírito de uma sua falecida irmã. Entre outras coisas, indagamos-lhe se nos podia dizer o que estava fazendo, naquele instante, em Indianápolis, a sua irmã Nellie. Respondeu-nos ela: “Esperem um momento que eu vou ver” e depois de alguns minutos voltou, informando: “Nellie não deseja que saibam o que ela está fazendo agora, pois se o souberem, ficarão apreensivas, com receio de que perca a saúde. De qualquer modo, encontrei-a escrevendo uma carta para vocês, carta que receberão dentro de dois dias”. E, de fato, a tal carta chegou na manhã do segundo dia, de modo que, neste ponto, a mensagem mostrou-se verídica, mas ficavam por verificar outras informações.

Escrevi, portanto, a Nellie, encaminhando-lhe a mensagem de sua falecida irmã, mas não conseguimos saber coisa alguma até quatro meses mais tarde, quando Nellie regressou em gozo de férias. Então ela nos mostrou logo uma fotografia, observando a respeito: “Eis o que eu estava fazendo naquele dia de março, quando vocês receberam a mensagem. Contrariamente ao regulamento do hospital, eu lhes remeti escondida a carta que ela lhes disse que eu estava escrevendo, mas tive bem o cuidado de não deixar vocês saberem o que eu estava fazendo para que não ficassem alarmadas pela minha saúde. Esta fotografia foi tirada através da janela da enfermaria em que estava eu encerrada”. Via-se, na fotografia, Nellie junto da figura horrível de um enfermo com varíola negra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)
 

320. Tal o fato, que o Dr. Hyslop faz seguir dos comentários abaixo: 

A observação contida na mensagem mediúnica, que Nellie não desejava se soubesse o que estava ela fazendo naquele momento, faz-me lembrar as experiências análogas de William Stead, por ele consideradas como comunicações de vivos.

O episódio em questão pode também representar o que é no máximo explicado pela telepatia e pela clarividência, mas a observação sobre a pessoa que se achava longe e que não desejava que os destinatários soubessem o que estava ela fazendo, pareceria implicar alguma coisa mais do que uma leitura passiva do que havia em sua subconsciência e tal implicaria também o propósito, por parte do agente mediúnico, de não transmitir a informação pedida. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

321. É precisamente assim, e tal observação parece suficiente para eliminar a hipótese de clarividência telepática, mas não a de uma presumível comunicação mediúnica entre vivos, visto que, em tal caso, ter-se-ia tratado de uma conversa entre duas personalidades integrais subconscientes e, em consequência, pareceria ainda verossímil presumir-se que a personalidade subconsciente da enfermeira tenha podido abster-se de comunicar aos parentes uma notícia que poderia inquietá-los. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

322. Isto posto, em homenagem às regras da pesquisa científica, não parece porém racional descuidar da outra circunstância de que quem se manifestou mediunicamente foi a personalidade de uma morta que, interrogada a respeito de uma pessoa distante, respondeu: “Esperem um momento que eu vou ver”. E, como o desenvolvimento final dos fatos gira inteiramente em torno de tal fato de natureza espírita, não se pode deixar de comparar o episódio aos outros episódios iguais, já citados, que têm caráter genuinamente espírita, tirando daí a convicção de que a hipótese espírita é indubitavelmente a mais verossímil e a mais provável também nas circunstâncias expostas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

323. Caso 35 – Retiro-o do já citado livro da Sra. Florence Marryat, There is no death (pág. 35), que escreve: 

Eu tinha o costume de levar meus filhos para o banho de mar no verão e, em uma das estações de banho, a fim de verificar até onde a mesinha podia realmente mover-se independentemente da “cerebração inconsciente” dos homens de ciência, eu me entendi com dois amigos, os Srs. Helmore e Colnaghi, meus habituais companheiros de sessão em minha casa, e combinamos continuar regularmente as nossas sessões apesar da separação: eu, em minha residência de beira-mar, todas as terças-feiras à noite, e eles em Londres, às quintas-feiras à noite, e isso a fim de transmitirmos algumas mensagens por intermédio do espírito-guia “Charlie”.

Na sessão da primeira terça-feira, eu disse a “Charlie”: “Pergunta-lhes se os seus corações sentem minha ausência” e a mensagem foi fielmente transmitida pela mesinha na quinta-feira seguinte. Na segunda terça-feira “Charlie” se manifestou logo, para transmitir, com a mesma fidelidade, a resposta dos amigos de Londres, que era assim concebida: “Informa à Sra. Marryat que Londres sem ela nos parece um deserto”, ao que eu repliquei com muita sinceridade, senão com pouca elegância: “Que tolice!” Poucos dias após eu recebia uma carta de meu amigo Helmore, na qual observa ele: - Receio que o nosso “Charlie” já ande enfadado com a função de portador de cartas, visto que, na última quinta-feira, apesar de nossa insistência para saber a mensagem da senhora, a mesa não fez outra coisa senão repetir “Que tolice!” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

324. No caso exposto, nota-se uma circunstância que por si só basta para demonstrar a sua origem genuinamente espírita e é que, nas experiências em questão, os dois grupos de experimentadores, em vez de fazerem as sessões na mesma ocasião, reuniram-se em dias separados, isto é, nas noites de terça e quinta-feira. Em tais circunstâncias, não é mais possível recorrer-se a uma interpretação mais ou menos telepática dos fatos e, portanto, não é possível classificá-los entre os fenômenos de comunicações mediúnicas entre vivos, porque a mensagem telepática não pode, certamente, levar dois dias no espaço à espera de que se reúna um grupo de experimentadores longínquos a que teria de ser transmitida, pois fatalmente e instantaneamente deveria percorrer o seu caminho pelo éter. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

325. Segue-se daí que, em tais circunstâncias, a lógica impõe que os fatos sejam interpretados conforme se manifestam notoriamente, isto é, concluindo-se pela presença real de uma personalidade espiritual que acolha a mensagem e a retenha na sua memória, à espera de chegar o dia de transmiti-la às pessoas às quais se destinam. Não é fácil cogitar-se de uma terceira solução para o caso em exame. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

326. Caso 36 – Tomo-o do Journal of the American S. P. R. (1918, págs. 728/37). Trata-se de um episódio rigorosamente documentado. Seus protagonistas, devido à sua posição social, não desejam que os seus nomes sejam divulgados. O Sr. T. J. T., que naquela ocasião era um alto funcionário do Ministério do Tesouro dos Estados Unidos, exercitava-se em experiências mediúnicas com a Sra. Willa L. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)  

327. No ano de 1900, o filho dessa senhora, o Capitão Henry L., partira para a China, onde haviam sido iniciadas hostilidades entre os aliados e o governo chinês. No dia 13 de julho deu-se o combate de Tien-Tsin e os jornais publicaram a lista dos oficiais mortos e feridos. Entre estes últimos achava-se o nome do Capitão Henry L. A mãe dele, Sra. Willa L., ficou profundamente consternada. Na mesma noite o Sr. T. J. T. propôs que pedissem informações às personalidades mediúnicas sobre os ferimentos que ele recebera. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

328. Estes são os antecedentes do caso. O Sr. T. J. T. continua a sua narrativa nos seguintes termos: 

Não se chegou a resultado algum, mas no fim da sessão a “prancheta” moveu-se com a rapidez característica e foi ditado:  - Sou a vossa amiga “Carrie P.”. Noto que Willa acha-se profundamente preocupada. Que aconteceu? Relatamos-lhe o ocorrido, acrescentando que as personalidades mediúnicas que se manifestaram não se achavam em condições de fornecer informações sobre o estado do ferido.

Na noite seguinte fui novamente à casa da Sra. Willa L. e mal apoiei a mão sobre a “prancheta”, esta imediatamente se moveu e escreveu: “Sou Carrie. Já fui procurar o Henry e folgo em informar que ele está vivo. Ontem à noite, quando a deixei, disse comigo mesma: “Oh! se eu o pudesse ver e aliviar a dor da pobre mãe!” Pois bem, percebi que esse desejo ardente me havia posto em condições de vê-lo. Está ferido no lado esquerdo. Várias artérias cortadas, perdeu grande quantidade de sangue e está, portanto, fraquíssimo, porém resta esperança de cura. Acha-se ferido também na coxa direita.”

Ficamos bem impressionados com tal mensagem, em cuja autenticidade acreditamos inteiramente. Procuramos saber exatamente quais os locais das feridas, porém ela não nos soube dizer mais nada, esclarecendo que o seu modo de observar os fatos não é precisamente o que nós chamamos “ver”, mas antes uma “impressão” e, a seguir, empregou sempre o termo “impressão”.

Dois dias após, o New York Herald publicava uma narração da batalha de Tien-Tsin, na qual se lia o seguinte trecho: “O Capitão Henry L. transportou o Tenente B. debaixo de nutrido fogo do inimigo, ficando por sua vez ferido em um braço e uma perna. Atravessou a nado o canal sob fogo do inimigo, sem nunca abandonar o Tenente B. Em consequência, foi-lhe amputado um braço.”

Pedi, à noite, explicações sobre o caso a “Carrie”, porque ela havia informado que o capitão fora ferido do lado esquerdo, quando o telegrama dizia de um ferimento no braço que fora amputado. Respondeu-nos ela que não recebera “impressão” alguma de amputação, mas que se tratava de um ferimento no braço esquerdo, o que estava de acordo com a “impressão” que havia então recebido.

Poucos dias mais tarde, o New York Sun publicava um telegrama tratando do Capitão Henry L. e informando que ele se achava levemente ferido e dentro de breves dias estaria curado. (Soubemos depois que tal telegrama fora ditado ao correspondente do jornal pelo próprio capitão a fim de tranquilizar a sua progenitora.) Esse telegrama teve como efeito abalar a minha fé nas comunicações mediúnicas recebidas.

Quando, à noite, referi o conteúdo a “Carrie”, insistiu ela em afirmar que, ao contrário, o Capitão L. se achava em condições de extremo abatimento, mas, ao mesmo tempo, negou que lhe houvessem amputado um dos braços. Observa ela a propósito: “Li na mente dele o seguinte pensamento: Que figura faria eu se me amputassem um braço?” Ora, penso eu que, se lhe tivessem amputado um braço, deveria sabê-lo.

Finalmente, em 29 de julho o Almirante Remey telegrafou à Sra. Willa L. nos seguintes termos: “Capitão Henry L. ferido por bala no braço esquerdo grande perda de sangue ruptura do antebraço amputado no ombro cura duvidosa.” Tratava-se de informações autênticas e definitivas, de sorte que “Carrie” ficou algo decepcionada ao verificar que não havia recebido “impressão” alguma com referência à amputação ocorrida. De qualquer modo, continuou a manter-nos diariamente informados sobre o estado do enfermo, repetindo-nos que o seu robusto organismo venceria a prova. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita