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O Espiritismo responde
Ano 11 - N° 512 - 16 de Abril de 2017
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
O leitor Lucio de Sousa Puchetti, em mensagem publicada na seção de Cartas desta mesma edição, pergunta-nos: 

Qual o conceito de mônada, princípio espiritual e princípio inteligente na Doutrina Espírita? São termos que utilizamos para designar a mesma coisa? 

O significado do termo mônada, segundo os léxicos mais conhecidos, varia conforme o ramo do conhecimento em que é ele utilizado. Na Biologia, significa organismo simples ou muito pequeno. Na Zoologia, gênero de infusórios microscópicos. Em Filosofia, designa a união perfeita do espírito e da matéria, conforme teoria que remonta a Pitágoras, ou, de acordo com as ideias de Leibnitz, a substância simples, criada desde o princípio, inacessível a quanto existe e incorruptível, mas sujeita a evoluções e desenvolvimento até alcançar o intelectual.

O termo mônada não aparece nas obras da codificação da doutrina espírita. Mas é utilizado por André Luiz em sua obra intitulada Evolução em Dois Mundos, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.

Eis, extraídos da obra citada, alguns trechos em que a palavra é mencionada: 

Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos em colmeias imensas e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento. (Evolução em Dois Mundos - Primeira Parte: cap. 1 – Fluido Cósmico.)

 

A matéria elementar, de que o elétron é um dos corpúsculos-base, na faixa de experiência evolutiva sob nossa análise, acumulada sobre si mesma, ao sopro criador da Eterna Inteligência, dera nascimento à província terrestre, no Estado Solar a que pertencemos, cujos fenômenos de formação original não conseguimos por agora abordar em sua mais íntima estrutura. A imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a espraiar-se no colo da paisagem primitiva. Dessa geleia cósmica verte o princípio inteligente, em suas primeiras manifestações... Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo constituído. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 3 - Evolução e corpo espiritual.)

 

Nascimento do reino vegetal - Aparecem os vírus e, com eles, surge o campo primacial da existência, formado por nucleoproteínas e globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios inteligentes ou mônadas fundamentais, que se destacam da substância viva, por centros microscópicos de força positiva, estimulando a divisão cariocinética. Evidenciam-se, desde então, as bactérias rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces profundos da evolução, lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada, as células primevas, que se responsabilizariam pelas eclosões do reino vegetal em seu início. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 3 - Evolução e corpo espiritual.)

 

Formação das algas - Sustentado pelos recursos da vida que na bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no reino animal. O tempo age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, e aparecem as algas nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas flexuosas, circulando no corpo das águas, vestidas em membranas celulósicas, e mantendo-se à custa de resíduos minerais, dotadas de extrema motilidade e sensibilidade, como formas monocelulares em que a mônada já evoluída se ergue a estágio superior. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 3 - Evolução e corpo espiritual.)

 

Dos artrópodos aos dromatérios e anfitérios - Mais tarde, assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodos, de exosqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em sua estrutura molecular, para, em seguida, surpreendê-la, guindada à condição de crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, em cujo sangue – condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência no império da alma – detém a hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco inalienável das individuações do Espírito, nas mutações da forma que atende ao progresso incessante da Criação Divina. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 3 - Evolução e corpo espiritual.)

 

Faixas inaugurais da razão - Estagiando nos marsupiais e cretáceos do eoceno médio, nos rinocerotídeos, cervídeos, antilopídeos, equídeos, canídeos, proboscídeos e antropoides inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora aquisições de importância entre os megatérios e mamutes, precursores da fauna atual da Terra, e, alcançando os pitecantropoides da era quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 3 - Evolução e corpo espiritual.)

 

Na intimidade dos corpúsculos simples que evoluiriam para a feição de máquinas microscópicas, formadas de protoplasma e paraplasma, fixam-se, vagarosamente, sob influenciação magnética, os fragmentos de cromatina, organizando-se os cromossomos em que seriam condensadas as fórmulas vitais da reprodução. Processos múltiplos de divisão passam a ser experimentados. A divisão direta ou amitose é largamente usada para, em seguida, surgir a mitose ou divisão indireta, em que as alterações naturais da mônada celeste se refletem no núcleo, prenunciando sempre maiores transformações. (Obra citada - Primeira Parte: cap. 7 - Evolução e hereditariedade.) [Negritamos.] 

Pela leitura dos trechos transcritos, percebe-se que os termos mônada celeste e princípio inteligente se equivalem, segundo a conceituação adotada por André Luiz na obra que ele dedicou ao complexo tema da evolução.

Acerca dos termos princípio espiritual e princípio inteligente já nos manifestamos na edição 321, de 21 de julho de 2013, desta revista, em resposta a uma questão apresentada pela leitora Filomena Branco, de Portugal. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano7/321/oespiritismoresponde.html

No aludido texto lembramos ao leitor que Emmanuel preferiu, entre os dois termos, utilizar  em sua obra o termo princípio espiritual, que não tem, no entanto, guarida na principal obra espírita – O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec –, no qual a expressão princípio inteligente é utilizada com o mesmo sentido que Emmanuel dá ao termo princípio espiritual, como adiante demonstramos: 

“Que é o espírito? – O princípio inteligente do Universo.” (L.E., questão 23.)

 

“Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material? – Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo por que essa formação se operou é que são desconhecidos.” (L.E., questão 79.)

 

“Que definição se pode dar dos Espíritos? – Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.” (L.E, questão 76.)

 

“A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente do Universo.” (L.E, nota aposta à questão 76.)

 

“Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados? – Do elemento inteligente universal.” (L.E., questão 606.)

 

“Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais? – Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.” (L.E., questão 606-a.) [Negritamos.] 

A mesma ideia apresentada em O Livro dos Espíritos aparece em O Livro dos Médiuns, como adiante se vê: 

“Seja qual for a ideia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria.” (L.M., cap. I, item 1.)

 

“Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que mais tarde falaremos, levaram à consequência de que há no homem três componentes: 1º, a alma, ou Espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral; 2º, o corpo, invólucro grosseiro, material, de que ele se revestiu temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais; 3º, o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo.” (L.M., cap. I, item 54.)

 

"Depois da morte do animal, o princípio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por certos Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, nos quais continua ele a obra de sua elaboração." (L.M., cap. XXV, item 283, pergunta 36ª.) 

Anos mais tarde, porém, no livro A Gênese, o Codificador do Espiritismo preferiu a expressão princípio espiritual, como podemos verificar no cap. IV, item 16, e no cap. XI, itens 1 e 2. Chama-nos a atenção, nessa obra, o trecho adiante reproduzido, em que utiliza princípio espiritual com o mesmo sentido de princípio inteligente mencionado em O Livro dos Espíritos

“A existência do princípio espiritual é um fato que, por assim dizer, não precisa de demonstração, do mesmo modo que o da existência do princípio material. E, de certa forma, uma verdade axiomática. Ele se afirma pelos seus efeitos, como a matéria pelos que lhe são próprios. De acordo com este princípio: ‘Todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente’, ninguém há que não faça distinção entre o movimento mecânico de um sino que o vento agite e o movimento desse mesmo sino para dar um sinal, um aviso, atestando, só por isso, que obedece a um pensamento, a uma intenção. Ora, não podendo acudir a ninguém a ideia de atribuir pensamento à matéria do sino, tem-se de concluir que o move uma inteligência à qual ele serve de instrumento para que ela se manifeste.” (A Gênese., cap. XI, item 1.) 

Já na Revue Spirite, em inúmeras passagens, Kardec usa a expressão princípio inteligente como sinônimo de alma, o que é possível verificar na Revue de 1861, pág. 242; na Revue de 1864, pp. 138 e 139; na Revue de 1865, pág. 95, e na Revue de 1868, págs. 259 e 260, conferindo à expressão princípio espiritual a ideia de elemento espiritual, em oposição a elemento material. 

Concluímos, então, naquela oportunidade, conforme tudo o que ali foi exposto, que devemos usar a expressão princípio espiritual como elemento, em oposição a princípio material, reservando a expressão princípio inteligentepara os casos em que queremos referir-nos à parte imaterial individualizada presente nos seres vivos que sobrevive ao fenômeno da morte. No caso dos animais e dos homens, a essa parte imaterial individualizada o Espiritismo dá o nome de alma.



 


 
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