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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 510 - 2 de Abril de 2017

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 31)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. O marquês de Sade comoveu-se com o desabafo sincero feito por Madame X?

Não. Ele manteve a arrogância habitual e fez ironia com relação àquele encontro, que ele chamou de “tribunal ridículo”. Quanto à sua responsabilidade nos atos que praticou, disse que apenas fez o que achou melhor para si e para todos aqueles que desejavam uma vida de prazer e não tinham coragem de realizá-la. “Eu apenas direcionei-os para o que sempre desejaram. Gênio, que sempre fui, soube cercar-me de amigos e cooperadores que me compartiam as experiências e se extasiavam com as mesmas. Por isso, a justiça, sempre corrupta, não conseguiu vencer-me.” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

B. A grande surpresa do encontro foi a chegada ao recinto da própria mãe do marquês, algo que ele certamente não esperava. Qual foi sua reação ao reencontrá-la?

Marie-Eléonore acercou-se do marquês de Sade e o envolveu em um olhar inesquecível. As vibrações superiores tomavam a todos os que ali estavam, produzindo inefável sensação de paz. O trânsfuga espiritual, reconhecendo a iluminada visitante, atirou-se de joelhos, e gritou em lágrimas, que subitamente banharam-lhe o rosto, exclamando: “Mamãe! Novamente você vem salvar-me, descendo do paraíso até o inferno em que me encontro?” Ela lhe respondeu: “Donatien Alphonse, venho em nome do Amor para estar contigo. Ainda não mereço o paraíso nem te encontras no inferno. Estamos ambos na Casa do Pai, em regiões diferentes, a serviço das Suas incomparáveis Leis. Tem bom ânimo e renasce para a vida, mais uma vez, arrancando do teu íntimo o câncer que te vem consumindo há tanto tempo. É chegado o momento de recomeçar...” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

C. Ninguém pode fugir ao divino tropismo, fonte geradora de toda energia e vida?

Sim. Foi exatamente isso que Marie-Eléonore disse a seu filho. Eis suas palavras: “Dia próximo se anuncia em que a fraternidade legítima estenderá braços protetores a todos os indivíduos. Os sicários de agora se tornarão protetores das suas antigas vítimas e os maus dar-se-ão conta da necessidade de se tornarem bons, a fim de fruírem de felicidade, no convívio ideal, construindo o mundo melhor anunciado por Jesus. Todos, no processo da evolução, experimentam erros e acertos, optando por quais recursos mais utilizar-se, a fim de encontrarem a dita que almejam. Alguns, que se equivocam, detendo-se na alucinação que elegem como meio de ventura, agredindo-se e ao determinismo das Leis Divinas, podem demorar-se por largo período no engodo, até o momento em que soa a sua libertação, não mais suportando as amarras nas quais estertoram. Luze sempre a claridade do amor na sombra mais densa e a misericórdia de Deus está sempre próxima de todos, bastando apenas que cada um se permita sintonizar com os valores elevados do Espírito, para ser beneficiado e começar a sua libertação. Por mais se alonguem os dias do terror e da enfermidade espiritual, sempre chega o momento da paz e da cura apontando o roteiro para Deus. Ninguém, desse modo, poderá fugir desse divino tropismo que é a fonte geradora de toda energia e vida”. (Sexo e Obsessão, capítulo 17: Libertação e felicidade.) 

Texto para leitura 

151. O marquês insiste com sua arrogância – Madame X estava sinceramente comovida, e no apelo que lhe partia do imo exteriorizavam-se as energias que lhe foram ministradas nos dias precedentes, fortalecendo-a para aquele encontro singular. O rosto do marquês congestionou-se e ele parecia pronto para uma explosão sem precedentes. Iracundo e cínico, deblaterou: “Que tribunal ridículo é este? Estive, na Terra, muitas vezes, diante de juízes e acusadores, de severos justiceiros e de cínicos membros do puritanismo social, que se apresentavam como portadores da verdade, da dignidade e do respeito humano. Esses mesmos hipócritas promoviam as guerras, em algumas das quais estive defendendo-os e à França, enquanto eles se escondiam para fugirem às batalhas. No entanto, não trepidavam em punir-me com a sua falsidade, porquanto não poucos se permitiam realizar às ocultas os prazeres que criei, condenando-me em mecanismos de autopunição, que não tinham coragem de infligir-se. Nada mudou, inclusive entre os mortos. E são os senhores os representantes da verdade, da honradez, da felicidade humana que me querem impingir culpas, que não as tenho, pensando em mudar-me o destino? Estão profundamente enganados, porque também eu conheço alguns dos mecanismos das Leis que regem o Universo. Eu somente me permiti fazer o que achei melhor para mim mesmo e para todos aqueles que, à minha semelhança, desejavam uma vida de prazer e não tinham coragem de realizá-la. Eu apenas direcionei-os para o que sempre desejaram. Gênio, que sempre fui, soube cercar-me de amigos e cooperadores que me compartiam as experiências e se extasiavam com as mesmas. Por isso, a justiça, sempre corrupta, não conseguiu vencer-me”. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

152. Uma visita surpreendente – “Ninguém deseja violentar o sofrido amigo...”, interferiu o irmão Anacleto. Mas, interrompendo-o, o marquês interrogou: “Como se atreve dizer que sou um sofrido amigo? Nem sou sofrido e muito menos seu amigo. Eu sou um dos senhores da cidade do prazer, sem dúvida, sem amigos, porque sou poderoso e estes não têm amigos e sim áulicos, bajuladores... Não me venha, pois, com pieguismos cristãos, de que me libertei quando ainda jovem, embora a Religião da época me tenha absolvido e me sepultado com as suas bênçãos que, como vê, não adiantaram nada...” Mantendo-se inalterado, o Benfeitor prosseguiu, calmo e seguro: “O nosso sofrido amigo está também cansado da farsa que se vem permitindo, porque, na relatividade das ações infelizes, momento sempre chega em que o indivíduo, saturado e aturdido, busca a realização suprema da vida, que é o amor. E o amor é a única resposta para todas as questões perturbadoras da Humanidade”. Nesse momento, todos escutaram uma doce voz que lhes chegava de Esfera Superior e alcançava-lhes a acústica da alma, produzindo em todos elevada emotividade. O venerável Dr. Bezerra de Menezes dirigiu-se à porta de entrada da sala e recebeu nobre Entidade acolitada por mais dois Espíritos elevados, a qual, envolta em diáfana luminosidade, entoava comovedora canção de ninar. Os sofredores, surpreendidos pelo doce enlevo e encantamento dos visitantes, não puderam esconder a emoção que os tomou, enquanto Philomeno e seus colegas, igualmente felicitados pelo inesperado acontecimento, deixaram-se envolver pela misericórdia de Deus, tomados pela expectativa dos próximos acontecimentos. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

153. O marquês revê sua mãe e chora – Era a primeira vez que Philomeno participava de uma atividade espiritual de grande porte e acontecia algo semelhante, com fins psicoterapêuticos, ao mesmo tempo de alto significado. Ele, evidentemente, não pôde evitar a curiosidade que bailava em sua mente. Quem seria a virtuosa visitante? Qual a finalidade da sua presença? A entidade espiritual, ao adentrar o recinto e fazê-lo recender peculiar aroma espiritual, acercou-se do marquês de Sade, envolvendo-o em um olhar inesquecível. As vibrações superiores tomavam a todos os que ali estavam, produzindo inefável sensação de paz. O trânsfuga espiritual, reconhecendo a iluminada visitante, atirou-se de joelhos, e gritou em lágrimas, que subitamente banharam-lhe o rosto, exclamando: “Mamãe! Novamente você vem salvar-me, descendo do paraíso até o inferno em que me encontro?” Ela lhe respondeu: “Donatien Alphonse, venho em nome do Amor para estar contigo. Ainda não mereço o paraíso nem te encontras no inferno. Estamos ambos na Casa do Pai, em regiões diferentes, a serviço das Suas incomparáveis Leis. Tem bom ânimo e renasce para a vida, mais uma vez, arrancando do teu íntimo o câncer que te vem consumindo há tanto tempo. É chegado o momento de recomeçar...” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.)

154. Marie-Eléonore fala ao filho – Enquanto a genitora, aureolada de luz, confortava o filho, o irmão Anacleto informou mentalmente a Philomeno: “Trata-se da veneranda mãe do infeliz marquês, que na Terra se chamava Marie-Eléonore, que não poucas vezes utilizou-se da influência do nome e da sua posição na Corte, especialmente como dama de companhia da princesa de Conde, para libertar do cárcere e mesmo da pena de morte o filho inditoso e rebelde. Havendo desencarnado com a alma dilacerada pelas atrocidades que o mesmo praticara contra muitas vidas, sofrida ante a herança nefanda que o mesmo atirara sobre o nome da família, vem trabalhando desde então para este encontro, que somente hoje foi possível realizar. Uma das Entidades felizes que a acompanham é o abade Amblet, que foi o preceptor particular do marquês e procurou ser-lhe amigo fiel por toda a vida, mesmo durante as loucuras que o levaram, por fim, ao manicômio no término da existência malfadada. Como se pode depreender, nunca falta a presença da misericórdia de Deus ao mais terrível infrator, como abençoado sol que aquece o pântano, que dele sequer dá-se conta, a fim de purificá-lo, sem pressa nem punição”. A nobre visitante ergueu o filho infeliz e envolveu-o em um abraço de ternura, mas ele, tentando desvencilhar-se, acentuou: “Eu sou todo podridão, enquanto você é o lírio mais puro que medra no jardim irrigado de Sol”. “Filho da alma! - retrucou a Entidade elevada. Somos todos filhos do mesmo Pai, que nos gerou para a felicidade e nunca para a permanente desventura. Escolhemos o difícil caminho por livre opção, e, não poucas vezes, demoramo-nos nos desvios, até o instante em que nos chega o socorro, a segura diretriz que nos liberta de nós próprios. E este é o nosso instante. Em muitas ocasiões tentei visitar-te na tua cidade, mas o momento não era chegado. Tenho ouvido as rogativas de muitas mães, cujos filhos tombaram nas redes do seu desar, alguns dos quais lá permanecem nas furnas e antros de perversidade e insensatez, cansados de sofrer e loucos por novos prazeres que não sabem mais experienciar. Reconheço que cada um de nós escolhe sempre o caminho com o qual mais se identifica, permanecendo nele enquanto convém. No entanto, aqueles que nos induzem a determinadas atitudes, se não são responsáveis diretos pela ocorrência, são-no indiretamente, por haverem contribuído para a eleição das mesmas. E, no caso, o filho querido tem sido estímulo e modelo, encantamento e motivação para que muitas patologias sexuais encontrem campo de exteriorização e mercado para o seu estranho infeliz comércio.” (Sexo e Obsessão, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

155. Ninguém pode fugir ao divino tropismo – A nobre dama fez uma breve pausa, a fim de que todos se impregnassem dos seus sábios conselhos, permitindo que se ouvissem os choros convulsivos de Rosa Keller e de Madame X, amparadas pelos Mentores do labor espiritual. Logo após, deu prosseguimento, argumentando: “Dia próximo se anuncia em que a fraternidade legítima estenderá braços protetores a todos os indivíduos. Os sicários de agora se tornarão protetores das suas antigas vítimas e os maus dar-se-ão conta da necessidade de se tornarem bons, a fim de fruírem de felicidade, no convívio ideal, construindo o mundo melhor anunciado por Jesus. Todos, no processo da evolução, experimentam erros e acertos, optando por quais recursos mais utilizar-se, a fim de encontrarem a dita que almejam. Alguns, que se equivocam, detendo-se na alucinação que elegem como meio de ventura, agredindo-se e ao determinismo das Leis Divinas, podem demorar-se por largo período no engodo, até o momento em que soa a sua libertação, não mais suportando as amarras nas quais estertoram. Luze sempre a claridade do amor na sombra mais densa e a misericórdia de Deus está sempre próxima de todos, bastando apenas que cada um se permita sintonizar com os valores elevados do Espírito, para ser beneficiado e começar a sua libertação. Por mais se alonguem os dias do terror e da enfermidade espiritual, sempre chega o momento da paz e da cura apontando o roteiro para Deus. Ninguém, desse modo, poderá fugir desse divino tropismo que é a fonte geradora de toda energia e vida”. E dirigindo-se diretamente ao marquês, ela falou: “Aproveita, portanto, meu amado Donatien, para recomeçares a trajetória, que neste momento se encontra nublada de sombras e plena de misérias, para poderes fruir da paz que, desde há muito, perdeste em relação a ti mesmo e a todos nós, que te queremos”. (Sexo e Obsessão, capítulo 17: Libertação e felicidade.) (Continua no próximo número.)



 


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