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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 509 - 26 de Março de 2017

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 30)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. Como estava a psicosfera na sala onde se realizou o encontro com o marquês de Sade, Rosa Keller e Madame X?

Antes da oração inicial, a psicosfera no local do encontro, apesar de saturada de energias superiores, foi-se tornando mais densa, à medida que as Entidades convidadas começaram a exteriorizar os anelos do seu psiquismo atormentado. Foi, por causa disso, providencial a prece que, a pedido do dirigente do encontro, foi proferida pelo Dr. Bezerra de Menezes. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

B. Que efeito sobre o ambiente teve a oração inicial?

Foi excepcional o resultado da prece. Assim que Dr. Bezerra de Menezes silenciou, iluminado interiormente por peregrina claridade irradiante, percebeu-se que flocos diminutos igualmente luminosos caíam do alto e, tocando a todos, assinalavam-nos com pontos refulgentes que lhes produziam inefável bem-estar. O próprio marquês de Sade, que não estava acostumado a algo dessa natureza, observou a ocorrência entre espantado e receoso, não podendo, porém, ocultar o prazer decorrente da sensação que lhe causava o desconhecido benefício. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

C. Presente no encontro, Madame X fez um importante desabafo. Qual o pedido que ela então formulou?  

No seu desabafo, Madame X disse: “Também estou cansada de tanta desgraça. Necessito ser livre para crescer e ser feliz. Não mais suporto a pressão que me submete, nem a insaciabilidade que me queima interiormente, buscando novos e sórdidos comportamentos. O cansaço asfixia-me e o horror de mim mesma toma proporções com as quais já não posso conviver. Aspiro por novos comportamentos, necessito libertar-me da luxúria, da sensualidade perversa que me destrói. É demasiadamente alto o preço de cada comportamento desditoso, infelicitando vidas infantis que estertoram no meu regaço, enquanto a perversão me consome sem cessar...”. Em seguida, acusada diretamente pelo marquês pelos seus desmandos, ela declarou: “Não me escuso à responsabilidade nem a nego. No entanto, estou cansada de luta intérmina e inglória. O domínio que a sua mente exerce sobre mim, levando-me sempre de retorno à cidade, é o que desejo romper, para poder avançar com menos dificuldade e menor pressão emocional. Liberte-me, por favor, da sua hipnose destruidora!” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

Texto para leitura 

146. O encontro se inicia com uma comovente oração – A psicosfera no local do encontro, apesar de saturada de energias superiores, foi-se tornando mais densa, à medida que as Entidades convidadas começaram a exteriorizar os anelos do seu psiquismo atormentado. Não dominando a surpresa, o marquês de Sade acercou-se de Madame X e desejou cingi-la em um abraço afetuoso, no que foi discretamente repelido, causando-lhe singular desagrado. O irmão Anacleto utilizou-se da ocorrência para informar que, naquele momento, seriam estabelecidas diretrizes novas para o futuro, tendo em vista que o império da desordem e da desestruturação de algumas vidas deveria ceder lugar a cometimentos diferentes, ensejando a edificação da felicidade para todos quantos se encontravam envolvidos na urdidura da insensatez. Com segurança e entonação de voz especial, propôs que se iniciassem as atividades espirituais através de uma oração, que solicitou ao nobre Dr. Bezerra de Menezes proferir. Sem qualquer delonga, o Mensageiro da Luz exorou, sensibilizado, a todos tocando igualmente: “Jesus, Psicoterapeuta por Excelência: Asfixiados no paul das emanações morbíficas decorrentes da inferioridade moral que ainda nos caracteriza, erguemos o nosso apelo à Tua magnanimidade, a fim de que nos arranques do lodaçal em que nos retemos. Cansados do vaivém da loucura que tem ressurgido nas diversas experiências reencarnatórias, predispomo-nos a recomeçar com disposição nova, por sentirmos chegado o momento da libertação dos condicionamentos infelizes que nos temos permitido ao longo dos séculos de perturbação e primarismo. Tens-nos distendido mãos generosas e seguras, tentando elevar-nos, enquanto teimamos na permanência da acomodação infeliz, sem aspirações de plenitude. Utiliza-te deste momento de reflexão e alça-nos às regiões luminíferas da Espiritualidade onde possamos haurir energias vitalizadoras, que nos emularão ao crescimento interior longe da perturbação e da desordem. Não é a primeira vez que recorremos ao Teu auxílio, que tem estado aguardando pelas nossas decisões, no entanto é o momento especial em que nos dispomos realmente à mudança e buscamos o Teu magnetismo, a fim de encontrarmos a saúde espiritual que nos vem faltando. Todos quantos aqui nos encontramos somos os novos filhos do Calvário, despertando para avançar no rumo dos altos Cimos. Alonga-te até nós, e sem considerar os nossos pesados delitos, enseja-nos a recuperação indispensável para o recomeço feliz dos tentames iluminativos. Jesus, Benfeitor Incessante, aguardamos que venhas até nós, que nos encontramos em expectativa de paz e de renovação”. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

147. Rosa Keller desperta e mostra medo – Quando o Mentor silenciou, iluminado interiormente por peregrina claridade irradiante, percebeu-se que flocos diminutos igualmente luminosos caíam do alto e, tocando a todos, assinalavam-nos com pontos refulgentes que lhes produziam inefável bem-estar. O marquês de Sade, que não estava acostumado a algo dessa natureza, observou a ocorrência entre espantado e receoso, não podendo, porém, ocultar o prazer decorrente da sensação que lhe causava o desconhecido benefício. Enquanto madre Clara de Jesus envolvia Rosa Keller em energias saturadas de harmonia, a enferma, com as deformações que lhe assinalavam o perispírito, recobrou totalmente a lucidez, e, reconhecendo o seu algoz, pareceu tresvariar, gritando desordenadamente: “Que faz aqui esse monstro? Novamente irá torturar-me? Não lhe bastam os longuíssimos dias da minha desgraça? Ainda tenho as carnes dilaceradas pela sua loucura assassina. Socorra-me, alguém, por piedade!” A madre acudiu, aplicando-lhe energias dulcificantes: “Acalme-se, minha filha. O senhor marquês não mais pode afligir a ninguém. A partir deste momento, também ele se encontra em tratamento, dando o primeiro passo para rumar noutra direção”. O marquês logo interveio, com ironia e desdém: “Deve ser loucura. Eu aqui me encontro voluntariamente e sem nenhuma disposição para mudar de atitude ou iniciar qualquer tratamento, pois me reconheço saudável e bem disposto no que faço, conforme me sinto e no que aspiro”. Acercando-se-lhe, o irmão Anacleto esclareceu-o: “Sabemos como o caro amigo se encontra e sente-se. Nada obstante, aqueles que têm sido suas vítimas anelam pela libertação, estão cansados das sevícias e dos maus tratos, especialmente a nossa amiga Rosa, que, após libertar-se da prisão no Castelo de Y, vem recebendo tratamento adequado para o reencontro com a felicidade”. (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

148. O marquês dá sua versão do que fez com Rosa – Enquanto isso, a vítima do sicário continuava gritando aparvalhada: “Não me deixem voltar para aquele inferno. Eu tenho direito à paz. Sei que sucumbi mil vezes a todos os tipos de torpeza moral, mas não possuía discernimento nem capacidade para lutar contra a desgraça que me devorava por dentro”. A madre consolou-a: “Sabemos disso, minha filha; ademais você se encontrava hipnotizada desde quando deambulava pelo mundo nos trajes desgastados da perversão moral a que se entregou. Agora surge uma diferente madrugada, em que você lentamente irá recuperar-se. Não tema, nem se deixe sofrer, porque o Mestre do amor ouviu o seu grito rogando socorro e atendeu-a. Ninguém se encontra perdido indefinidamente. O poder maléfico exercido contra você não possui mais qualquer força que a submeta aos caprichos que vicejavam até há pouco. Confie e ore neste momento decisivo da sua vida”. Rosa então falou: “Ele desgraçou-me e a muitas vidas e submeteu-nos a sofrimentos insuportáveis nas furnas em que nos reteve por longos, infinitos anos, que não sei contar... Ali, no Castelo a crueldade não tem limites...”. Nominalmente acusado, o marquês esbravejou: “Sempre foi uma louca, a desgraçada, por cuja causa eu sofri penalidade injusta. Por isso mesmo, após a sua morte vergonhosa, arrebatei-a para os meus domínios, no Castelo que eu próprio ergui, onde a explorei a expensas dos meus interesses como é compreensível. Foi ela quem me seduziu, ou melhor dizendo, quem me perturbou a juventude, atraindo-me, vulgar e perversa, aos seus encantamentos sensuais. Açulado nos meus instintos, dilacerei-a, esfogueado pelos desejos que irromperam dominando-me todo o corpo e a mente. Odeio-a e lamento não haver feito muito mais, a fim de submetê-la, exemplo típico da ralé e do lixo social. Ela pensava certamente que me conquistaria, quando lhe emprestaria meu nome e meus títulos. Pobre insana!” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

149. Rosa Keller faz novas acusações – Dito isso, o marquês prorrompeu em estrídula gargalhada, que tinha mais o aspecto de loucura que mesmo de alegria ou de satisfação. Rosa Keller, contudo, respondeu: “Ele mente, porque eu não fui a primeira, nem mesmo a causadora do seu primeiro encarceramento. Por acaso, ele se esqueceu de Jeanne Testard, das blasfêmias contra Deus, Jesus, Maria e os atos religiosos, bem como do abuso praticado contra ela que se recusava a atendê-lo? O seu primeiro encarceramento foi resultado desse hediondo e nefasto crime, não por minha causa. Comigo, pobre tecelã, em Arcueil, tudo começou com o seu estranho psicodrama sexual, que terminou na minha flagelação sob ameaça de morte. Se eu não houvesse fugido pela janela aberta e contado a todos quantos encontrei e se estarreciam com o meu estado, o infame ficaria impune... Nem desejo referir-me à sua vida incestuosa com a própria irmã... No entanto, graças à sua posição social, ele sempre conseguiu a liberdade, evitando a pena de morte, mesmo após condenado mais de uma vez, enquanto suas vítimas ficamos desgraçadas para sempre, na Terra e mesmo depois da morte...”  (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) 

150. O desabafo de Madame X – Nesse momento, Madame X, totalmente desperta e lúcida, interveio: “Também estou cansada de tanta desgraça. Necessito ser livre para crescer e ser feliz. Não mais suporto a pressão que me submete, nem a insaciabilidade que me queima interiormente, buscando novos e sórdidos comportamentos. O cansaço asfixia-me e o horror de mim mesma toma proporções com as quais já não posso conviver. Aspiro por novos comportamentos, necessito libertar-me da luxúria, da sensualidade perversa que me destrói. É demasiadamente alto o preço de cada comportamento desditoso, infelicitando vidas infantis que estertoram no meu regaço, enquanto a perversão me consome sem cessar...”. Ouvindo esse desabafo, o marquês disse: “E que tenho eu com isso? Serei também responsável pela sua Casa de perdição nos arredores de Paris, onde se praticavam aberrações que me faziam corar? Quando a visitei por primeira vez já era um antro de prostituição da mais baixa qualidade. Poderia mesmo afirmar que ali aprimorei alguns dos meus métodos, tal a excelência do que ocorria em excesso de depravação e criminalidade... Introduzi o uso de comportamentos sexuais com animais na parte inferior da Maison, porque os seus frequentadores eram menos que os próprios quadrúpedes ou com eles se assemelhavam. Já me encontrava bastante debilitado em forças, naquele período, porém suficientemente lúcido para aquilatar em torno dos resultados dos favores que podia fruir e proporcionar aos demais”. Madame X respondeu: “Não me escuso à responsabilidade nem a nego. No entanto, estou cansada de luta intérmina e inglória. O domínio que a sua mente exerce sobre mim, levando-me sempre de retorno à cidade, é o que desejo romper, para poder avançar com menos dificuldade e menor pressão emocional. Liberte-me, por favor, da sua hipnose destruidora!” (Sexo e Obsessão, capítulo 16: O reencontro.) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita