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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 507 - 12 de Março de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 17) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Quando um Espírito interfere na comunicação que o médium está recebendo de outro Espírito, este chega a ver o intruso espiritual?  

O fato narrado pela Sra. Fred. Maturin, autora do livro de revelações mediúnicas Rachel Conforted – descrito nesta obra como o Caso 22 –, leva-nos a entender que o intruso espiritual pode realmente não ser visto pelo Espírito em cuja comunicação ele interferiu. Essa é a tese defendida pelo Prof. Hyslop, que, baseando-se em suas próprias experiências, entende que certos erros aparentes, certas confusões, certas incoerências, quando ocorrem nas comunicações mediúnicas e, sobretudo, certas intrusões de acidentes completamente estranhos à personalidade do morto comunicante, são presumivelmente devidos a ingerências de outras entidades desencarnadas, que se davam sem que de tal se inteirasse o morto comunicante. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

B. Por que razão o comunicante não veria que outro Espírito esteja interferindo na sua comunicação?  

Bozzano presume que isso talvez aconteça porque as comunicações mediúnicas não implicam quase a “incorporação” temporal do “espírito” no médium, podendo se dar o caso de uma transmissão telepática do pensamento do primeiro, ao órgão cerebral do segundo. Um espírito estranho, percebendo a presença de um médium, pode servir-se dele para transmitir aos vivos uma mensagem sua, provavelmente ignorando que outro esteja servindo-se do mesmo médium naquele momento. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

C. São comuns os casos de comunicação no momento da morte ou na agonia?  

Há registros de fatos assim, mas diz Bozzano que tais episódios são raros. Nesta obra, por exemplo, ele só relata quatro casos, um dos quais é de segunda mão e, portanto, deficiente como prova. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

Texto para leitura

251. O detalhe mais interessante deste episódio se contém numa observação feita pela narradora, segundo a qual “Sunny” (que era a entidade comunicante) parece não ter visto o espírito intruso que se intrometeu na comunicação. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

252. Tal observação é teoricamente importantíssima pelas seguintes razões: O Prof. Hyslop, baseando-se em suas próprias experiências, sustentava a tese de que certos erros aparentes, certas confusões, certas incoerências, quando ocorriam nas comunicações mediúnicas e, sobretudo, certas intrusões de acidentes completamente estranhos à personalidade do morto comunicante, eram presumivelmente devidas a imprevistas ingerências de outras entidades desencarnadas, que se davam sem que de tal se inteirasse o morto comunicante. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

253. O Prof. Hyslop o afirmava com base em suas experiências, mas quem poderia aceitar tal explicação, que, além de parecer gratuita, não era cientificamente confirmável? Compreende-se bem que a afirmativa de Hyslop não fosse levada em consideração. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

254. Ora, o incidente referido linhas acima contém um exemplo de comunicações mediúnicas entre vivos capaz de confirmar experimentalmente a hipótese do Prof. Hyslop, levando-se em conta que desta vez não se trata de uma interferência não verificável do além-túmulo, mas verificável aquém-túmulo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

255. Ao mesmo tempo se observa que o espírito do morto comunicante não tinha consciência do que estava acontecendo; percebeu apenas que se levantava para ele uma dificuldade repentina e inexplicável de se comunicar mediunicamente com o mundo dos vivos, precisamente como afirmava o Prof. Hyslop. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

256. Quanto às causas presumíveis que fazem um espírito comunicante ignorar a presença de outro que procura servir-se simultaneamente do mesmo médium, já não é de urgência teórica a sua elucidação. É lícito, porém, presumir que isto aconteça porque as comunicações mediúnicas não implicam quase a “incorporação” temporal do “espírito” no médium, podendo se dar o caso de uma transmissão telepática do pensamento do primeiro, ao órgão cerebral do segundo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

257. Isto posto, compreende-se que se um espírito estranho, percebendo a presença de um médium, possa servir-se dele para transmitir aos vivos uma mensagem sua (provavelmente ignorando, por sua vez, que outro se serve do mesmo naquele momento), pode fazê-lo sem que o outro comunicante note a sua presença, sentindo apenas uma repentina e inexplicável dificuldade em transmitir o seu próprio pensamento, dificuldade esta proveniente da interferência de suas vibrações psíquicas pessoais com outras vibrações estranhas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo D) 

258. Casos de transição no momento da morte ou na agonia  Antes de tratar do grupo em que se consideram as comunicações entre vivos, que aparecem efetivamente transmitidas com o auxílio de uma entidade espiritual intermediária, será bom relatar alguns casos de transição, porque se referem a incidentes em que o agente que se comunica mediunicamente a distância é um moribundo que anuncia a iminência de morte, ou bem uma pessoa falecida momentos antes de ocorrer a comunicação. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E)

259. O que se disse para os casos do último subgrupo deve ser repetido aqui, ou seja, que tais episódios são raros, de modo que só disponho de quatro deles, um dos quais é de segunda mão e, portanto, deficiente como prova. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

260. Caso 23 – O maestro compositor Ernest Blum, que havia conhecido Victor Hugo e Auguste Vacquerie, refere em sua autobiografia o que aconteceu com Victor Hugo, nas suas experiências na ilha de Guernesey: 

Victor Hugo sempre declarou estar convencido das verdades do espírito. Igualmente o estavam seus dois filhos e seus dois amigos Vacquerie e Paul Mérice. O próprio Vacquerie me narrou o seguinte fato:

– Certa noite de inverno em Guernesey se faziam experiências com o tripé. Estavam presentes o grande poeta, seus dois filhos e Vacquerie. Servia de médium Charles Hugo, que tomava conta das letras do alfabeto ditadas pela mesinha e transmitia as respostas. Subitamente lançou ele um grito de dolorosa surpresa e exclamou: “Os espíritos me participam a triste notícia de que neste momento morreu a Sra. de Girardin”. Eram dez horas da noite.

Naquela mesma noite havia Victor Hugo recebido uma carta da Sra. de Girardin na qual lhe comunicava que iria passar uns dias em Guernesey, de modo que ele deveria esperá-la de um momento para outro.

Dois dias após chegou uma carta em que se participava a morte da referida senhora. Ninguém em Guernesey podia saber de tal coisa, pois não havia telégrafo nem telefone e, portanto, Charles Hugo o ignorava, como todos os demais. O mais interessante, porém, é que ela havia falecido precisamente na noite da sessão às 10 horas.

Confesso que quando penso neste episódio sinto um calafrio, porque como pô-lo em dúvida com tais testemunhas? (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E)

 

261. No caso citado, Charles Hugo assim se expressa: “Os espíritos me participam a triste nova...”, do que se poderia concluir que não fosse precisamente a Sra. de Girardin quem comunicasse a própria morte, mas algum espírito familiar ao médium, o que pode ser certo. Como, porém, não é lícito admiti-lo baseando-nos simplesmente em uma afirmação como a exposta, devemos apegar-nos à “hipótese menos lata” aplicável ao caso que é a de uma comunicação da Sra. Girardin moribunda ou recém-falecida. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

262. Caso 24 – Emma Hardinge-Britten, em seu livro Modern American Spiritualism, pág. 500, narra uma série de manifestações mediúnicas obtidas na casa do Dr. Laird, com a mediunidade de sua própria esposa e em relação com o seu filho e o do Dr. Marsden, os quais lutavam no front da Guerra de Secessão norte-americana. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

263. Quando os dois jovens morreram na luta, manifestaram-se à médium por meio da visão clarividente e o filho do Dr. Marsden se lhe manifestou quando ainda jazia mortalmente ferido no campo de batalha. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

264. A narradora, Sra. Hardinge-Britten, que tomou parte na experiência, assim se expressa:

Nenhuma notícia dos filhos... Pela noite, quando os desolados pais se reuniram em sessão, caiu a Sra. Laird em sono mediúnico e, em tal condição, se manifestou o espírito de James Marsden, que assim falou: “Avisa a meu pai que parta imediatamente para Donaldsonville e uma vez ali, que chame o Cap. Somers, comandante da minha companhia. Foi ele quem recebeu o encargo de entregar-lhe a minha pobre crisálida dilacerada da qual a mariposa se evolou para a eternidade.”

A respeito da mensagem o Dr. Laird fez-me saber que ela adquire maior significação porque o filho do Dr. Marsden tinha um caráter jovial, despreocupado e um tanto volúvel, o que levara seus camaradas a dar-lhe por gracejo o apelido de borboleta.

O Dr. Marsden partiu logo para a localidade indicada e cinco semanas após regressou com um ataúde que continha os restos mortais do rapaz. O Cap. Somers lhe informou que seu filho caíra gloriosamente coberto de ferimentos, achando-se ainda vivo quando fora transportado para um posto de socorro, onde expirara lentamente.

Comparando-se as datas pôde-se verificar que o seu espírito se manifestara à Sra. Laird algumas horas antes de morrer, quando jazia moribundo na tenda-hospital.

Antes de expirar, havia pedido ao Cap. Somers que informasse seus pais da sorte que tivera e que o mandasse enterrar num lugar bem marcado a fim de facilitar ao pai o trabalho de identificá-lo quando viesse buscar os despojos. O Cap. Somers fizera-lhe a vontade, mas não chegou a escrever ao seu progenitor porque adoecera gravemente. Quando viu este chegar, supunha que ignorasse tudo e quando o velho lhe narrou todo o caso, informando-o do modo como soubera do acontecimento, o capitão ficara profundamente impressionado... (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E)

 

265. O episódio narrado difere dos outros porque se deu pela “mediunidade vidente” e apresenta muita analogia com os casos comuns de telepatia, salvo que em nosso caso não se tratava de um percipiente em estado normal de vigília ou sono, e sim de um médium em estado de “transe”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

266. Ademais é notabilíssima a mensagem transmitida pelo fantasma telepático-mediúnico porque encerra informações pessoais ignoradas de todos os presentes e rigorosamente verificadas, compreendendo também a simbólica alma-borboleta que da “crisálida dilacerada se evolara para a eternidade”. Tal comparação faria também supor que quando o jovem herói se manifestara à médium, já estivesse morto e assim o caso em exame se transformaria em ótimo exemplo de identificação espírita. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

267. Caso 25 – Tomo-o do vol. I, pág. 376, do Journal of the S. P. R., o qual foi narrado pelo Prof. William Barrett. O episódio se contém em duas cartas, uma de 29 de setembro de 1882 e a outra de 24 de março de 1885, dirigidas àquele pelo Sr. Samuel Jennings. Extraio de tais cartas os seguintes trechos: 

Querido professor:

Em resposta à sua pergunta, relato-lhe um caso contado pelo próprio protagonista, o Sr. Nelson, falecido há pouco. Tinha ele a faculdade de escrever automaticamente por impulso de influências estranhas...

Aconteceu certa vez que teve um sentimento de “presença espiritual” quando se achava no trem, viajando de Kaneegunge para Calcutá. Pegou então uma folha de papel e um lápis e esperou calmamente. É difícil escrever num trem em marcha, mas conseguiu fazê-lo e obteve uma comunicação em que o agente era a própria filha do Sr. Nelson, que se achava num colégio da Inglaterra. Dizia que acabara de morrer naquele instante, de uma doença inesperada, descrevendo as circunstâncias em que a sua morte se dera e as pessoas que a assistiram, acrescentando que tinha querido manifestar-se a ele a fim de lhe dar o último adeus.

A mensagem produziu no Sr. Nelson a agitação que é de se supor, pois ignorava a enfermidade da filha. Chegando em casa disse que estava muito preocupado com a saúde de sua filha Bessie, porém só deu conhecimento da comunicação a uma filha casada, pedindo-lhe que aguardasse até a chegada do correio da Inglaterra. Quando esse chegou, tudo se confirmou em seus menores detalhes. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E)

 

268. O caso exposto é importante mas, infelizmente, é referido em segunda mão. Certo é, porém, que a autoridade do Prof. Barrett, que o recebeu e publicou, constitui prova suficiente para a autenticidade do mesmo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita