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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 507 - 12 de Março de 2017

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br 
Muriaé, MG (Brasil) 

 


Unindo-se ao inimigo 

Pouco a pouco a luz da Verdade vai lançando novos
contornos no raciocínio humano

 

“(...) Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos
anime e que cada um de vós se despoje do homem velho.” 
  
François-Nicolas-Madeleine – Cardeal Morlot

Realmente os tempos são chegados!... Os dogmas medievais – ancilosados – estão sofrendo rachaduras viscerais e definitivas, muito embora, eventualmente surjam alguns retrocessos como, por exemplo, o fato que se deu recentemente no Estado de Arkansas nos Estados Unidos da América do Norte, onde a comunidade resolveu tirar do currículo escolar a Teoria da Evolução de Darwin, pois, segundo esses preclaros estudiosos da Bíblia, o homem veio de Adão e Eva, conforme ensinam as Santas Escrituras e não é, portanto, nenhum ancestral do macaco. E por mais incrível que possa parecer, a proposta foi aprovada!... Agora, num inexplicável retorno à barbárie medieval, os alunos do Estado de Arkansas são obrigados a acreditar na alegoria do Paraíso, transformada em “realidade” pela estultícia humana.

A prova da incredulidade que muitos têm que sofrer impossibilita a criatura de alçar o voo às alcandoradas e transcendentes regiões da Espiritualidade Superior. E quando essa prova é – paradoxalmente – vivenciada por um ministro religioso, ou um pretenso “mestre”, chega-se àquela situação identificada por Jesus acerca de um cego guiando outros cegos e, consequentemente caem todos! Entanto, em que pese a paralisia espiritual provocada pelos dogmas medievais que ainda estão “engessando” muitas mentes ingênuas, a Verdade, mercê da misericórdia divina, tem bruxuleado – pálida ou ostensivamente – aqui e acolá e, pouco a pouco, a sua luz vai lançando novos contornos no raciocínio humano.

Apesar de alguns desses pseudocondutores de Almas, inclusive dos que são até mesmo diplomados em Parapsicologia, terem apenas sorrisos de mofa, atitudes escarninhas e irônicas no que se refere à Reencarnação e à Comunicabilidade dos Espíritos, a realidade cedo ou tarde vai aparecendo, lançando-os ao descrédito, não logrando mais, esses ecônomos infiéis, embair senão outros tão obturados quanto eles próprios...

Uma fiel católica estava vivendo um conflito: divorciada e já vivenciando o seu segundo casamento (portanto uma heresia aos olhos da Igreja), estava sem coragem de confessar o seu “pecado” ao sacerdote.  Sua vida religiosa, portanto, periclitava... Ela não queria abrir mão de sua crença e muito menos do novo marido. Qual não foi a sua alegria ao assistir um alto dignitário de sua Igreja dizer pela televisão que os católicos nessa situação não têm mais que temer o fogo do inferno, porque uma nova ordem procedente do Vaticano diz que a palavra chave, hoje em dia, na Igreja é: acolhimento. Acolhimento a todas as ovelhas desgarradas do rebanho sejam elas quais forem e em que situação estiverem.

Tal o número de casais católicos vivendo suas segundas, terceiras ou mais experiências matrimoniais que a Igreja resolveu “afrouxar” a exigência dogmática do “até que a morte os separe”, para não ver minguar a cada dia o seu já combalido e desnorteado rebanho.

Já em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano, os sacerdotes católicos receberam autorização de seus superiores hierárquicos para “acolher” a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte que mantém uma tradição de 200 anos de cultos originários dos escravos africanos com as cores brancas do candomblé.

Ao que parece a ordem do “acolhimento” deve ter chegado truncada na Irlanda do Norte, porque lá protestantes e católicos ainda se “colhem” em mútuas e cruentas pancadarias, muitas delas resultando em óbitos de ambos os lados.

Mas a grande reviravolta não parou por aí.  Está indo mais longe: no mês de novembro de 1998, o Padre Gino Concetti, teólogo e colaborador regular do periódico oficial do Vaticano L`Observatore Romano, fez uma importante declaração que teve grande publicidade na imprensa italiana, quando escreveu: “segundo o catecismo moderno, Deus permite a nossos seres queridos desaparecidos enviar-nos mensagens para guiar-nos em certos momentos de nossa vida.

Depois dos novos descobrimentos no domínio da psicologia sobre o paranormal, a Igreja decidiu também não mais proibir as experiências de diálogo com os antepassados, com a condição de que sejam feitas com uma meta científica ou religiosa. As mensagens podem chegar não somente através de palavras e dos sons (médiuns ou sensitivos), senão também através de diferentes sinais”.

Pois é, acredite quem quiser, mas isso está acontecendo! E a turma da ala carismática da Igreja já anda incorporando os Espíritos por aí afora!...

Realmente temos aqui uma total reversão de posicionamento que vem dar razão ao Espiritismo, depois de tantas negações por parte da Igreja, embora ainda existam muitos focos de resistência dentro dela própria. Mas não há dúvida de que a Casa já se encontra dividida e, segundo Jesus, quando isso acontece, o desabamento fragoroso está iminente...

Mas isso não é lá uma grande novidade, vez que os cristãos dos primeiros tempos conheciam perfeitamente as técnicas necessárias para entrar em contato com os Espíritos. E recorriam a elas cada vez que lhes parecia necessário. Citemos um exemplo notável, porque nos mostra um Concílio inteiro evocando os Espíritos: Conta Gregório de Cesarea: “(...) durante o curso das sessões do Concílio, e antes que os padres houvessem podido firmar as decisões, os piedosos bispos Crisanto e Misonio morreram. O Concílio, depois de ter dado sua sentença, e sentindo vivamente não poder contar com o voto dos dois membros falecidos, se trasladou por inteiro ante suas tumbas e, tomando a palavra, um dos padres expressou: Santíssimos pastores. Terminamos juntos a tarefa e lutamos nos combates do Senhor. Se a nossa obra é do vosso agrado, dignai-vos fazer-nos saber, colocando vossas assinaturas”.

A decisão foi fechada imediatamente e depositada na tumba sobre a qual se aplicou o selo do Concílio. Depois de haver passado a noite inteira em oração, ao amanhecer do dia seguinte, após rompidos os selos, encontraram ao pé do manuscrito as seguintes linhas, com as rubricas dos defuntos consultados: “nós, Crisanto e Misonio, concordamos com todos os Padres no primeiro e santo Concílio Ecumênico, ainda que agora, despojados de nossos corpos, subscrevemos com nossas próprias mãos esta decisão”.

Durma-se com um barulho desses!...

Mas a coisa ainda não para por aí... Não só a Comunicabilidade dos Espíritos, mas a Reencarnação é outra velha conhecida da Igreja e a sua propagação teve em Orígenes um ardoroso defensor. Vejamos o que o abade Berault-Bercastel disse em sua obra “História da Igreja” acerca das ideias de Orígenes: “segundo este doutor da Igreja, a desigualdade entre as criaturas humanas não é mais que o efeito de seu próprio mérito, porque todas as almas foram criadas simples, livres, inocentes e iguais.

O maior número incorreu no pecado e, em proporção com suas faltas, foram destinadas a corpos mais ou menos grosseiros, criados expressamente para servir-lhes de cárcere. Daí os diversos matizes da família humana. Mas, por grave que seja a queda, isso jamais implica no retrocesso do Espírito culpado; tão somente o obriga a começar novas existências, quer neste mundo quer em outros mundos, até que, cansado de padecer, se submeta à lei do progresso e se melhore.  (Cadê as penas eternas!?)

Todos os Espíritos estão propensos a passar do bem ao mal, e do mal ao bem. As penas impostas pelo bom Deus não são mais que medicinais e os demônios mesmos cessarão um dia de ser os inimigos do bem e o objeto dos rigores do Eterno”.

Segundo Allan Kardec[1], “o progresso da humanidade tem seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade, lei que se funda na certeza do futuro. Tirai-lhe essa certeza e lhe tirareis a pedra fundamental. Dessa lei derivam todas as outras, porque ela encerra todas as condições da felicidade do homem. Só ela pode curar as chagas da sociedade. Comparando as idades e os povos, pode ele avaliar quanto a sua condição melhora, à medida que essa lei vai sendo mais bem compreendida e praticada. Ora, se, aplicando-a parcial e incompletamente, aufere o homem tanto bem, que não conseguirá quando fizer dela a base de todas as suas instituições sociais! Será isso possível? Certo, porquanto, desde que ele já deu dez passos, possível lhe é dar vinte e assim por diante.

Do futuro se pode, pois, julgar pelo passado. Já vemos que pouco a pouco se extinguem as antipatias de povo para povo. Diante da civilização, diminuem as barreiras que os separavam. De um extremo a outro do mundo, eles se estendem as mãos. Maior justiça preside à elaboração das leis internacionais. Nas relações, a uniformidade se vai estabelecendo. Apagam-se as distinções de raças e de castas e os que professam crenças diversas impõem silêncio aos prejuízos de seita, para se confundirem na adoração de um único Deus.

A todos estes respeitos, no entanto, longe ainda estamos da perfeição e muitas ruínas antigas ainda se têm que abater, até que não restem mais vestígios da barbaria. Poderão acaso essas ruínas sustentar-se contra a força irresistível do progresso, contra essa força viva que é, em si mesma, uma lei da Natureza?  Sendo a geração atual mais adiantada do que a anterior, por que não o será mais do que a presente a que lhe há de suceder? Sê-lo-á, pela força das coisas.  Primeiro, porque, com as gerações, todos os dias se extinguem alguns campeões dos velhos abusos, o que permite à sociedade formar-se de elementos novos, livres dos velhos preconceitos. Em segundo lugar, porque, desejando o progresso, o homem estuda os obstáculos e se aplica a removê-los.

Desde que é incontestável o movimento progressivo, não há que duvidar do progresso vindouro. Logo, pela força mesma das coisas, ele próprio dirigirá o progresso e o Espiritismo lhe oferecerá a mais poderosa alavanca para alcançar tal objetivo.

(...) Por meio do Espiritismo, a humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as ideias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas veem alguma coisa mais do que fútil passatempo.

Ora, como cada um o que acima de tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue a uma ideia que faz ditosos os que a esposam”.

Acrescenta o nobre Espírito São Luís[2]: “(...) reconhecer-se-á em breve que o Espiritismo ressalta a cada passo do texto mesmo das Escrituras sagradas. Os Espíritos, portanto, não vêm subverter a religião, como alguns o pretendem; vêm, ao contrário, confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis. Como, porém, são chegados os tempos de não mais empregarem linguagem figurada, eles se exprimem sem alegorias e dão às coisas sentido claro e preciso, que não possa estar sujeito a qualquer interpretação falsa. Eis por que, daqui a algum tempo, muito maior será do que é hoje o número de pessoas sinceramente religiosas e crentes.”                                                   

 

 

[1] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, conclusão, tomos IV e V.
[2] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 1010.


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita