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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 506 - 5 de Março de 2017

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 


Outros aspectos da auto-obsessão


O fenômeno da auto-obsessão é tradicionalmente associado a uma “opressão”, conforme descreve o Espírito Hammed, do indivíduo sobre si mesmo.  Nessa condição, “Geralmente, a auto-obsessão vem acompanhada de sentimentos de culpa, de autocensura, de recriminação, de complexos de inferioridade e de irresponsabilidade pelo próprio destino”. Em resumo, as percepções que o indivíduo acalenta tendem a ser carregadas de recriminações, amarguras, infelicidade, emoções descontroladas e, por extensão, altamente autodestrutivas. 

Em poucas palavras, na sua casa mental predomina a falta de paz e harmonia, pois não há praticamente a existência de pensamentos atenuadores ou positivos. Em decorrência disso, o ato de viver lhe constitui um fardo insuportável. A sua visão excessivamente negativa da vida, do mundo e, o que é mais preocupante, de si mesma, não lhe permite armazenar forças internas capazes de contrabalançar tal estado vibratório.

Entretanto, existe um outro aspecto pouco explorado na literatura sobre auto-obsessão, e que merece maior atenção de nossa parte. Trata-se da manifestação da egolatria e do comportamento obsessivo-compulsivo. Sob essa forma, o indivíduo não ativa uma espiral descendente tal qual descrito acima. Nessa modalidade, se assim podemos nos expressar, o quadro beira o mais alto grau de narcisismo acoplado à falta de senso, que muitas vezes conduz a situações ridículas ou bizarras, e ao culto excessivo da imagem ou do corpo, entre outras características nocivas.

Para ilustrar, muitas celebridades não raramente abusam do comportamento exibicionista. São tão apaixonadas pelo que veem no espelho que chegam a nutrir uma verdadeira auto-obsessão. Não faz muito tempo que um destacado portal nacional de internet exibiu uma sequência de fotos de determinada artista nacional.

Elas começavam destacando a primeira semana de gravidez da conhecida cantora e iam até o estágio final da sua gestação. Detalhe importante: em todas as fotos a artista aparecia sempre trajando uma lingerie específica de cor preta. Obviamente, só mudava o tamanho da sua silhueta.

Fiquei com aquela dúvida me martelando a mente: mas para que serve tal coisa? Vale a pena se expor assim tão intimamente? Por acaso isso vai alavancar a sua carreira, que, ao que parece, já teve momentos melhores? Outros artistas mais famosos também já utilizaram expediente análogo. A cantora Madona, por exemplo, lançou anos atrás um livro com fotos nada, digamos, edificantes...

Mas muitos poderão argumentar que são apenas artistas se autopromovendo. Não dá para negar que há um fundo de verdade nessa alegação. No entanto, outros artistas seguem firmes em suas carreiras sem tais arroubos, bem como lidando discretamente com as suas vidas particulares. Ainda nesse plano, não podemos também esquecer certos personagens que alimentam com sofreguidão o seu ego.

Refiro-me a certos políticos e empresários que abusam do culto do “eu”. A história humana está repleta de pessoas que assim se portam. Elas tentam dar a impressão de que são diferentes até na composição da matéria de que são constituídas. É evidente que esses indivíduos também abrem portas para as entidades desencarnadas menos ajuizadas. Mas, no geral, comportam-se como se fossem o “centro do mundo”, tamanha a intensidade da paixão que alimentam por si próprios, pelos seus feitos, pelas suas criações e ideias nem sempre dignas. Tais indivíduos deixam não raro um rastro amargo de destruição pelo caminho.

Por fim, há outros que, inspirados pelas ferramentas digitais contemporâneas, não conseguem ficar um dia sequer sem postar uma foto ou vídeo pessoal. Nelas retratam, à exaustão e nos mínimos detalhes, imagens das suas vidas. Dedicam-se com tanta frequência e exagero a essa atividade que caracteriza uma verdadeira obsessão. Em síntese, pode-se cogitar que a auto-obsessão eventualmente abrange um quadro bem mais amplo.

Ao que tudo indica, uma pessoa portadora desse tipo de distúrbio parece ter considerável dificuldade de aplicar um olhar mais profundo, meticuloso e inquiridor sobre o seu interior, sua conduta e atitudes. Ou seja, aquele olhar autoindagador que lhe possibilitaria obter um maior conhecimento sobre as suas fraquezas e atrações a fim de que pudesse se aperfeiçoar e fortalecer para os inevitáveis embates rumo ao progresso do seu espírito. Como bem explica o Espírito Hammed, “Quando nos conscientizamos de nossos processos mentais, passamos a clarear nosso mundo interior e a administrar nossas atitudes psíquicas”. 




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita