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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 503 - 12 de Fevereiro de 2017

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com  
São João Del Rei, MG (Brasil)

 


Apocalipse e/ou data-limite: Seria 2019 ou 2057?!
Ou seria
mais um modismo
sem
respaldo doutrinário?!


Temos observado, no Movimento Espírita, um exagero nas discussões sobre supostas "datas-limites" para uma transição espiritual mais drástica na Terra. Tais previsões seriam, em sua maioria, baseadas em alguns comentários de Chico Xavier e em algumas contas triviais com pressupostas fundamentações em textos do Velho Testamento. Tais “profecias” têm sido narradas sem uma contextualização mais bem consolidada do ponto de vista espiritista. De fato, tanto do ponto de vista do relato da opinião xavierina propriamente considerada, como do ponto de vista do estudo doutrinário, uma postulação de certo modo “dogmática” (sem uma explicação mais racional, condizente com a lógica do pensamento espírita) tem sido apresentada, gerando muita "preocupação", principalmente por parte dos novos adeptos do Espiritismo.

Kardec sempre foi muito comedido em relação às chamadas profecias e fez uma análise cuidadosa do assunto em A Gênese, Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo.

Faz-se necessário um cuidado kardequiano para analisar tais relatos elaborados sem maiores explicações porque, infelizmente, Chico Xavier não está conosco fisicamente para esclarecer pessoalmente os comentários em questão. E, da forma como eles têm sido narrados, não parecem estar sendo muito produtivos para o crescimento doutrinário do Movimento Espírita. Chegam a lembrar a preocupação dos mais antigos que diziam: "Mil passará; dois mil não chegará!". Ou até daqueles autores espirituais que diziam que teríamos uma catástrofe em 1999. Ou mesmo dos que previram um "caos eletrônico" de proporções apocalípticas com o famigerado "Bug do Milênio".

Se não der certo a previsão, muitos irão citar Chico Xavier (sem um estudo mais consistente acompanhando a citação, ou seja, fazendo da citação uma espécie de declaração dogmática, o que, certamente, Chico não aprovaria!), afirmando que "as profecias são feitas para não serem cumpridas" ou que felizmente nós evitamos males maiores pelo nosso procedimento adequado. Por outro lado, se acontecer alguma coisa mais próxima, dirão: "Viram?! Não te dissemos?!". Igualmente, sem explicações lógicas, inerentes aos estudos da Doutrina Espírita, a Doutrina da Fé Raciocinada.

Ademais, não adianta nada o mundo supostamente, por decreto, ser promovido a um estado de regeneração ou coisa do tipo em uma data X, sendo que a gente continua enfrentando nossas dificuldades, melhorando muito lentamente pessoal ou coletivamente.

Assim como "o sábado foi criado para o homem e não o homem para o sábado", a classificação em questão deve corresponder a uma identificação de crescimento/transição da nossa qualidade espiritual para melhor. Não deveria, portanto, constituir uma promoção drástica, imediata e artificial de nossas capacidades espirituais.

As datas são referências históricas com valores relativos. Tal expectativa seria semelhante a achar que a Tomada da Bastilha alterou abruptamente o mundo só porque a data de sua ocorrência (14/07/1789) é utilizada como "data símbolo" da transição entre as idades moderna e contemporânea.

Allan Kardec explicou com muita clareza essa questão, comentando que até os previsores mais considerados, tais como Nostradamus, têm informações questionáveis ou que podem ser interpretadas de formas diferentes. Sem desvalorizar as previsões do futuro, o Codificador recomendou-nos muito cuidado para que não as hipervalorizássemos, consciente de que, como o livre-arbítrio é base da Lei de Deus, muitos fatores podem alterar um planejamento espiritual, sobretudo quando tal medida esteja relacionada a uma coletividade muito grande, como é o caso em tela (pois se trata de uma previsão para toda a população espiritual do planeta!). 

Muitos interpretam tais fenômenos semelhantes aos analistas chamados popularmente de "engenheiros de obra pronta". Depois que o tempo passa, procuram eventos e protagonistas históricos para casarem, a posteriori, com as previsões. Será que esse tipo de informação tem um valor doutrinário indiscutível que justifique tamanha ênfase?! Acho que não. Até porque se Deus desejar mudar o mundo, Ele não precisará fazer nada de especial (afinal, "Não há milagres!"). É só deixar os processos de desencarnação irem ocorrendo naturalmente e fazer uma seleção espiritual mais rigorosa dos Espíritos que serão os novos bebês. Em pouco tempo, sem alarde e "situações apocalípticas", o mundo seria transformado lenta e paulatinamente pela sucessão das atuais gerações por outras de Espíritos mais evoluídos. De qualquer maneira, ainda utilizando da sábia reflexão kardequiana, podemos afirmar que mesmo que as novas gerações fossem compostas exclusivamente por Espíritos mais elevados, seriam necessárias muitas décadas para que o panorama espiritual da Terra fosse modificado, o que reforça a ideia de que é pouco racional, e portanto pouco doutrinário, utilizar de um ANO REFERÊNCIA em nossas discussões no âmbito do movimento espírita. Portanto, as tão badaladas discussões de data-limite, bastante em voga atualmente no Movimento Espírita, têm um valor bem relativo, para se dizer o mínimo. Realmente, percebe-se uma hipervalorização do assunto em nossos arraiais, distraindo os confrades de problemas doutrinários mais sérios, os quais o Movimento Espírita está enfrentando em diversos contextos.

Priorizemos o que é prioritário: ser submisso às Leis Divinas e o mais atuante possível na obra da Criação, fazendo o melhor possível no dia de hoje, pois o amanhã dependerá do que cada um de nós fizer no dia que corre. Ademais, devemos confiar, cada vez mais, que Jesus governa o planeta Terra com inefável amor e sabedoria e como só nos acontece o que é de melhor para nós, de acordo com as nossas necessidades e merecimentos, sendo vigilantes, estaremos sempre amparados pela Misericórdia Divina.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita