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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 502 - 5 de Fevereiro de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 12) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Os fatos apoiam a tese de que nas manifestações mediúnicas entre vivos ocorre, de fato, uma conversa entre duas personalidades espirituais subconscientes?  

Claro. Bozzano apresenta neste livro inúmeros casos, todos comprovados, nos quais é evidente que em um número enorme de fenômenos a conversa gira em torno de assuntos ou ocorrências atuais, e não sobre fatos registrados no passado. William Stead contribuiu de forma notável com suas experiências para a comprovação dessa tese. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

B. Que diz Bozzano sobre a outra explicação, que não admite a conversa, mas sim a coleta de certas informações por meio de uma clarividência telepática especial do sensitivo? 

Bozzano afirma que tal explicação é puramente fantástica e cientificamente insustentável, porque destituída de qualquer fundamento na prática, ou seja, ela não se apoia em fatos, como os exemplos mostrados neste livro comprovam de forma cabal. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

C. Nas comunicações entre vivos, o comunicante encarnado, vendo depois a mensagem psicografada pelo médium, costuma lembrar-se de tê-la escrito? 

Muitos fatos descritos nesta obra mostram que não. Ele confirma o que está escrito, as informações que ali estão grafadas, mas não se recorda de haver escrito a mensagem. Pelo menos, na maioria dos casos. É como ocorre nos sonhos, cujo conteúdo nem sempre lembramos, porque se dão durante o sono corpóreo, e não no estado de vigília. O caso que se passou com William Stead em Redcar, no norte da Inglaterra, quando ele foi recepcionar uma senhora, colaboradora da Review of Reviews, mostra exatamente isso. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

Texto para leitura 

170. Como vimos, é fato positivamente verificado que, nas manifestações mediúnicas de vivos, trata-se de uma conversa entre duas personalidades espirituais subconscientes. Segue-se daí que as mesmas manifestações se transformam em provas decisivas de identificação pessoal dos vivos comunicantes, provas que, por sua vez, confirmam também, respectivamente, as manifestações análogas pelas quais se obtêm provas de identificação pessoal dos mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

171. Supondo-se, entretanto, como o fantasiam os opositores da hipótese espírita, que, nas comunicações mediúnicas entre vivos, os médiuns extraem das subconsciências destes as notícias que fornecem sobre a sua vida particular, deveriam ser interpretadas, de modo análogo, as provas em favor da identidade dos mortos, considerando-as um noticiário de fatos privados, surrupiados pelos médiuns às subconsciências dos vivos que conheceram o morto que se diz presente, tal coisa tornaria mais difícil a demonstração rigorosamente científica das provas de identificação espírita. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

172. Note-se que digo “mais difícil” somente e não teoricamente impossível, como pretendem alguns opositores. E digo assim porque tal demonstração se apoia solidamente em algumas modalidades de manifestação mais do que suficientes para distinguir as comunicações dos vivos daquelas dos mortos, como o demonstraremos nas conclusões. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

173. De qualquer maneira, repito que a hipótese de uma clarividência telepática especial, que possa selecionar à distância em alguma subconsciência alheia as notícias necessárias aos médiuns com a insulsa finalidade de se mistificar a si mesmo e aos outros, é puramente fantástica e cientificamente insustentável, por isso que destituída de qualquer fundamento na prática. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

174. Se quisessem explicar, com essa hipótese, os casos de identificação pessoal dos mortos, dever-se-ia pressupor que os médiuns conseguem selecionar nas subconsciências alheias coisinhas insignificantes, ocorridas, algumas vezes, mais de um século antes, sucedidas, não com a própria pessoa examinada pelo médium e sim com outras pessoas dele conhecidas. E isto mesmo quando o vivo em exame já esqueceu completamente e há muitos anos as ninharias em questão, o que o médium descobriria, selecionaria e surrupiaria igualmente da subconsciência de tal pessoa. Francamente, nada disto é sensato e parece incrível que tenhamos de levá-lo a sério, porque se encontram eminentes cientistas que acolhem, favoravelmente, tais fantasias. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

175. Passando a outras experiências com a mesma sensitiva, menciono aqui a narrativa de uma visita a Windsor, feita pela Srta. Summers, transmitida mediunicamente a Stead, do qual se achava a 250 milhas de distância. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

176. Em 15 de outubro de 1893, pôs-se diante da mesa, dirigindo o pensamento para a sua “correspondente espiritual”. Sua mão começou então a escrever o seguinte:

 

“Faz um dia esplêndido. Parti da estação de Paddington pelo trem de 1:15. Cheguei a Windsor, visitei o castelo, gozamos da vista desde o terraço e passamos logo a visitar a capela de São Jorge. Tinha desejado fazê-lo detidamente, porém, por falta de tempo, passei para o parque, em busca do seu célebre carvalho, sem chegar a encontrá-lo. Gamos saíam de todos os lados. Errei pelo bosque, encontrando um velho carvalho, mas não era o que procurava. Gastei três xelins de trem, meia coroa em comida, seis pence de telegrama e ônibus, num total de cinco xelins e dez pence.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

177. William Stead, muito oportunamente, observa: 

“Tais informações se verificaram exatas: a hora da saída do trem, a sucessão dos fatos, os gastos, tudo exceto a soma, em que se enganou. Curioso esse erro de soma, frequente nas comunicações entre vivos e mortos, erro que provavelmente não depende de interferências subconscientes, senão de um mau cálculo da personalidade normal da Srta. Summers, acolhido pela personalidade subconsciente.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

178. Citarei ainda um exemplo tomado das experiências com a Srta. Summers, que servirá para convalidar quanto se disse sobre a sinceridade, sem reservas, com que as personalidades subconscientes confiam a um terceiro os seus casos mais delicados. Em 20 de setembro de 1893, Stead, como de costume, dirigiu seu pensamento à Srta. Summers, pedindo notícias. Imediatamente sua mão escreveu o seguinte: 

“Hoje, para mim, é um dia de tristes ilusões. Em paga do meu trabalho recebi uma quantia bem inferior à que esperava, de modo que passo por dificuldades econômicas. Não lhe quis dizer nada, pois sabia que me daria o que me faz falta, mas não o quero. Entre outras coisas, devo três libras ao senhorio, mas logo lhe pagarei.

Eu lhe disse:

– Mandar-lhe-ei o que lhe faz falta.

– Não, não o aceitarei. Devolverei a quantia, pois não quero ser uma colaboradora mercenária.

No dia seguinte, enviei à casa da Srta. Summers uma pessoa de toda a minha confiança, a qual me confirmou tudo o que havia sido escrito mediunicamente. Aconteceu, porém, que quando a Srta. Summer soube que eu me havia inteirado de suas dificuldades econômicas, teve um grande desgosto.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

179. Pelo caso exposto, vê-se que nas experiências em exame não pode tratar-se de clarividência telepática, mas de verdadeiro diálogo entre duas personalidades subconscientes. Observe-se que, quando Stead disse: “Mandar-lhe-ei o que lhe faz falta”, a Srta. Summers respondeu: “Não, não o aceitarei”, resposta que implica uma ação dialogada no presente, e de nenhuma forma uma seleção de recordações latentes na subconsciência alheia. E, como o diálogo se mostrou verídico, não é o caso de invocar a hipótese das chamadas “novelas subliminais” ou subconscientes. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

180. O caso que segue se deu entre Stead e seu próprio filho, quando se achava no Reno, em viagem de recreio. Escreve o pai:

“Meu filho levava consigo uma Kodak e, como com frequência acontece, ficou sem chapas, de maneira que nos escreveu pedindo-as. Fi-las enviar e, quando já haviam transcorrido os dias necessários para o seu recebimento, interroguei-o mediunicamente, respondendo ele que as esperava com impaciência, pois não haviam chegado. Pedi informações e disseram-me que as chapas tinham sido enviadas. Porém, dois dias após, meu filho escreveu por minha mão: ‘Por que não me remete as chapas?’ Informei-me mais uma vez e soube mais uma vez que as chapas tinham sido expedidas havia já uma semana. Deduzi que minha mão estava sendo influenciada por interferências subconscientes e não quis provocar novos ditados de meu filho. Quando, porém, voltei para casa, soube com espanto que as chapas não tinham chegado ao seu destino e que as duas perguntas impacientes ditadas, em seu nome, pela minha mão em Wimbledon, correspondiam exatamente ao estado de ânimo de meu filho, quando se encontrava em Boppart.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)


181. No caso exposto, e do ponto de vista da autenticidade das comunicações mediúnicas entre vivos, é interessante a circunstância de que Stead tinha a certeza de que as chapas fotográficas já haviam sido expedidas, certeza esta irreconciliável com a hipótese de uma mistificação subconsciente, pois em tal caso o pai devia ter-se sugestionado no sentido da própria certeza e provocar uma resposta conforme a mesma e, ao contrário, como a realidade era outra, a resposta do filho vinha de acordo com a realidade, a qual confirma que realmente existia o diálogo mediúnico. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

182. O episódio seguinte se deu com uma pessoa que ignorava o fato de William Stead fazer experiências de comunicação mediúnica entre vivos, não havendo com a mesma laços especiais de família ou de simpatia. Escreve ele:

“Poder-se-ia objetar que meu filho ou a Srta. Summers sabiam que eu tencionava fazê-los escrever com a minha mão, porém não se pode dizer o mesmo no caso seguinte, em que se trata de uma senhora estranha e com a qual eu só havia falado uma vez.

Há alguns meses eu me achava em Redcar, no norte da Inglaterra, e fui à estação esperar a referida senhora, colaboradora da Review of Reviews, que me havia escrito informando que chegaria ali pelas três da tarde.

Eu era hóspede de meu irmão, cuja casa se encontrava a uns dez minutos da estação. Quando faltavam cerca de vinte minutos para as três, pensei que, com a expressão “ali pelas três da tarde”, aquela senhora queria significar algum tempo antes da hora indicada e, como não tinha no momento um guia de horário das estradas de ferro, dirigi meu pensamento para a senhora, pedindo que me informasse, por intermédio de minha mão, a hora precisa da chegada do trem. É preciso notar que era a primeira vez que eu tentava a experiência com ela, e a resposta veio logo, dizendo que o trem chegaria às três menos dez. Não havia tempo a perder, porém, antes de sair de casa, quis saber em que estação se achava ela naquele momento. Minha mão escreveu:

– Neste momento o trem entra na curva antes da estação de Redcar. Dentro de um minuto chegaremos.

Perguntei ainda:

– Por que tanto atraso?

– Não sei por quê. Deteve-se muito na estação de Middlesbourough.

Guardei o papel e fui para a plataforma; o trem aparecia. Quando a senhora desceu, perguntei-lhe:

– Por que tanto atraso?

– Ignoro o motivo. O trem se deteve muito na estação de Middlesborough – respondeu-me.

Então eu lhe dei o papel para ler. Ela confirmou tudo o que eu havia escrito, acrescentando que não tinha nenhuma lembrança de ter sido interrogada telepaticamente por mim, nem de haver respondido.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)
 

183. No episódio narrado fica bem clara a autenticidade do fenômeno de comunicação entre vivos, como também de se haver desenrolado uma conversa verdadeira e própria, entre duas personalidades espirituais subconscientes. O episódio torna oportuna uma discussão ulterior para esclarecimento do asserto de que, quando uma pessoa entra em relação psíquica e conversa mediúnica com outra pessoa distante, deve necessariamente cair em sonolência notória ou disfarçada. De fato, no caso em apreço, nota-se que a amiga de William Stead teve de responder às suas perguntas em dois tempos diversos e que em ambas as vezes o fez imediatamente. Surgem, portanto, os seguintes quesitos: “É lícito admitir-se essa rapidez na passagem do estado normal à condição de inconsciência e vice-versa?” Parece que sim. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

184. Durante a conferência de Stead em The London Spiritualist Alliance, foram formulados tais quesitos, e o Rev. G. W. Allen narrou, a propósito, o seguinte incidente pessoal que tende a demonstrar essa possibilidade: 

“Tinham de extrair-me dois dentes molares e fui aconselhado a submeter-me à ação do clorofórmio. Eu me achava em estado de convalescença de grave enfermidade e sob a suspeita de que, em tal estado de saúde, o clorofórmio me faria mal, tornava-me um tanto hesitante. Quando começaram a aplicar-me o anestésico, fui tomado de um grande pânico e tirei a máscara, exclamando: ‘Não aguento, não quero tomá-lo’. O médico que me estava cloroformizando disse-me: ‘Fez muitíssimo mal em retirar a máscara, porque estava a ponto de adormecer. Experimente de novo e lhe garanto que tudo correrá bem’. Igualmente, a enfermeira, por sua vez, também me animava e por isso me decidi a submeter-me à prova, mesmo com o risco de sucumbir. Ajustaram-me de novo a máscara e respirei profundamente algumas vezes, depois levantei-me de um salto e sentei-me no leito, exclamando: ‘É inútil tentar a prova. Não posso adormecer’. O doutor disse-me: ‘Faça o favor de lavar a boca com esta solução’. Perguntei-lhe: ‘Por quê?’ Acrescentou ele: ‘Porque já lhe extraímos os dentes!’ Pois bem, eu teria jurado por qualquer tribunal de justiça que não havia perdido a consciência um só momento. E, ao contrário, tinha ficado inconsciente o tempo preciso para me extraírem dois dentes. Assim sendo, não é perfeitamente admissível que se possa realmente passar a outra condição de existência por um tempo mais ou menos curto, sem disso conservar recordação alguma?” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita