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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 500 - 22 de Janeiro de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 10) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Diz Bozzano que nos casos arrolados neste livro há os que sugerem, de um lado, a  presença real de uma entidade comunicante, de outro a tese oposta de uma comunicação puramente telepática. Como entender isso?  

Segundo Bozzano, tais perplexidades teóricas, produzidas por alternativas episódicas de significação oposta, não se resolvem senão admitindo a possibilidade de se realizarem ambas as modalidades de manifestação fenomênica, segundo as circunstâncias. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

B. Quem foi William Stead?  

Stead foi um célebre escritor e jornalista inglês. Possuía ele, em grau notabilíssimo, a faculdade mediúnica da escrita automática (psicografia), pela qual lhe foi ditado o livrinho de ouro de revelações transcendentais intitulado Letters from Julia. Além disso, conseguia sistematicamente entrar em relações mediúnicas e conversar, livremente, com pessoas vivas que se achavam a distância, obtendo muitas vezes confissões e informações que as mesmas pessoas nunca lhe teriam confiado, em condições normais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

C. Quem sugeriu a William Stead estabelecer intercâmbio mediúnico com pessoas vivas?  

Foi a personalidade mediúnica de Júlia que lhe sugeriu essa ideia, a título de experiência. Certo dia Júlia lhe disse que qualquer pessoa poderia escrever por sua mão. Stead perguntou-lhe: “Queres dizer qualquer pessoa viva?” Ela respondeu: “Qualquer amigo teu pode escrever com a tua mão”. Ele, a título de confirmação, perguntou novamente: “‘Queres dizer que se eu puser a minha mão à disposição de qualquer amigo distante poderá ele servir-se dela do mesmo modo que tu o fazes?” Ela confirmou: “Sim, experimenta e verás”. William Stead resolveu fazer a tentativa e seus resultados foram imediatos e assombrosos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

Texto para leitura 

136. Caso 10 – Este depoimento foi colhido no livro de William H. Harrison, intitulado Spirit before our eyes (pág. 173). Escreveu ele que este caso lhe foi enviado de Vervey, Suíça, em 3 de março de 1875, pelo príncipe Emílio de Sayn-Wittgeinstein, que foi ajudante-de-campo do Imperador da Rússia durante a guerra turco-russa de 1878. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

137. Eis o relato do príncipe:

“Há cerca de um ano, tentei convencer uma jovem senhora de que o seu espírito, em condições especiais, poderia afastar-se do corpo para agir independentemente. Depois de insistentes pedidos meus, concordou em confiar-me uma de suas luvas, por meio da qual eu esperava chegar a pôr-me em relação magnética com ela, embora nunca a houvesse magnetizado.

Separamo-nos no mesmo dia e, apenas as circunstâncias mo permitiram, tentei a primeira experiência, em hora avançada da noite, para que a dama em questão se achasse em profundo sono. Fiquei com a luva na mão esquerda e o lápis na direita, pousando-o sobre uma folha de papel, e concentrei o pensamento nela. Não tive de esperar muito tempo, pois logo me senti influenciado, e o lápis começou a responder a várias perguntas mentais que fui fazendo. Nesta experiência estávamos separados por meio dia de viagem.

Continuei as mesmas práticas por várias semanas, durante as quais a luva foi perdendo gradualmente a influência que a tornava ativa, de modo que também as manifestações se foram enfraquecendo até cessarem de todo.

Vim a saber que, durante as minhas experiências, a referida senhora tivera muitas vezes sonhos comigo, de clareza extraordinária e que, num desses sonhos, ela me havia visto com tamanha nitidez, que pôde descrever a roupa com a qual me achava vestido e o quarto que ocupava, tudo correspondendo à verdade. Além disso, ela me confirmou a exatidão dos numerosos incidentes que chegaram ao meu conhecimento ditados mediunicamente por ela, durante o sono.

Toda vez que o seu espírito respondia ao meu chamado eu sentia um agradável calafrio correr-me pelas costas, enquanto uma espécie de disco, do tamanho de um prato, do qual emanava uma luz amarelada, aparecia no ar e se deslocava sempre de um lado para outro. Tal disco luminoso aparecia logo que o lápis começava a escrever e desaparecia no momento em que a escrita parava. Algumas vezes o lápis sofria um abalo violento quando acontecia a interrupção da mensagem, mas esta logo depois recomeçava, como se nada houvesse sucedido. Perguntei qual o motivo dessas bruscas interrupções e foi-me respondido serem elas consequência dos rumores imprevistos que, naquele mesmo instante, haviam perturbado o sono da senhora que se achava em comunicação mediúnica comigo.

O incidente mais estranho, porém, está por ser contado, e me declaro incapaz de interpretá-lo, razão pela qual ficarei muito grato a quem puder fazê-lo.

Certa noite em que estava recebendo a influência dela, escrevi longa mensagem que se referia a um baile no qual pretendia ter tomado parte na noite precedente. Descreveu-me, com juvenil entusiasmo, o lindo vestido que usara, as pessoas com as quais havia dançado, fazendo sobre algumas delas observações maliciosas e, finalmente, confiava-me que, num dado momento, se tomara de forte mau humor, sentando-se a um canto afastado da sala e respondendo com despeito a quem dela se aproximava, bem como se recusara a continuar tomando parte nas danças. Vários meses após encontrei-me com a irmã dela pela qual soube que naquela noite, a minha “correspondente espiritual” achava-se ausente, numa excursão que durara uma semana, e que fora ela, a irmã, quem estivera no referido baile, vestida com a roupa por mim descrita e que, efetivamente, se havia portado de modo despeitoso e impertinente para quem dela se acercava. Em suma, confirmou, em todos os pormenores, a narração por mim obtida mediunicamente.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

138. Essa é a interessante narrativa do príncipe de Wittgeinstein. O incidente final de substituição da personalidade mediúnica, que ao príncipe pareceu muito enigmático, na realidade não o é. De fato, podemos explicá-lo facilmente, observando que a circunstância da “relação psíquica” existente naquele momento entre o sensitivo-agente e o ambiente longínquo em que morava a dama procurada, é suficiente para dar a razão do acontecido. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

139. Tal circunstância nos autoriza a inferir que, não se achando em casa a senhora em questão, mas sim a sua irmã, naquele momento imersa no sono, pela “lei de afinidade” existente no ambiente em que estava dormindo, foi ela quem entrou em relação psíquica com o agente afastado, no lugar da irmã ausente. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

140. Como o príncipe estivesse firmemente persuadido de achar-se em relação com a senhora habitual, essa convicção provocou, por autossugestão, um fenômeno de interferência subconsciente, que levou a mão do sensitivo a firmar, erroneamente, a mensagem com o nome daquela que ele supunha presente. De tais espécies de interferências estão cheios os anais da casuística mediúnica. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

141. Além disso observa-se no caso exposto o incidente do disco luminoso que aparecia quando a mão do médium traçava automaticamente as primeiras palavras e desaparecia quando a escrita cessava. O incidente tenderia a demonstrar a presença real da entidade espiritual comunicante no local. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

142. Nos casos telepáticos, como nestes aqui considerados, alternam-se constantemente episódios que tendem a demonstrar ora a presença real de uma entidade comunicante, ora a tese oposta de uma comunicação puramente telepática ou telepático-mediúnica, isto é, de uma pura transmissão do pensamento a distância. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

143. Tais perplexidades teóricas, produzidas por alternativas episódicas de significação oposta, não se resolvem senão admitindo a possibilidade de se realizarem ambas as modalidades de manifestação fenomênica segundo as circunstâncias. Tudo concorre para provar que a solução do problema seja a mais digna de consideração. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

144. Bozzano adverte, por fim, que não era hora de se iniciarem discussões teóricas a propósito deste primeiro exemplo de comunicações mediúnicas entre vivos, em que o agente colhe segredos pessoais de sensitivos distantes, mergulhados no sono, devendo esperar para o fazermos quando houver melhores elementos de discussão, sejam a favor ou contra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

145. Ele observa, no entanto, que a objeção formulada pelos opositores à hipótese espírita consiste em observar que, se o médium é capaz de extrair informações reservadas na subconsciência de determinadas pessoas distantes, imersas no sono, tal fato infirma as provas de identificação espírita fundadas em informes pessoais ignorados dos médiuns e dos presentes, que fornecem os supostos mortos comunicantes, levando-se em conta que se poderia sustentar sempre, a tal propósito, que o médium retire todos os informes das subconsciências das pessoas vivas que tenham conhecido os mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

146. Viu-se, porém, na introdução ao presente subgrupo, que a objeção não resiste a outras importantes circunstâncias de fato e, acima de tudo, viu-se também que ela não fica de pé diante da necessidade da “relação psíquica”, que serve para condicionar e, portanto, para limitar os poderes da subconsciência. Dentro em pouco ver-se-á como tal hipótese se esboroa diante da análise comparada dos fatos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

147. Caso 11 – Também a célebre escritora inglesa Florence Marryat, que era dotada de notabilíssimas faculdades mediúnicas, especialmente de psicografia e tiptologia, fez numerosas experiências com pessoas distantes. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

148. Eis uma dessas experiências, que se encontra em seu livro There is no death (pág. 41): 

“Tais comunicações mediúnicas com espíritos de vivos são, indubitavelmente, das mais curiosas que já obtive. Em várias circunstâncias quando, sobre um dado acontecimento, eu não chegava a conhecer a verdade diretamente das pessoas interessadas em ocultá-la, eu me sentava diante da ‘mesinha mediúnica’, em hora que sabia acharem-se adormecidas as pessoas, e concentrava o pensamento sobre elas, convidando-as a me virem revelar, sinceramente, a verdade, pela tiptologia, o que quase nunca deixava de se realizar. De modo que, quando tais pessoas viam que eu estava plenamente informada do que elas me haviam escondido, ficavam pasmadas e por certo não imaginavam qual tivesse sido a minha fonte de informações.

Observo que o poder de comunicar-se com os espíritos dos vivos não é comum a todos os médiuns, mas eu sempre o possuí, e posso consegui-lo, tanto com pessoas adormecidas como em estado de vigília, conquanto neste último caso a experiência seja mais difícil. Um senhor do meu conhecimento certa vez me desafiou a tentar com ele. Oculto-lhe o nome, porque a tentativa o tornou risível.

Esperei que ele fosse convidado para um jantar de gala e então, cerca de nove horas da noite, sentei-me à mesinha e, pensando intensamente nele, chamei-o resolutamente. Ele hesitou um pouco em vir e, quando chegou, estava de muito mau humor. Apanhei papel e lápis e, ditados por ele, escrevi os nomes de todos os convidados presentes no banquete, de todos os pratos servidos e depois, comovida pelas suas ardentes súplicas, deixei que se fosse.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

149. Na sequência do seu relato, a escritora Florence Marryat acrescentou o seguinte trecho, que se inicia com um diálogo com o amigo evocado:

 

“– A senhora está me levando ao ridículo. Todos se riem de mim!

– Por quê? O que o senhor está fazendo?

– Estou caído em profundo sono em cima da toalha da mesa.

No dia seguinte, confuso e humilhado, foi ele procurar-me e perguntou:

– Foi a senhora que ontem à noite atuou sobre mim? Eu me achava num jantar em casa do Sr. Watts Philips e, terminada a refeição, caí inesperadamente em profundo sono, com a cabeça entre as mãos. Os convidados tentaram acordar-me, sem o conseguir. Estou certo de que a senhora preparou-me uma grande peça.

– Não quero ocultar – respondi – que ontem resolvi aceitar o seu desafio, impondo-lhe que fizesse o que lhe parecia impossível forçá-lo a fazer. Gostou da sopa branca? E o peixe, estava bom? Que me diz do pão doce?

Ele ficou perturbado ao ouvir-me enumerar os pratos servidos no jantar, e o seu espanto subiu ao máximo quando lhe mostrei a folha de papel escrita com o que me ditou.

Devo declarar que não tenho o costume de proceder assim com os vivos, mas sou uma pessoa terrível quando me desafiam a fazer alguma coisa.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C)

 

150. Casos 12 a 19 – Trata-se de episódios narrados pelo célebre escritor e jornalista inglês William Stead. Como se sabe, possuía ele, em grau notabilíssimo, a faculdade mediúnica da escrita automática (psicografia), pela qual lhe foi ditado o livrinho de ouro de revelações transcendentais intitulado Letters from Julia. Além disso, conseguia sistematicamente entrar em relações mediúnicas e conversar, livremente, com pessoas vivas que se achavam a distância, obtendo muitas vezes confissões e informações que as mesmas pessoas nunca lhe teriam confiado, em condições normais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

151. Ele nunca havia pensado na possibilidade de conversas supranormais de tal natureza e foi a personalidade mediúnica de Júlia que lhe sugeriu essa ideia, a título de experiência. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) 

152. Numa famosa conferência realizada na sede da The London Spiritualist Aliance, em 1893, conta ele, nas seguintes palavras, o seu começo nessa espécie de experiências:

 

“Certo dia Júlia escreveu: ‘Por que te surpreendes que eu possa servir-me da tua mão para escrever à minha amiga? Qualquer um pode fazê-lo’ e eu lhe perguntei: ‘Que queres dizer com este qualquer um?’, ao que ela respondeu: ‘Qualquer um, isto é, qualquer pessoa pode escrever com a tua mão’. Perguntei ainda: ‘Queres dizer qualquer pessoa viva?’ e ela replicou ‘Qualquer amigo teu pode escrever com a tua mão’, ao que observei: ‘Queres dizer que se eu puser a minha mão à disposição de qualquer amigo distante poderá ele servir-se dela do mesmo modo que tu o fazes?’ e ela respondeu: ‘Sim, experimenta e verás’. Ora, parecia-me difícil a tarefa, mas resolvi fazer a tentativa e os seus resultados foram imediatos e assombrosos.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo C) (Continua no próximo número.) 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita