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O Espiritismo responde
Ano 10 - N° 499 - 15 de Janeiro de 2017
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Em mensagem publicada nesta edição, na seção de Cartas, o leitor Carlos Alberto Rodrigues escreveu-nos o seguinte:

Lemos nesta revista uma pergunta feita, algum tempo atrás, por uma leitora de Porto Alegre, a respeito de dois assuntos que também não conseguimos compreender: a morte de crianças em tenra idade e o abuso sexual feito contra meninos e meninas, muitas vezes dentro da própria casa. Qual a explicação da doutrina espírita com relação ao assunto?

Com respeito ao primeiro assunto – morte de crianças em tenra idade – sugerimos ao leitor que acesse o texto que publicamos nesta mesma seção no dia 3/2/2013, edição 297. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano6/297/oespiritismoresponde.html

Cremos que o texto contém as explicações que o assunto requer, especialmente no tocante à morte corpórea de crianças.

Quanto ao segundo assunto – abuso sexual de meninos e meninas –, trata-se de uma questão delicada que, não obstante, faz parte desses dramas da vida intimamente relacionados com nossas existências passadas.

Antes de focalizar dois casos concretos, ilustrativos do que a doutrina espírita nos ensina, examinemos o que Allan Kardec consignou em seu livro O Céu e o Inferno:

9º - Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não o for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.

10º - O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências. Pela natureza dos sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea, pode julgar-se a natureza das faltas cometidas em anterior existência, e das imperfeições que as originaram.

11º - A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida.

12º - Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: - a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.

(...)

16º - O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.

17º - O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. (O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. VII - Código penal da vida futura, itens 9º a 12º; 16º e 17º.) (Negritamos.)

Exposta a teoria, lembremos que na 2ª Parte do livro citado Allan Kardec apresenta uma grande quantidade de processos expiatórios, com as explicações dadas pelos próprios Espíritos que os sofreram.

Um deles é o caso Antônio B..., que foi enterrado vivo. Escritor muito estimado que exercera com distinção e integridade muitos cargos públicos na Lombardia, pelo ano de 1850 caiu aparentemente morto, de um ataque apoplético. Quinze dias depois do enterro, uma circunstância fortuita determinou a exumação, a pedido da família. Tratava-se de um medalhão por acaso esquecido no caixão. Qual não foi, porém, o espanto dos assistentes quando, ao abrir a urna, notaram que o corpo havia mudado de posição, voltando-se de bruços e – coisa horrível – que uma das mãos havia sido comida em parte pelo defunto.

Evocado na Sociedade de Paris, em agosto de 1861, a pedido de parentes, Antônio falou sobre o episódio e afirmou que aquele fato lhe estava predestinado desde que nasceu. Fazia, pois, parte de sua programação reencarnatória. O motivo: em uma encarnação anterior ele enterrara viva a própria esposa.

Depois de relatar os fatos, Kardec perguntou a Erasto: - Que proveito pode a Humanidade auferir de semelhantes punições?

Erasto respondeu:

“As penas não existem para desenvolver a Humanidade, porém para punição dos que erram. De fato, a Humanidade não pode ter interesse algum no sofrimento de um dos seus membros. Neste caso, a punição foi apropriada à falta. Por que há loucos, idiotas, paralíticos? Por que morrem uns queimados, enquanto outros padecem as torturas de longa agonia entre a vida e a morte? Ah! crede-me; respeitai a soberana vontade e não procureis sondar a razão dos decretos da Providência! Deus é justo e só faz o bem.” – Erasto. (O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. VIII - Expiações terrestres.)

O comentário feito por Kardec, em seguida a essa resposta, vale a pena ler e meditar:

“Este fato não encerra um ensinamento terrível? A justiça de Deus, às vezes tardia, nem por isso deixa de atingir o culpado, prosseguindo em seu aviso. É altamente moralizador o saber-se que, se grandes culpados acabam pacificamente, na abundância de bens terrenos, nem por isso deixará de soar cedo ou tarde, para eles, a hora da expiação. Penas tais são compreensíveis, não só por estarem mais ou menos ao alcance das nossas vistas, como por serem lógicas. Cremos, porque a razão admite. Uma existência honrosa não exclui, portanto, as provações da vida, que são escolhidas e aceitas como complemento de expiação – o restante do pagamento de uma dívida saldada antes de receber o preço do progresso realizado. Considerando quanto nos séculos passados eram frequentes, mesmo nas classes mais elevadas e esclarecidas, os atos de barbárie que hoje repugnam; quantos assassínios cometidos nesses tempos de menosprezo pela vida de outrem, esmagado o fraco pelos poderosos sem escrúpulo; então compreenderemos que muitos dos nossos contemporâneos têm de expungir máculas passadas, e tampouco nos admiraremos do número considerável de pessoas que sucumbem vitimadas por acidentes isolados ou por catástrofes coletivas. O despotismo, o fanatismo, a ignorância e os prejuízos da Idade Média, e dos séculos que se seguiram, legaram às gerações futuras uma dívida enorme, que ainda não está saldada. Muitas desgraças nos parecem imerecidas, somente porque apenas vemos o presente.” – Allan Kardec. (O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. VIII - Expiações terrestres.)

Dadas estas explicações, vejamos, por fim, o tema abuso sexual de crianças, que é o assunto central do livro Sexo e Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Franco e publicado inicialmente em 2002.

O padre Mauro, personagem principal da história, foi, quando criança, vítima de abuso sexual cometido pelo próprio pai. O fato transtornou por inteiro sua vida, a ponto de, em suas funções sacerdotais, ter ele enveredado pelo crime de pedofilia.

Por que um pai faria isso com o próprio filho? Que motivos haveria para tão torpe comportamento?

No cap. 5 do livro citado, as causas são reveladas. O método utilizado pelo mentor Anacleto foi a regressão de memória.

Eis como Manoel Philomeno de Miranda relatou o fato – a fala é do mentor espiritual, dirigindo-se ao padre Mauro:

“Recorda, agora recorda o início do século XIX; volve à Paris napoleônica, retorna à Mansão de M., às orgias comandadas por Madame X... Observa o bosque em torno da casa palaciana e acompanha as festas de exaustão dos sentidos, a embriaguez pelo álcool, pelo absinto, pela luxúria esfuziante e depravada... Madame X comanda o espetáculo, em razão dos seus vínculos obscenos e extravagantes com o palácio das Tulherias, a mansão de Malmaison e alguns dos seus famosos políticos e parasitas sociais...”. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

À medida que o mentor ia enunciando o lugar e seus acontecimentos, o rosto de Mauro (a mesma Madame X... do passado) se modificava, assumindo outras características, agora femininas e vulgares. Vagarosamente plasmavam-se nos delicados tecidos perispirituais as formas e a aparência anteriores, quando, utilizando-se de verbetes e versos fesceninos, o paciente sob hipnose volveu ao lupanar onde vivia e comandava a orgia desenfreada. Entre as ordens que seus lábios expediam, assinalava-se a hedionda imposição da necessidade de crianças para os banquetes da loucura desenfreada, de psicopatas e de histéricas para os histriões e viciados que, à semelhança de animais no cio, se atiravam uns sobre os outros locupletando-se em aberrações de muitos gêneros sob o comando compassivo da proprietária, igualmente debochada.

Num daqueles momentos, um lacaio apresentou-lhe uma criança de oito anos que fora tomada quase à força do pai devotado e trabalhador, que residia na periferia da cidade, e que se encontrava à porta, desejando falar-lhe, suplicar-lhe a libertação da presa valiosa. Madame X... mandou-o entrar, e, sem delongas nem pudor, propôs ao genitor aturdido a compra do seu filho, atirando-lhe um saco de moedas de ouro que, recusadas, conduziram-no a um quase delírio de ódio, ameaçando-a com palavras chulas de vingança pelo descalabro de roubar-lhe o filho. Expulso, sem piedade, e sem ter a quem queixar-se, o desditoso, em pranto e alucinado, desapareceu na noite, ruminando o desejo de vingança ante a tragédia que se abatera sobre o seu lar.

“Reconheces, Mauro - interrogou o Mentor - esse homem que vitimaste com a tua crueldade e desabrida falta de moral? Reencarnou-se como teu genitor, e não te havendo perdoado, sem mesmo saber a procedência dos sentimentos ambíguos que mantinha em relação a ti, tornou-se o teu algoz infantil, o cruel explorador das tuas forças e pureza. Desditoso, sim, continua, porque ninguém tem o direito de fazer justiça com a própria indignidade, pois que as Leis Soberanas da Vida sempre buscam o calceta e o alcançam, levando-o à reparação. O ódio, porém, semeia venenos que são absorvidos, intoxicando aqueles que o conservam.” (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.)

É da Lei, assevera Manoel Philomeno de Miranda, que na estrada da vida um dia o credor se apresentará à frente do devedor, frase que não deveria impressionar a ninguém, visto que Jesus, dirigindo-se ao apóstolo Pedro, legou-nos uma informação que os cristãos conhecem muito bem: “Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão” (Mateus 26:52).

O livro Sexo e Obsessão vem sendo estudado metódica e sequencialmente nesta revista, desde a edição 480.

Eis o link que remete à primeira parte do estudo:
http://www.oconsolador.com.br/ano10/480/estudandomanoelphilomeno.html 


 


 
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