WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Joias da poesia contemporânea
Ano 10 - N° 499 - 15 de Janeiro de 2017

 
 

 

A lição do dinheiro 

Maria Dolores

 

Ele era salteador pela primeira vez.

O cofre agora aberto estava à mão.

E, lá dentro, ele viu, ante a casa vazia,

Um pacote mostrando que trazia

A soma respeitável de um milhão.

Dispunha-se a empalmar toda a quantia...

Quando o dinheiro lhe falou

Em forma de conselhos e queixumes:

- Pensa, amigo, na obrigação que assumes,

Ao levar-me daqui, nas condições de um louco,

Já que podes buscar-me em compromisso

Entre a força da fé e a bênção do serviço.

Retirando-me em paz, lidando pouco a pouco,

Não quero ser motivo

Para que sejas preso como eu vivo.

Fui criado por Deus para fazer o bem,

Não desejo aumentar as lutas de ninguém.

Quero sair daqui para ser agasalho

Aos que gemem sem teto e sem trabalho.

Anseio consolar as mães que padecem na estrada,

De alma aflita e cansada,

Ante a dor dos filhinhos

A esmolarem socorro em remotos caminhos;

Espero ser o apoio do homem triste

Que de tanto sofrer necessidade,

Já não sabe se resiste

À tentação da morte que o invade.

Sonho doar auxílio ao doente sem nome

A fim de que suporte

O duro sofrimento que o consome

Livrando-se, por fim, das lâminas da morte.

Quero sair daqui para que alguém me aceite

De modo a ser o amigo sorridente,

Que ofereça uma xícara de leite

À criança doente.

Quero ser cobertor para quem sente frio,

Prato que nutra, força que refaça,

Algo que plante amor no coração vazio,

Instrumento do bem que ajuda, serve e passa.

Mas ouve, amigo meu, não me faças razão

De largar este cofre e levar-te à prisão.

Trabalha e vem buscar-me

Sem calúnia, sem crime, sem alarme,

Quero ser luz e ação em tudo o que progrida

E seiva a circular nas árvores da vida.

Vê onde a sovinice me prendeu,

Não te desejo o cárcere em que moro

Na prova rude que me aconteceu.

Quero ser livre e forte, assim como és,

Caminhar com teus pés

Aspiro a ser-te amigo e companheiro...

 

Calara-se o Dinheiro

E o pobre salteador inexperiente,

Recuando, atingiu grande portão à frente.

Nisso, o dono da casa, envolto em grande escolta,

Veio à mansão de volta;

Vendo o lar violentado e o cofre aberto

Com o dinheiro intocado,

Saudou o salteador que via perto

E, acreditando nele a presença de alguém

Que lhe guardara a casa para o bem,

Agradeceu-lhe o gesto

De homem leal e honesto...

Sustentando o silêncio e a tristeza no olhar,

O pobre sem vintém começou a chorar...

Ali mesmo, porém, começou vida nova,

Transformado por dentro, alterou-se-lhe a prova;

Passando a servidor da mansão que arrombara,

Agia com firmeza, nobre e rara...

Trabalhou a formar, de tostão a tostão,

Os bens com que sabia socorrer

Quem achasse a sofrer...

E quando auxiliava aos semelhantes

Em provações alucinantes,

Nos quais dizia ver os próprios irmãos seus,

Rememorava a fala do milhão

E clamava, em voz alta, ao lembrar-lhe a lição:

- Obrigado, meu Deus!...

 

Do livro Maria Dolores, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita