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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 499 - 15 de Janeiro de 2017

TEMI MARY FACCIO SIMIONATO
temi_mary@yahoo.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

 

A estrada de Emaús


Encontramos nos capítulos finais dos Evangelhos de Mateus, Lucas, Marcos e João registros das profecias de Jesus, de Sua vinda nos tempos anunciados e também de Suas aparições aos discípulos alguns dias após Sua crucificação. Em alguns destes momentos, Jesus mostrava-se em silêncio, em outras, em breve conversação ou, ainda, em longo discurso com os discípulos.

Destas aparições e diálogos, há um que se sobressai, e que está contido no Evangelho de Lucas, no capítulo vinte e quatro, versículos treze a trinta e cinco, que relata o diálogo do Mestre com dois discípulos a caminho da aldeia de Emaús.

Com o sol se pondo, caminhavam dois homens em sentido à aldeia de Emaús, relembrando as terríveis cenas do calvário, acontecimento este que os haviam deixado angustiados, abatidos e inconformados. Grande parte deste caminho foi percorrido em companhia de um homem desconhecido, com aspecto de mísero peregrino, que, sem identificar-se, esclareceu-os sobre as verdades da Escritura Sagrada, exaltando a cruz e o sofrimento. Os dois discípulos ouviam-No experimentando um doce bem-estar, conforto e bom ânimo, tendo-O como generoso e amoroso.

A aparição de Jesus aos discípulos na estrada de Emaús representa significado aprendizado a todos nós que aspiramos a obreiros da seara do Senhor.

Espíritos imperfeitos que somos, temos um longo caminho a trilhar. Muitas vezes iremos percorrer o caminho de Emaús: em dias de brisas suaves, nossa alma acolherá os ensinamentos do Mestre, no entanto, quando as tempestades provacionais chegarem para que fortaleçamos a nossa fé, a descrença se apropriará de nosso ser e a fé tornar-se-á vacilante. Há, ainda, aqueles que dizem ser seguidores do Evangelho, entretanto, nas horas de amargura, têm sua crença incerta no socorro celeste, mostrando absoluto desinteresse frente ao estudo e aplicação da lei Divina, colocando com prioridade sua atenção aos apelos da vida primária. Percebendo, mas não ouvindo.

Entendemos nossa inconstância na fé, quando o abatimento e a perturbação se apossam de nós. Na verdade, é preciso que tenhamos como objetivo atingir o domínio sobre nós mesmos na senda evolutiva, guardando o coração tranquilo e imperturbável, resguardando-nos na fé que emoldura-nos os passos. É necessário lembrar que ao nos perturbarmos, rendemo-nos à invigilância, e, apavorando-nos, caímos nos domínios das sombras.

É importante mantermo-nos firmes e serenos em toda e qualquer dificuldade, não nos deixando abater ante as lutas cotidianas, tendo como escudo amigo a fé e a paz. Somos todos aprendizes na estrada simbólica de Emaús e, neste caminho, aprenderemos a compreender o significado das lutas, das dores, das provas que, quando bem entendidas e vivenciadas, nos levarão à ascensão espiritual.

Os dois aprendizes não conseguiram identificar o Mestre nem pelas palavras, nem pelo gesto afetuoso, apenas, identificando-O diante da bênção e da partilha do pão, assim, dissipando todas as suas dúvidas e crendo.

Será que o mesmo não está acontecendo no mundo, há milênios? Muitas vezes confessamos ter fé, contudo, afastamo-nos por não atingir de imediato as vantagens e caprichos a que aspiramos. E, assim, atemorizamo-nos frente aos sacrifícios necessários que nos levarão à iluminação espiritual, e enquanto não entendermos o ambiente divino da cruz, sempre se aproximará de nós um desconhecido com Sua voz firme, segura, bondosa e com Seus esclarecimentos claros e doces, amparando-nos enquanto não nos sentirmos confiantes e fortalecidos na fé.

O meigo Rabi da Galileia sempre aproveitou o mínimo para produzir o máximo e, durante três anos de seu apostolado, acendeu luzes para milênios, apenas com uma pequena assembleia de doze companheiros. Fez de um grão de mostarda maravilhoso símbolo do reino de Deus e, de uma cruz rústica, gravou a maior lição da divindade da história.

Como testemunhas de tudo isso, com o conhecimento que estamos angariando pouco a pouco, torna-se imprescindível ouvir nossa consciência e, à semelhança daqueles discípulos da estrada de Emaús, também reconheceremos que Jesus sempre esteve, está e estará conosco em todos os momentos, auxiliando-nos a desenvolver a fé pura, mantendo-nos firmes no Amor Maior, combatendo, assim, a nossa miopia da alma.

Na obra Roteiro, página 39, o querido benfeitor Espiritual Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, esclarece-nos: “Guardemos, pois, no mundo a tarefa da bênção que o senhor assinala à nossa fé sublime, a fim de que sejamos hoje, agora e amanhã, o altar do entendimento em que a vida de todos se refaça mais límpida na romagem da Terra para a luz do porvir”.

Se Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante. Comprovando Suas lições divinas, o Mestre viveu servindo e morreu na cruz.

Louvado seja o senhor por todas as lições que nos concede. Todavia, ainda continuaremos longe da verdade se O procurarmos apenas na distribuição dos bens fragmentários e perecíveis.

A história dos discípulos a caminho de Emaús dá-nos a confiança de que o Bom Pastor segura e suavemente nos conduz ao divino redil, onde encontraremos o Reino de Deus: “nenhuma de minhas ovelhas se perderá”. (Lucas, 15:3-7.)

 

Bibliografia:

XAVIER, F. C – Caminho, Verdade e Vida – ditado pelo Espírito Emmanuel – 28ª edição – FEB – Brasília / DF - 2011 – lições: 95, 161, 169.

XAVIER, F. C – Fonte Viva – ditado pelo Espírito Emmanuel – 36ª edição – FEB – Brasília/ DF – 2011 – Lição 48.

XAVIER, F. C – Pão Nosso – ditado pelo Espírito Emmanuel – 29ª edição – FEB – Brasília/ DF – 2010 – Lição 129.

SCHUTEL, Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus – 13ª edição – Casa editora O Clarim - Matão / SP – 1993 – 2ª parte - páginas: 264, 265.

RIBEIRO, S. Cesar coordenação – O Evangelho por Emmanuel segundo Lucas – 1ª edição – FEB – Brasília / DF – 2015 – página 314. 

 


 


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