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Brasil
Ano 10 - N° 498 - 8 de Janeiro de 2017
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil)
 

  

Divaldo Franco:
“A maior caridade não é dar coisas; é dar-se”
 

Uma atividade intensa marcou os trabalhos de fim de ano realizados pelo Centro Espírita Caminho da Redenção


O presépio
 

No final da tarde do dia 13 de dezembro, às 17h, foi inaugurado um presépio com a presença de alunos da Creche A Manjedoura e do Jardim de Infância Esperança. O presépio visa oportunizar aos alunos, desde cedo, conhecer o significado do nascimento do Cristo, desvinculando-o das comemorações de caráter eminentemente natalino, cuja figura maior é o mito do Papai Noel. Empolgada, a meninada cantou, aplaudiu e respondeu perguntas, tanto quanto exteriorizaram seus desejos e pedidos ao Menino Jesus, através de uma oração ali formulada.

 

Atividades doutrinárias 

No mesmo dia, às 20h, Divaldo Franco iniciou a sua atividade doutrinária no Centro Espírita Caminho da Redenção, reflexionando sobre o Natal de Jesus, confabulando sobre a paz, dizendo que ela é urgente e é para a vida. Todos desejam a paz, porém, é de importância fundamental que cada indivíduo se conscientize sobre essa necessidade premente.

O Centro Espírita Caminho da Redenção está estruturado em treze departamentos, atendendo a diversos e múltiplos encaminhamentos através de dedicados voluntários e funcionários. Com atividades incessantes, requer assistência perseverante, recursos de ordem financeira e humana, prestando um serviço de alta e relevante qualidade.

Como o período natalino suscita solidariedade, perdão, caridade, benevolência, desprendimento, Divaldo Franco, orador de escol e lúcido servidor do Cristo, narrou emocionante história de uma mãe, seu trabalho e amor dedicado ao filho. É uma história real, vivida no Bairro do Uruguai, em Salvador/BA, há alguns anos. Essa experiência fez com que Divaldo fosse grandemente influenciado sobre o sentido de gratidão e ingratidão, de lealdade e traição, de perdão, de amor e de indiferença, de humildade e de orgulho.

Era uma área alagadiça, um pântano transformado em depósito de lixo. A necessidade por moradia foi obrigando as pessoas a construírem seus casebres, de pau a pique, ao estilo palafitas e com ligações entre os casebres através de rústicas e precárias passarelas pênsil. Divaldo e Nilson visitavam constantemente o local, inclusive lá pernoitando, atendendo os miseráveis, notadamente aqueles que se encontravam em processo de desencarnação, com a morte iminente do corpo físico. Tinham no local uma daquelas precárias palafitas para acolher e recolher doentes abandonados, quase sempre próximos à morte, os moribundos, que eram assistidos pelos dois até a consumação da vida orgânica.

Houve um tempo em que ali, mães vendiam suas filhas em troca de um litro de cachaça. Divaldo teve a oportunidade de resgatar uma menina que estava sendo “comercializada”, levando-a para a Mansão do Caminho, conseguindo com a Justiça a guarda daquela pobre criatura, dando-lhe dignidade.

O caso da vendedora de acarajé 

Em uma dessas noites em que velavam pelos moribundos, Divaldo recebeu um chamado para atender a uma senhora que estava morrendo, ali perto. Tratava-se de uma lavadeira e vendedora de acarajé. Desejava conversar, confiando-lhe um segredo. Com dificuldades para falar, debilitada pela pneumonia, disse que tinha um filho que muito amava e que se mostrou dotado de grande inteligência. Com dificuldades e grandes sacrifícios a mãe extremosa, com seu trabalho árduo, conseguiu com que o menino estudasse alcançando seu sonho, tornar-se médico.

Brilhante nos estudos, o rapaz passou a cursar a faculdade de medicina. A mãe, sempre trabalhando, e desdobrando-se em atividades extras, dava condições financeiras para que seu filho pudesse estudar e concretizar o sonho acalentado. Intercedia por ele. Identificava-se como madrinha de batismo, para não ferir o filho, diminuindo-lhe a importância, pois que era analfabeta e extremamente pobre. Conhecendo, casualmente, um professor da faculdade, solicitou a esse que o auxiliasse, empregando o filho em seu consultório. O estudante era conhecido no meio acadêmico como “a mosca no leite”. O apelido lhe foi atribuído por se vestir sempre de branco, contrastando com a sua pele negra. Aplicado, aluno brilhante, logo granjeou a confiança do professor, passando a privar com a família. Enamorou-se pela filha do professor. O consórcio seria logo após a formatura.

Previamente a mãe preparou-se, comprando fino anel de formatura para o filho amado, adquiriu vestido, sapatos, enfim, procurou estar a altura da importância do evento de colação de grau. Nos dias próximos que antecederiam a formatura, o filho foi retirando seus pertences do barraco. Na véspera, em conversa com a mãe, disse-lhe, que ela não precisaria ir a sua formatura e que a noiva lhe acompanharia. A mãe amorosa disse, então, para não magoar, que realmente se sentia aliviada pelo filho tê-la dispensado. Seu coração apertava dolorosamente, sofria sem deixar que o filho percebesse.

Antes de sair deu ao filho a caixa forrada com belo veludo onde estava formoso e caro anel de formatura. Agradecido, o filho disse-lhe que se necessitasse de cuidados médicos, não o procurasse em seu consultório, que lhe telefonasse utilizando o número que lhe dera escrito em um papel e ele mandaria um colega cuidar dela, pois que ali não mais voltaria.

Os anos se passaram, o filho se tornou conhecido e reconhecido em Salvador. Tornou-se famoso. Naqueles últimos momentos, a mãe, moribunda e cada vez mais debilitada, com esforço dizia a Divaldo que se sentia triste, porém o sonho acalentado de ver o filho formado dava-lhe alegria. Solicitou que Divaldo guardasse um baú onde ela depositava os recortes de jornal com as notícias sobre o filho. Justificou o pedido por que tinha a certeza que o filho procuraria Divaldo ao saber que ela havia morrido. Pela alva a mãe expirou. Divaldo e Nilson providenciaram o enterro do corpo, recolheram o baú e colocaram fogo no casebre, como medida profilática.

Decorridos alguns dias, no Centro Espírita, Divaldo foi procurado por um elegante homem. Pelas fotos daqueles recortes identificou-o. Constrangido, e sem declarar quem era, disse que havia interesse em saber como havia morrido aquela senhora e o que ela lhe contara, se tinha queixas, guardado mágoas, rancores. Divaldo disse que era assunto reservado e que não comentaria com um estranho, a não ser que fosse familiar, embora tenha dito que era afilhado da morta. Constrangido o senhor ausentou-se.

Dias mais tarde voltou a visitar o Centro Espírita. Na conversa com Divaldo, profundamente cauteloso, foi abrindo-se, ao ponto de se declarar como filho. Divaldo, então, disse-lhe que aquela mãe dedicada e amorosa não havia guardado nenhum rancor, embora sentisse tristeza, amava o filho imensamente, sacrificando-se em seu favor, queria vê-lo vitorioso. O filho demonstrava sentir remorso pelo tratamento que havia dispensado à mãe. Queria confessar-se, aliviar o conflito, o remorso, pois que reconhecia o equívoco. Havia nele o sentimento de arrependimento. Divaldo orientou-o a renascer, recomeçando a vida. Reparando o mal, praticando o bem, dedicando-se aos necessitados.

A maior caridade é dar-se; não é dar coisas 

Continuando, Divaldo ensinou que todos necessitam de ternura, de carinho, de solicitude, como um pai, ou mãe fazem aos filhos e vice-versa. Amar-se mutuamente, independente de condicionamentos, pois que as consequências do desamor são implacáveis. Na solidão da jornada de cada um, há que se fazer algo de bom aos outros. As construções físicas não são importantes, mas as necessidades do Espírito devem ser atendidas pelos corações generosos, seja através de um pedaço de pão, de um acolhimento, de um aperto de mão, de um abraço que possa transparecer ao assistido a disposição de estar junto, doando-se, demonstrando que ele é importante na vida e para a vida. “A maior caridade, ensinou Divaldo, não é dar coisas, é dar-se, dando suas energias, o seu tempo, sentindo-se honrado em servir.”

Finalizando, disse que deseja que a Mansão do Caminho seja um lar de amor, onde todos possam ser trabalhadores de Jesus indistintamente. O lema deve ser solidariedade. Exortou para que cada um, neste Natal, eleja Jesus Cristo como o único homenageado.

Na noite de 15 de dezembro, mais um encontro doutrinário importante. Formavam a mesa diretiva João Araújo, Divaldo Franco, Mário Sérgio, Cristiane Beira e Solange Seixas, que fez a prece inicial. Cristiane Beira foi convidada a comentar o momento atual, o de final de ano, onde normalmente as pessoas costumam fazer um balanço, uma avaliação das atividades vividas no ano, traçando planos para o período seguinte. Utilizando-se da figura mitológica de Páris, filho do Rei Príamo, de Troia, Cristiane fez um paralelo entre as atitudes de Zeus, que optou por não reconhecer a situação, evitando, ou negando a existência de um problema e as atitudes de Páris, que desconhecia a sua origem e sua destinação.

Os problemas, ou situações que exijam respostas, quando não enfrentados adequadamente, não resolvidos, retornam, instalando dificuldades ainda maiores. Por outro lado, aquele que não se conhece, não sabe de sua origem, a sua realidade interna isto é, não realiza a viagem para dentro de si, autoconhecendo-se, não chega a conclusão de que é filho de Deus, possuidor de potencial. Um bom número de pessoas, a grande maioria, toma suas decisões optando por ações e situações superficiais, não agindo como um ser divino, imortal.

Cristiane salientou ser necessário que os indivíduos façam a viagem interior, redescobrindo suas potencialidades, desenvolvendo o autocontrole, abandonando a visão imediatista, pequena, temporária. É hora, salientou, de fazer diferente, assumindo a responsabilidade, tornando-se verdadeiro, mudando a intimidade para fazer um mundo diferente, o mundo almejado e necessário, tornando-se belo interiormente, refletindo-se exteriormente. Todos desejam um ano novo diferente, porém, poucos sabem construí-lo a partir das estruturas internas. 

Objetivo da viagem interior 

Divaldo Franco argumentou que a viagem interior se destina a valorizar o deus interno, sufocando as más inclinações que afligem e atormentam. Nesse Natal, frisou, que a opção seja pela compaixão, apesar das indiferenças. Muitos querem viver bem, quando deveriam bem viver. Sempre que a opção for pelo viver bem, o homem arma-se contra o outro, ao passo que o bem viver faz com que os indivíduos se amem, construindo a paz íntima, tornando-se fiel, desenvolvendo a retidão de caráter e de costumes, construindo valores éticos.

O ser humano ainda vive no ressentimento, embora se considere bom. Sem o exercício da tolerância, ressente-se, e por conseguinte não perdoa. Para ilustrar, Divaldo narrou experiência vivida por Chico Xavier, que ao atender uma mulher cujo marido era alcoólatra, e por ter vivido com ele 25 anos, imaginava já ter alcançado o número suficiente para perdoar, segundo a resposta de Jesus a Pedro: Perdoar sete vezes sete vezes. Ela desejava se separar do marido. Queria ter a certeza de que, convivendo com ele durante 25 anos, já estaria liberta a tal ponto que em outras reencarnações não o encontraria mais. Aturando o marido por tanto tempo, imaginava que estivesse perdoada e liberada.

Chico Xavier meditou e disse-lhe que o que Jesus dizia sobre o perdão e a multiplicação das vezes que deveria perdoar se referia a cada ofensa, a cada erro, isto é, indefinidamente. Como Chico não respondeu conforme desejava, saiu contrariada. Passados alguns meses ela retornou, agora coberta de luto, o marido havia desencarnado. Aproximando-se do venerável médium, de imediato perguntou sobre o estado em que se encontrava o marido que havia desencarnado meses antes. Antes de dar uma resposta, Chico perguntou quantos anos ele tinha sido alcoólatra. - Vinte e cinco anos, respondeu a viúva. - Bêbado, respondeu o médium do século.

Analisando o perdão sob o aspecto psicológico e religioso, Divaldo esclareceu que o desejo de não devolver a ofensa é psicológico, por que compreende que o ofensor é um doente da alma, compreende a sua natureza. As pessoas difíceis são educadoras e tudo o que acontece possui um significado útil, contribuindo para a melhoria íntima. No aspecto religioso, o perdão é esquecer a ofensa. É não conservar mágoas. Perdoar, continuou o Semeador de Estrelas, é encontrar algo que diminua a importância da ofensa, como sugere Allan Kardec quando afirma que não se pode amar da mesma forma uma pessoa que faz o bem e aquela que faz o mal, há diferenças.

É importante desenvolver a convicção de não aceitar a ofensa que o outro faça. Deus sempre faz o que é melhor para cada indivíduo. É de suma importância saber que tudo o que se faz a outrem retorna. Todo o perdão concedido, toda a misericórdia, toda a compaixão, todo o afeto distribuído, plenifica o ser, felicitando-o. Ao contrário, quando carrega mágoas, conflitos, miasmas, os indivíduos se infelicitam, adoecem. Finalizando, solicitou que o Divino Amigo, Jesus, preencha as nossas vidas. Mário Sérgio proferindo a prece final, sensibilizou os corações desejosos de paz. 

A história de Flopete 

No dia 17 de dezembro, coordenando as atividades da noite, Divaldo Franco apresentou um pequeno apanhado da evolução do pensamento científico, desde o século XVII quando a ciência se libertou do tacão da religião, enumerando pensadores, pesquisadores e empreendedores que não se deixaram abater pelas opiniões contrárias.

Conforme Francis Bacon (1561 - 1626), político, filósofo e ensaísta inglês, considerado como o fundador da ciência moderna, escreveu no século XVII: uma filosofia superficial inclina a mente do homem para o ateísmo, mas uma filosofia profunda conduz as mentes humanas para a religião. No século XVIII, a ciência encontrou o apoio da filosofia.

Em estilo vibrante e comovente, Divaldo Franco contou a história real da jovem sueca Flopete, retratada na obra O Livro de San Michele, de Axel Munthe(1857-1949), médico, psiquiatra e escritor sueco. Munthe também foi conhecido por sua natureza filantrópica e por advogar os direitos dos animais. Estudou Medicina na Universidade de Uppsala, Montpellier e Paris, doutorando-se no ano de 1880. Interessou-se pelo trabalho pioneiro sobre neurologia do professor Jean-Martin Charcot (1825 – 1893), assistindo às suas aulas no Hospital Salpêtrière.

Divaldo apresentou, com a história de Flopete, aspectos de rara beleza sobre a caridade, a tolerância, a generosidade, a indiferença, o desamor, os preconceitos, as atitudes displicentes e cruéis adotadas entre aqueles que se denominavam cristãos, destacando os valores da educação moral e religiosa de jovens e crianças, sempre alicerçados nos bons exemplos.

Flopete, ao ver a filha de sete anos desencarnando, exclamou: Eu não posso beijá-la, ela é um lírio e eu sou toda podridão! Flopete havia fugido de Estocolmo, tornando-se vendedora de ilusões em Paris. Isso foi motivo para que seu irmão a odiasse, e a todas as mulheres. Ao ver a irmã morrer, beijou sua mão e pediu-lhe perdão. A história da jovem Flopete é a história de milhares de outras jovens ao redor do planeta, retratando a degradação humana.

A ternura, o amor, o acolhimento aos filhos abandonados e de outros pais relapsos, devem ser oferecidos como se aos filhos natos fossem, tomando cuidados para que possam se tornarem homens de bem, úteis à sociedade. Os pais, adotivos ou não, devem auxiliar seus filhos a domarem as suas más inclinações, estimulando-lhes as virtudes. Amar a vida, esforçar-se para dar a vida caráter de dignidade, amar o próximo, estabelecer a solidariedade, a compaixão, a ternura, o amor, e a fraternidade são condições para fruir a felicidade. Por muito termos recebido, saibamos devolver em amor, auxiliando o estabelecimento do Reino de Deus na Terra, assim finalizou o discípulo do Cristo, que tomando a charrua em suas mãos, jamais olhou para trás, fazendo de sua vida de abnegação um exemplo, deixando pegadas luminosas, sinalizando o caminho da redenção. 

Caravana Auta de Souza 

A Caravana Auta de Souza, fundada em setembro de 1948, foi o primeiro departamento do Centro Espírita Caminho da Redenção. É um trabalho voluntário voltado para o atendimento de idosos e pessoas inválidas portadoras de doenças irrecuperáveis e degenerativas. A misericórdia é rotina para os colaboradores. Não só para os inscritos se destinam os esforços e o atendimento. O socorro alcança muitas pessoas carentes que não são inscritas no atendimento, mas que se encontram em situação de emergência. A Assistente Social Romilda, incansável dirigente, informa que esse ano estão encerrando o ano com 330 inscritos. Eles estão distribuídos por sete grupos. Dois são formados por doentes graves, geralmente aidéticos, cancerosos e tuberculosos. Um grupo é formado por gestantes. Os idosos, com mais de 65 anos de idade, ou incapacitados, formam quatro grupos.

Os dois grupos de doentes graves estiveram reunidos na manhã do dia 15 de dezembro. Os idosos e as gestantes foram recebidos para comemorar o Natal e receber seus farnéis na manhã do dia 17 de dezembro.

Foram, como de costume, recebidos com alegria e muito carinho. Acolhidos com uma prece, receberam lanches, presentes para si, para os filhos menores ou netos e uma barra de chocolate. O momento artístico esteve a cargo de Maurício Fonseca, e pelo trio de jovens da Juventude Espírita Nina Arueira – JENA -, formado por Danilo, Carol e Gustavo. A animação musical foi asserenando aquelas almas sofridas em busca de dignidade e socorro para suas vidas.

Todos asserenados em seus lugares, mantinham-se expectantes, esperançosos, embora sofridos. Os idosos, do alto de suas experiências, confabulavam calmamente, na velocidade que seus corpos macerados pelas dores do mundo permitiam. As gestantes, algumas com seus rebentos recém-nascidos nos braços, guardavam no brilho de seus olhos a chama da esperança e da gratidão à vida. Os doentes guardavam em seus semblantes a confiança dos recomeços a cada dia. Todos buscavam dignidade, ansiavam por um momento para agradecer o amor recebido que lhes chega em forma de auxílio para suas necessidades básicas, material ou espiritual.

Tia Raimunda, uma dileta e abnegada trabalhadora da Caravana Auta de Souza, desencarnada recentemente, foi homenageada e lembrada pelas suas ações na Caravana, registradas em fotografias. Amorosa e dedicada trabalhadora, incansável e disciplinada, deixou um legado muito importante, exemplar.

Lembrando o período natalino, direcionando os pensamentos para Jesus e afastando-os do mero consumismo, foi realizado um trabalho de apresentação dos acontecimentos e feitos do Mestre amoroso, destacando fatos da vida de Jesus, do nascimento ao batismo, descrevendo a narrativa de João 3:16 e 17.

Rubens Rocha, colaborador da Caravana Auta de Souza, se dirigiu ao público disciplinado e atento, apresentando bela história retratando a caridade. Em suma, sempre que a caridade for feita a qualquer necessitado, será a Jesus que a caridade estará sendo prestada. Seja através de uma sopa, de uma moeda, de um agasalho, de um copo d’água, ou principalmente acolhendo o aflito envolto em dores físicas ou morais. O Natal pode e deve ser o período em que cada um, cada família, se prepara para receber Jesus, sempre presente junto à humanidade, mas pouco percebido.

Que permaneça com cada indivíduo a esperança, a certeza de dias melhores, orando em nome de Deus. Receber a visita de Jesus é devotar compaixão, carinho, ou no ato de doar um simples copo com água. Quando se faz por alguém um benefício, é a Jesus que se faz. Rubens Rocha estimulou a que cada um abra o seu coração para Jesus, recebendo-O em visita, desenvolvendo o amor ao próximo, adotando como conduta diária os Seus ensinamentos de amor imenso. O Natal deve ser o da lembrança do sublime amigo que permanece em nós, estimulando a vida.

Edilton Silva destacou que o homem vive para fazer a vontade de Deus. Nesse período, em que os cristãos comemoram o nascimento de Jesus, Ele está mais presente e mais vivo nos corações dos homens que devem viver para fazerem a vontade de Deus.

Sensibilizando e acolhendo aquelas criaturas sedentas de amor e paz, Edilton destacou que esse é um período em que Jesus, com mais ênfase, bate às portas dos corações e dos lares. Em cada lar, comparou o orador, o pai está no papel de José, cada mãe representa a Mãe Santíssima, e seus filhos a esperança da renovação e do crescimento, físico e espiritual. Cada indivíduo deve procurar agir de tal forma que não se pense apenas em receber coisas, presentes, mas, principalmente, possa almejar receber o alimento do Espírito. Madre Teresa de Calcutá dizia que tudo deve começar por uma prece, e ao encerrar o dia, ao dormir, também fazer uma prece, principalmente de gratidão pelas oportunidades do dia.

No Natal de Jesus devemos nos banhar de luz, de alegria pelo bálsamo da vida, do pão do corpo e do espírito. Presenteemos Jesus com as nossas boas ações, fazendo o bem e que cada pensamento seja uma oração. Ao celebrar o Natal de Jesus saibamos repetir o louvor: Glória a Deus nas alturas e paz aos homens de boa vontade.

Após a atividade doutrinária, na saída, cada assistido, muitos com seus acompanhantes, pelas debilidades naturais, foram recebendo os farnéis quinzenais, compostos com 27 itens, do feijão ao sabonete, retornando aos seus lares levando nos corações o calor do amor que aquece, alimenta, acolhe e sustenta. 

Encontro dos Funcionários com Divaldo Franco 

No dia 16 de dezembro, desde cedo os funcionários do Centro Espírita Caminho da Redenção começaram a chegar no auditório, formando grupos alegres, confraternizando-se, estreitando relacionamentos. Recebidos com carinho e reverência ao som de um violino, cada presente ganho um livro como brinde.

Com a coordenação de Tito Bosco, o evento teve início quando os funcionários que completaram 10, 15 e 20 anos de trabalho continuado na instituição, em 2016, foram agraciados com diplomas em reconhecimento aos serviços prestados. Na sequência da programação, Divaldo Franco foi homenageado pelos funcionários ao apresentarem uma série de fotos selecionadas retratando o grandioso trabalho desse incansável e dedicado servidor do Cristo. Nessa homenagem também foi destacado o saudoso Nilson de Souza Pereira – Tio Nilson, de terna lembrança. Materializando a gratidão dos funcionários ao Semeador de Estrelas e benfeitor de inúmeras almas acolhidas na Mansão do Caminho, foi-lhe entregue uma placa com a inscrição: Os valores morais, as conquistas espirituais respondem pela gratidão que resulta de todas as oportunidades de crescimento e de valorização da existência, enriquecendo o ser humano de generosidade, a filha dileta da sabedoria de viver. Joanna de Ângelis/Divaldo Franco. Ao tio Divaldo, nossa gratidão eterna dos funcionários do Centro Espírita Caminho da Redenção. 16 de dezembro de 2016.

Profundamente sintonizado e agindo com as características de um homem de bem, Divaldo Franco externou sua gratidão ao quadro funcional do Centro Espírita Caminho da Redenção, apresentando uma história de origem indiana e que retrata os caracteres de retidão, solidariedade, hombridade, fidelidade, ponderação, moral elevada e extremo senso do dever e de responsabilidade. Desta elucidativa história, pode-se extrair como referencial para todos os dias da vida e para qualquer circunstância, três conselhos: 1º - Nunca abandonar a estrada principal, tomando caminhos secundários, pelos desvios; 2º - Nunca se envolva com o problema do outro, siga o seu destino; 3º - Nuca aja, ou tome decisão enquanto estiver sob forte emoção, com raiva ou ira.

Agindo com retidão moral, consciência tranquila e caráter reto, responsabilizando-se pelas ações, jamais terá motivos para arrependimentos. Na vida, cada indivíduo deve ser o agente ativo da sua própria felicidade, das mudanças de metas para melhor. A rebeldia, o desencanto, a indiferença, a amargura só infelicidade e transtornos produzem. Assim, vivendo em coletividade, o ser humano em equilíbrio emocional é um doador, um auxiliar prestimoso que sabe tratar com urbanidade, com gentileza e educação os seus semelhantes. Evitar as conversas inúteis, as intrigas é dever de todos os que se renovam através dos ensinamentos do Mestre Nazareno.

Dirigindo-se diretamente aos funcionários, Divaldo salientou que a empresa é de Jesus e que cada um, na sua função, está construindo, junto com a diretoria um mundo novo, com pessoas dedicadas, visando tornar as criaturas em homens de bem, finalizando sua intervenção.

Tito Bosco, relembrando a acolhida que recebeu de Tio Nilson, destacou que a confiança que alguém deposita em outrem, deve ser mútua. Em gratidão aos funcionários, presenteando-os com arte, foi apresentado o Coral do LACEN-BA – Laboratório Central de Saúde Pública, sob a regência da Maestrina Kátia Cucchi. Sua performance arrancou aplausos e fez com que o público acompanhasse cantando junto. Outro destacado mimo foi a apresentação de balé com a Professora da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, Nelma Seixas e do Bailarino do Teatro Castro Alves, Luís Molina.

Demétrio Ataíde Lisboa, Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, solicitou que cada um aprofundasse as suas reflexões sobre os conteúdos da história narrada por Divaldo Franco, tendo-a com parâmetro para a postura de cada um perante a instituição que os acolhe para o labor libertador. Acrescentou que tudo o que for bom para a instituição será bom para os funcionários, destacando que os valores amoedados devem possuir lastros morais. O evento foi encerrado com grande salva de palmas, abraços, felicitações e desejos de um Natal abençoado com Cristo. 

Estudos da Série Psicológica de Joanna de Ângelis 

No período da tarde do dia 17 de dezembro, a partir das 16h, foi realizado mais um encontro de estudo das obras da Série Psicológica de Joanna de Ângelis. O encontro é carinhosamente denominado de aulão. Esse trabalho é coordenado por Íris e Cláudio Sinoti. O tema foi: O Ser Real - Problemas da Evolução. O estudo foi todo baseado no capítulo I, da obra Autodescobrimento: Uma busca Interior, da mentora espiritual e psicografada por Divaldo Franco. Neste evento estiveram presentes caravanas de diversos Estados, do Paraguai e da Suíça.

Cláudio Sinoti conduziu os presentes para uma reflexão sobre os momentos atuais, onde os tempos são desafiadores, as crises se encontram instaladas em muitos pontos. Não obstante, a mídia de forma geral faz uma maciça divulgação de fatos lamentáveis, fazendo crer que estamos à beira do caos, porém, a humanidade possui motivos suficientes para saber que dias melhores estão por vir. Em sendo o ser humano um dínamo gerador de energias, cabe ao indivíduo dotado de certa lucidez aprender a cuidar do corpo físico, a controlar as emoções e como lidar com elas, tais o medo, a raiva, etc.

Na medida em que o ser humano se conscientiza sobre a sua realidade, inicia-se um processo de despertamento de valores, antes ocultos. O objetivo é alcançar a harmonia entre o ser espiritual e o físico, deixando de dar importância maior ao que desagrada, para valorizar as ocorrências boas e salutares. Os caminhos para a cura real transitam pela mudança de hábitos mentais, pela aquisição de valores morais elevados, pensamentos edificantes, pelo estabelecimento do controle emocional, renascendo constantemente, renovando a consciência, autodescobrindo-se, tornando-se um ser integral.

Íris Sinoti tratou sobre os problemas da evolução, isto é, deslocando-se de uma posição inferior, para uma superior. Nesse processo, os indivíduos devem investir no seu autoconhecimento, identificando o que é mau e o que é bom e, que jazem na intimidade de cada criatura. Cada um possui um patrimônio próprio, construído pelos seus atos, montando a sua história conforme deseja. Métodos corretivos e educacionais são os estímulos que as Leis da Vida recorrem para o aprimoramento dos seres humanos. No processo de crescimento, o sofrimento se constitui em fator de aprimoramento, de instrumento de evolução, considerado o estágio atual da humanidade terrestre.

As boas intenções não são suficientes, é necessário partir para a ação. Todos estão capacitados para resolver situações afligentes. Apesar dos flagelos que dilaceram os indivíduos que se equivocam em relação às Leis Divinas, e mantendo bom ânimo, luta constante contra as imperfeições e autodescobrindo-se, tornam-se vencedores, integrais. Cada indivíduo deve aproveitar todos os benefícios que as situações adversas apresentam, fortalecendo-se espiritual e moralmente.

Os problemas da evolução são constituídos pela não-aceitação dos problemas que experimenta, pelo egoísmo, pela autocomiseração, pelo amor-próprio exacerbado. A vitimização, a falta de coragem para os enfrentamentos necessários, as transferências psicológicas continuadas, adiando soluções, deixando que os desequilíbrios internos se avolumem, são outros tantos impedimentos para que a evolução seja alcançada com mais facilidade, construindo o homem de bem, o homem integral. 

Mansão do Caminho 

Com profundo sentimento de gratidão, reconhecendo a importância que cada um representa para o bom desempenho das atividades da Mansão do Caminho, obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção, Divaldo Franco reuniu um pequeno grupo de amigos benfeitores da instituição para um lanche e a realização do culto do Evangelho de Jesus no Lar, no final da tarde de 18 de dezembro. Anfitrião de escol, a todos dirigiu a sua atenção reverente. As conversas entre os participantes se revestiram de caráter afável e descontraído. Em palavras, que não traduzem com fidelidade o sentimento de gratidão, Divaldo agradeceu a participação e o amor que nutrem pela Mansão do Caminho. Para descontrair, ainda mais, narrou uma história jocosa envolvendo uma pessoa materialista e outras espiritualistas.

Após o lanche saboroso, servido com esmero, todos se reuniram para Evangelho no Lar. O encontro, iniciado com prece proferida nos idiomas Guarani, Alemão, Italiano, Português e Espanhol. Lida uma página da obra Trigo de Deus, de Amélia Rodrigues, psicografada por Divaldo Franco, foram realizados comentários sobre o texto por alguns participantes. Divaldo, fazendo o encerramento, destacou os apelos que a matéria possui sobre o espírito, e que cada um faz a sua opção, conforme esteja sintonizado com uma ou outra concepção.

Antes das despedidas muitas fotos foram realizadas, evidenciando o clima descontraído, afável e amoroso. Todos sentindo as vibrações do envolvimento espiritual, estampavam em suas faces a alegria de viver em favor do próximo. Estavam presentes, também, o Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, Demétrio Lisboa, sua esposa Telma, bem como outros colaboradores cotidianos. 
 


Nota do autor:
 

As fotos desta reportagem são de autoria de Jorge Moehlecke.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita