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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 497 - 1° de Janeiro de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 7) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. São raros os casos de transmissão de mensagem feita ao médium por pessoas em estado de vigília, isto é, perfeitamente acordadas?  

Sim. Segundo Bozzano, os casos pertencentes a este subgrupo são bem raros. No seu arquivo de manifestações metapsíquicas, diz ele que havia 154 casos pertencentes ao grupo das comunicações mediúnicas entre vivos e neles só figuravam cinco exemplos dessa natureza; contudo, submetendo-os a uma análise posterior, pareceu-lhe que três deles não poderiam, a rigor, ser incluídos nesse subgrupo, levando-se em consideração que, na ocasião em que se verificou a transmissão telepático-mediúnica, dois dos agentes estavam enfermos, acamados, circunstância esta que torna impossível afirmar se, no momento da manifestação a distância, não tivessem adormecido por um instante. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B)

B. Uma pessoa tomada de grave crise de neurastenia consegue manter-se integralmente em estado de vigília?  

Bozzano entende que não. Uma pessoa nas condições mencionadas dificilmente se mantém em estado de perfeita vigília, sem intervalos fugazes de “ausência psíquica” ou de “vigília aparente”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

C. Que fato se dá quando é o médium que pensa fortemente numa pessoa distante com  quem deseja comunicar-se?  

Muito provavelmente, verifica-se aí uma condição de sono, notório ou disfarçado, mesmo que seja muito fugaz, quando o sensitivo-agente, pensando fortemente numa pessoa distante, no momento em estado de vigília, consegue igualmente comunicar-se com ela. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

Texto para leitura 

90. Analisando ainda o Caso 6, Bozzano observa que entre os protagonistas não existiam relações pessoais, indispensáveis para justificar o fato de estabelecer-se a “relação psíquica” entre o agente adormecido e os experimentadores. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

91. Muito curioso e sugestivo é também o incidente em que o Espírito se melindra porque um dos experimentadores não leva muito a sério as suas afirmativas, o que lembra as suscetibilidades em tudo idênticas às das personalidades de mortos, em semelhantes circunstâncias. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

92. Nota-se ainda que neste caso, como em tantos outros, o agente se recorda de ter tido um sonho correspondente à manifestação ocorrida. Tal circunstância é muito instrutiva, porque demonstra, em tais casos, que não se trata precisamente de um sonho, mas sim de uma recordação mais ou menos vaga, mais ou menos fragmentária, de uma ação real produzida durante o sono, pela personalidade integral do agente. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

93. Finalmente não será inútil salientar que a última frase: “Acha-se aqui comigo um espírito silencioso”, tenderia a confirmar o que anteriormente observamos, isto é, que muitas vezes as manifestações dos vivos se realizam por intervenção de entidades desencarnadas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

94. Estas últimas afirmam levar espíritos de vivos às sessões mediúnicas a fim de demonstrar aos homens, pela maneira mais acessível aos seus intelectos, que no fundo de sua subconsciência existe efetivamente um espírito capaz de afastar-se temporariamente do corpo e pensar e conversar independentemente do cérebro, o que representa a demonstração da existência e sobrevivência da alma. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

95. Mensagens transmitidas inconscientemente ao médium por pessoas em estado de vigília – É de presumir a priori que os casos pertencentes a este subgrupo sejam bem raros. No seu arquivo de manifestações metapsíquicas, diz Bozzano que há 154 casos pertencentes ao grupo das comunicações mediúnicas entre vivos e neles só figuram cinco exemplos dessa natureza, mas, submetendo-os a uma análise posterior, pareceu-lhe que três deles não poderiam ser incluídos nesse subgrupo, levando-se em consideração que, na ocasião em que se verificou a transmissão telepático-mediúnica, dois dos agentes estavam enfermos, acamados, circunstância esta que torna impossível afirmar se, no momento da manifestação a distância, não tivessem adormecido por um instante, tanto mais que os próprios agentes, embora afirmem que se achavam acordados, não estavam em estado de poderem afirmar isto com segurança. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B)
 

96. No terceiro caso, trata-se de uma senhora inesperadamente atacada de grave crise de neurastenia, durante a qual o filho, em lugar afastado, sentiu certo impulso para escrever automaticamente: “Estou muito doente, meu filho!” Como se vê, também neste caso não é possível afirmar com segurança que se trata de manifestação de um vivo, transmitida inconscientemente em estado de vigília. Primeiramente, porque é muito provável que, no período da crise, tenha ela pensado no filho ausente, desejando ardentemente tê-lo junto de si; depois, porque é bem difícil decidir se uma pessoa, tomada de grave crise de neurastenia, permaneça em condições normais de vigília, sem intervalos fugazes de “ausência psíquica” ou de “vigília aparente”; portanto, ficam à nossa disposição só dois exemplos: o primeiro manifesta-se pela mediunidade vidente e o segundo pela tiptologia, ambos susceptíveis de serem explicados de modo diferente. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

97. De qualquer forma, esses relatos servem para demonstrar que por via de regra as mensagens mediúnicas entre vivos não se podem verificar quando o agente se acha em estado de vigília e não está pensando no percipiente a distância, salvo sempre em circunstâncias especiais que, em nosso caso, são bastante discutíveis, mas de qualquer modo não infirmam a regra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

98. Muito provavelmente, uma condição de sono, notório ou disfarçado, mesmo que seja muito fugaz, é também necessária nas manifestações opostas, isto é, quando o sensitivo-agente, pensando fortemente numa pessoa distante, no momento, em estado de vigília, consegue igualmente comunicar-se com ela. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

99 No subgrupo C, em que são consideradas tais condições de manifestação, notam-se episódios em que a pessoa, influenciada pelo pensamento do sensitivo, é tomada efetivamente por um instante de sono, mas há, entretanto, outros casos em que tal não se dá, o que, porém, não implica que um breve momento de sonambulismo em vigília não se tenha igualmente produzido. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

100. Caso 7 – Este caso foi transcrito do vol. XVIII, pág. 102, dos Proceedings of the S. P. R. O incidente tem o seu valor especial pela circunstância de se ter verificado com a conhecidíssima médium Sra. Thompson, cuja mediunidade valeu, mais que qualquer outra, para convencer o Prof. Myers da realidade das comunicações com os mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

101. Na longa relação de Piddington a respeito de suas próprias experiências com ela, nota-se o seguinte episódio de comunicação mediúnica entre vivos, em que o agente inconsciente foi o próprio Piddington, que escreve: 

“Em 24 de maio de 1900 houve uma sessão com a Sra. Thompson em minha casa, tomando Fredrich Myers nota das manifestações. Eu não estava presente, pois desde 19 de abril que não assistia às reuniões. Terminada a sessão, subiu a Sra. Thompson ao andar superior para tomar chá conosco. Assim que ela me avistou, contou-me o que segue e que eu reproduzo fielmente, pela relação que ela mesma escreveu, salvo alterações para ocultar o nome de uma pessoa mencionada por essa senhora.

Conta ela o seguinte: – Segunda feira, 7 de maio de 1900, cerca de 19:30 horas, estava sentada sozinha na sala de jantar, pensando na possibilidade de comunicar-me subconscientemente, de longe, mas não tinha em mente pessoa alguma em particular. Posso asseverar que não perdi a consciência um só momento. De súbito, tive a impressão de que alguém se achava ao meu lado. Abri imediatamente os olhos e com surpresa me vi diante do Sr. Piddington. Tratava-se, naturalmente, de visão clarividente. Achava-me muito desejosa de tentar a experiência que tinha em mente e por isso dirigi a palavra ao fantasma, o qual me parecia absolutamente vivo e natural, razão pela qual não me sentia de modo algum impressionada. Pedi-lhe:

– Quer ter a bondade de informar-me de algum pormenor que eu possa verificar para me dar a certeza de que esteja realmente falando comigo?

– Recentemente tive uma discussão violenta com... (citou o nome).

– Por que motivo? (nenhuma resposta).

Ele se desculpou, dizendo que não tivera intenção de ofender-me e eu lhe repliquei que me havia ofendido muito, tivesse ou não intenção de o fazer.

Isto dito, ele desapareceu, e eu me perguntava, pasmada, se no fantasma visto por mim e no incidente pelo mesmo narrado haveria algo de verdadeiro, Na dúvida, não me pareceu necessário escrever ao Sr. Piddington para lhe contar o sucedido, visto que esperava fazê-lo na primeira ocasião, oportunidade que se me ofereceu no dia 24 do mesmo mês, ficando muito surpresa ao saber que realmente se dera o incidente que me fora narrado pelo seu fantasma. Além disso, eu relatei ao Sr. Piddington que adivinhara o motivo da violenta disputa, e a minha informação era bem fundada.

a)    Rosalie Thompson

 

P.S.: Muitas vezes me perguntam de que modo eu falo a “Nelly”, meu espírito-guia. Pois bem, eu lhe falo do mesmo modo como falei com o fantasma do Sr. Piddington. Parece-me vê-lo e ter a percepção do que eles dizem. Vejo seus lábios se agitarem, mas não ouço a articulação das palavras; contudo, se eu não me expressar de viva voz, parece-me que não compreendem. Tenho experimentado dirigir perguntas mentais a “Nelly”, porém ela não as percebe e sou obrigada a repeti-las de viva voz.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B)
 

102. Com referência ao caso, diz o Sr. Piddington: 

“No dia 30 de maio, escrevi ao Sr. Myers, referindo-me ao incidente ocorrido e expressando-me como segue:

– Confirmo plenamente o relato da Sra. Thompson. Antes de informá-lo de que era verdadeiro o incidente, esperei que ela chegasse até o fim da narrativa. Acentuo que, em seu relato, a Sra. Thompson omitiu uma particularidade interessante que eu friso porque sinto a necessidade de afirmar com segurança que ela havia observado ter a brutal discussão ocorrido em correspondência e não de viva voz.

Tal correspondência havia sido trocada entre 28 de abril e 1º de maio. Não me recordo, nem tenho pontos de referência que me ajudem a recordar o que eu estava fazendo às 19:30 horas, mas provavelmente estava me vestindo para o jantar.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B)


103. Dos comentários que Piddington faz seguir ao caso, merecem destaque os seguintes pontos: 

“Deve-se ter notado que a Sra. Thompson adivinhou exatamente o motivo da disputa quando a visão se dissipou. Se ela não houvesse ido além do incidente da discussão e do motivo que a provocou, eu não atribuiria grande importância à comunicação. Acrescento que teria até considerado um feliz acaso e nada mais, quanto à revelação do nome da pessoa com quem tivera a disputa. Sem dúvida eu ficaria surpreso, mas não impressionado. O que produziu o efeito de deixar-me pasmo e muito impressionado foram os outros dois informes fornecidos: o de haver o meu contraditor tentado desculpar-se, afirmando que não tivera a intenção de ofender-me, e a minha resposta a tal pedido de escusas. Tenho a certeza de que a Sra. Thompson não poderia tê-lo adivinhado e ainda muito menos sabido por intermédio de alguém; todavia, o caso se ressente, devido às reticências a que me forçam as circunstâncias. Mesmo, porém, que eu o tivesse podido narrar sem ofender as suscetibilidades de terceiros, não esperaria que o caso produzisse em outros a grande impressão que me causou...” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B)
 

104. No caso exposto, fica-se em dúvida sobre se teria havido efetivamente ação inconsciente telepático-mediúnica por parte do Sr. Piddington, uma vez que, considerando-se o fato de que a Sra. Thompson é uma poderosa médium para toda sorte de manifestações inteligentes, e naquele momento estava pensando na possibilidade de comunicar-se a distância com a subconsciência de pessoas vivas, somos levados a conjeturar, com maior verossimilhança, que esse seu estado de alma preparasse o fenômeno em que ela estava pensando. Neste caso, dever-se-ia dizer que, pelo dinamismo peculiar às faculdades espirituais subconscientes, a médium teria entrado em relação e em conversação com a personalidade integral ou espiritual de Piddington. Acima já nos referimos a tal sorte de manifestações, que serão examinadas, de modo particular, no subgrupo C. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) 

105. Quanto ao incidente da visão clarividente do fantasma de Piddington, localizado na mesma sala em que se achava a médium, isto não constitui obstáculo para tal interpretação dos fatos. Tudo se explica facilmente, considerando-o uma projeção, a pequena distância, da visão que naquele momento ocupava a subconsciência da médium, erro de localização no espaço, muito frequente nos fenômenos de clarividência telepática e de telestesia. Esse erro se explica, considerando que, para as faculdades espirituais subconscientes, não existem as limitações efêmeras de espaço e tempo, tais como nós as conhecemos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo B) (Continua no próximo número.) 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita