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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 496 - 18 de Dezembro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 17)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. Por que a presença do amor é importante nas atividades da Casa Espírita?  

São de Irmão Anacleto, orientador de Manoel Philomeno de Miranda na obra que ora estudamos, as seguintes palavras: “Quando o amor dirige os sentimentos e o pensamento, as ações, inegavelmente, são corretas e dignificadoras”. Essa frase explica tudo. Segundo o mesmo Instrutor espiritual, o Espiritismo “é a chave que decifra os enigmas existenciais”. “Vivê-lo com simplicidade, desvesti-lo das complexidades com que algumas pessoas desejam envolvê-lo, por preferirem sempre as complicações ao equilíbrio, é dever de todos nós, encarnados e desencarnados, que lhe somos afeiçoados.” (Sexo e Obsessão, capítulo 8: Atendimento fraterno.) 

B. Padre Mauro procurou o Bispo para confessar-se? 

Sim. Estando os dois em um ambiente adequado dentro do Palácio Episcopal, o jovem sacerdote aproximou-se, ajoelhou-se aos pés do Bispo e, cobrindo o rosto com as mãos, em tentativa infantil de ocultar a vergonha que o vergastava, desabafou: “Pequei... E pequei gravemente. Para o meu erro não sei se há perdão. O meu é o crime mais vergonhoso que pode acontecer, e quase não tenho forças para confessá-lo”. Ato contínuo, descreveu os atos que tanta vergonha lhe causavam. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) 

C. Qual foi a reação do Bispo ante a confissão de Mauro? 

Ele ficou profundamente chocado e mais de uma vez se agitou, fazendo esforço para controlar-se, ante a desesperação que o assaltou. Ele jamais imaginaria tão grave ocorrência no seio do seu rebanho, e especialmente em alguém que fora preparado para ser pastor. Ao término da confissão, ele disse palavras muito duras ao padre, a quem dirigiu inúmeras perguntas: “Como pôde, por tanto tempo, viver uma existência de abominação de tal monta, sem nada comunicar ao seu confessor? Que tem feito da fé religiosa que abraça e denigre com a sua conduta desvairada? Onde pôs o coração, ferindo vidas em formação e desencadeando a ira celeste? Que espera da Igreja, que vem sofrendo inconcebíveis perseguições, face à fuga dos seus sacerdotes e monjas, que abandonam os compromissos e se entregam às dissoluções dos costumes modernos?” (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) 

Texto para leitura 

79.  Quando o amor dirige o pensamento... – As consultas continuavam o seu curso normal e Philomeno não conseguia esconder seu contentamento. Ele estava em um Ambulatório de emergência espiritual para atendimento aos sofredores e desafortunados da Terra, sem complexidades nem exigências descabidas, no qual o amor, a vera fraternidade, a compaixão e a caridade davam-se as mãos, em tentativas felizes de bem servir. Irmão Anacleto observou: “Quando o amor dirige os sentimentos e o pensamento, as ações, inegavelmente, são corretas e dignificadoras. O Espiritismo é a chave que decifra os enigmas existenciais. Vivê-lo com simplicidade, desvesti-lo das complexidades com que algumas pessoas desejam envolvê-lo, por preferirem sempre as complicações ao equilíbrio, é dever de todos nós, encarnados e desencarnados, que lhe somos afeiçoados”. (Sexo e Obsessão, capítulo 8: Atendimento fraterno.) 

80. Padre Mauro confessa-se ao Bispo – Na tarde seguinte, o Mentor convidou Philomeno a seguir ao Palácio Episcopal, para onde seguira o padre Mauro, havia poucos minutos. Adentraram a Casa palaciana, cujas paredes, revestidas de seda brilhante, estavam adornadas com telas de grande beleza, exibindo o luxo e o poder terreno, o piso recoberto por tapetes espessos e mobiliada a caráter e capricho. Era a primeira vez que Philomeno visitava um solar daquela natureza. Transcorrido o tempo próprio, Sua Eminência apareceu, sorridente e agradavelmente surpreendido com a presença do sacerdote, em quem reconhecia uma pessoa dotada de possibilidades amplas para o serviço religioso, acrescidas de sua aparência física, sua inteligência brilhante e seu magnetismo. Mauro, não podendo ocultar o conflito, solicitou ao dignitário que o recebesse em particular, pois necessitava do conforto de urgente confissão. Tomado de surpresa, o pastor religioso interrogou se o assunto era tão grave, no que foi informado positivamente. Convidando-o à intimidade da capela interna, que era mantida no edifício para celebrações particulares e reflexões pessoais, preparou-se, seguindo a convenção do ritual, persignou-se, e aguardou. O jovem aproximou-se, ajoelhou-se-lhe aos pés, e cobrindo o rosto com as mãos, em tentativa infantil de ocultar a vergonha que o vergastava, desabafou: “Pequei... E pequei gravemente. Para o meu erro não sei se há perdão. O meu é o crime mais vergonhoso que pode acontecer, e quase não tenho forças para confessá-lo”. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) 

81. O Bispo fica chocado ante a confissão de Mauro – Profundamente chocado, o confessor, preservando a serenidade, solicitou-lhe a narrativa, antes que emitisse seu julgamento, para o qual não tinha condições, ouvindo, estupefato, detalhe a detalhe, toda a trajetória de ações ignóbeis realizadas pelo seu sacerdote. Agitou-se, mais de uma vez, fazendo esforço para controlar-se, ante a desesperação que o assaltou. Jamais imaginaria tão grave ocorrência no seio do seu rebanho, e especialmente em alguém que fora preparado para ser pastor. Conteve-se, rogando silenciosamente a proteção de Jesus. O infeliz nada ocultou, descendo a esclarecimentos, alguns escabrosos, até a ocorrência da véspera, quando pensava em cometer mais um terrível pecado, havendo sido surpreendido pela diretora do Educandário, que o mandou sair, e não sabia o que estava acontecendo desde então... A narração foi dolorosa para ambos. A experiência, porém, do senhor Bispo, e a sua sinceridade no cumprimento do dever ante a Religião que professava, puderam proporcionar alguma indicação para a tragédia existencial do atormentado rapaz. Com a voz embargada, o dignitário interrogou: “Mais alguém está informado desses nefandos acontecimentos?” – “Que eu saiba, não, Eminência” - respondeu o jovem em lágrimas. “Apenas dona Eutímia tem conhecimento deles?” - voltou a indagar. “Penso que sim” - disse, sucumbido, o rapaz. “Então aguardemos, porque amanhã deverei atendê-la e ao esposo, que me solicitaram uma audiência. Estamos diante de uma situação lamentável e insuportável. Como pôde, por tanto tempo, viver uma existência de abominação de tal monta, sem nada comunicar ao seu confessor? Que tem feito da fé religiosa que abraça e denigre com a sua conduta desvairada? Onde pôs o coração, ferindo vidas em formação e desencadeando a ira celeste? Que espera da Igreja, que vem sofrendo inconcebíveis perseguições, face à fuga dos seus sacerdotes e monjas, que abandonam os compromissos e se entregam às dissoluções dos costumes modernos? Tenho a impressão de que o demônio está desafiando o trono de São Pedro, corroendo-o internamente. Volte ao lar e submeta-se à penitência que lhe irei estabelecer, enquanto ouvirei a digna senhora e o seu esposo, para tomarmos as providências que o fato horrível exige”. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) 

82. Mauro sai cambaleante da casa episcopal – Após um silêncio constrangedor, o Bispo informou: “Não poderei absolvê-lo do pecado, sem conhecer a outra face da questão, que certamente me será narrada amanhã, exigindo-me meditações e consulta aos códigos do Direito Canônico, para posterior definição de rumos. Por agora, recolha-se à Casa Paroquial, não celebrando qualquer ato litúrgico, cuja suspensão será justificada como decorrência de alguma enfermidade, até segunda ordem, quando o chamarei para apresentar-lhe o resultado das providências tomadas. Que Deus o perdoe e o ampare, porque eu não tenho condições de fazê-lo. Vá em paz e não volte a piorar a própria situação, repetindo a sandice". Padre Mauro levantou-se cambaleante, muito pálido, tomando o rumo do lar. Segundo Philomeno, o Bispo era um homem dedicado e sincero em relação àquilo em que acreditava, exercendo o seu apostolado com elevação e nobreza. Certamente conhecia as misérias humanas, que lhe chegavam aos ouvidos com frequência, em razão das confissões auriculares... O trágico drama do seu sacerdote, porém, feriu-o profundamente. Homem de idade, com quase toda a existência dedicada ao pastoreio, acreditava nos dogmas da sua Fé religiosa e nas diretrizes da sua Igreja. Assim, após a saída do jovem atônito, também ele, encurralado pelos conflitos, aproximou-se do altar-mor e ajoelhou-se, mergulhando nas águas bonançosas da oração ungida de contrição. Ali ficou por mais de uma hora, quando se levantou, a fim de atender aos demais compromissos que lhe diziam respeito. A confissão do desesperado, porém, continuava ressoando na acústica da sua alma sensível. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.)

83. O médium Ricardo atende pessoalmente os consulentes – De volta à Instituição Espírita, a fim de acompanhar o atendimento fraternal sob a responsabilidade do médium Ricardo, Philomeno pôde assistir à palestra que o referido médium fez sobre o tema “Conquista da consciência ante o conhecimento espírita”. As pessoas acompanhavam o raciocínio do expositor, extasiadas umas, comovidas outras... e cochilando algumas, claramente vinculadas a Entidades que as anestesiavam para que, embora presentes, não participassem do aprendizado e não fruíssem as energias salutares que mantinham a psicosfera ambiente. Transcorrida uma hora, mais ou menos, após o encerramento da reunião doutrinária, as pessoas passaram a conversar fraternalmente, preservando o ambiente de simpatia e de bem-estar, enquanto os candidatos ao atendimento com o médium acomodavam-se em lugares adrede reservados, facultando um pouco de refazimento ao amigo expositor. Ato contínuo, começou a atividade espiritual relevante. Alguém se encarregava de convidar a adentrar-se em pequena sala cada um daqueles que haviam sido selecionados. Jovial e de bom humor, o médium recebia-os, amparado pela sua Mentora, e conversava com tranquilidade, transferindo energias saudáveis aos aflitos, que se acalmavam, esperança aos alucinados e cépticos, paz aos desesperados que saíam com outras disposições, bendizendo a Deus a oportunidade da breve convivência. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) 

84. O casal que perdera o filho recebe uma ótima notícia – Entre as pessoas a serem atendidas, encontrava-se o casal cujo filho desencarnara de maneira intempestiva e trágica. O casal, em extrema aflição, adentrou a pequena sala e, após sentar-se, permaneceu em singular silêncio, no qual extravasava sem palavras toda a angústia da saudade, toda a dor da separação. Compreendendo o que se lhe passava no íntimo, após saudá-lo com bondade, o médium esclareceu: “A morte é a grande libertadora que nos merece respeito e carinho. Não poucas vezes revoltamo-nos com a sua ocorrência, quando nos toma o ser querido, aquele que é a luz dos nossos olhos, o hálito da nossa existência, levando metade da nossa vida com aquela que arrebata... Tudo isso tem lugar, porque não conhecemos a Imortalidade. Quando a luz do Mundo Maior clarear nossas mentes e pudermos compreender que morrer é libertar-nos, facultando que volvamos a estar juntos mais tarde, será bem-vinda, não constituindo tragédia nem motivo de aflição”. O casal ouvia-o surpreso, pois nada houvera dito. E olhavam o médium com simpatia e esperança, quando ele prosseguiu: “Marcos, o filho querido, não morreu. Transferiu-se para um mundo melhor, sem dores, sem separação e sem amarguras... Ele aqui está conosco. Posso vê-lo e ouvi-lo...”. (Sexo e Obsessão, capítulo 9: Lutas e provações acerbas.) (Continua no próximo número.)



 


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