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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 496 - 18 de Dezembro de 2016
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 6) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Nas comunicações mediúnicas entre pessoas vivas há necessidade de um requisito essencial. Qual é ele?  

Segundo Bozzano, as manifestações deste tipo se realizam unicamente quando entre os protagonistas existem relações afetivas ou, pelo menos, relações de qualquer grau de parentesco, de amizade ou de simples conhecimento. Na ausência de tais condições, não se poderia estabelecer, entre as duas pessoas, a “relação psíquica”, que é condição indispensável para a realização de toda manifestação telepático-mediúnica. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

B. Como se pode comprovar nas manifestações entre pessoas vivas que os fatos realmente ocorreram? 

O episódio incluído nesta obra sob o título Caso 6, o qual foi extraído do volume XXX, pág. 230, dos Proceedings of the S. P. R., constitui um exemplo de como os investigadores deveriam proceder. Relatado pelo Prof. William Barrett, o episódio foi rigorosamente documentado. Ambos os protagonistas haviam guardado as cartas trocadas por ocasião do caso, cartas essas que foram entregues ao Prof. Barrett juntamente com os envelopes em que foram expedidas. Os protagonistas foram o Sr. Arundell Mackenzie-Ashton e o Cel. E. H. Nicholson. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

C. Nas manifestações mediúnicas entre pessoas vivas, é possível manter diálogos idênticos às conversações que se dão nas sessões espíritas?  

Sim. O caso relatado pelo Prof. Barrett, a que nos referimos na questão anterior, é uma prova disso. Tais diálogos fazem presumir que, em semelhantes circunstâncias, não se trata mais de simples casos de transmissão telepática do pensamento, mas de verdadeira e precisa conversação entre duas personalidades integrais ou espirituais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A)

Texto para leitura

73. No caso descrito no item anterior, observa-se a particularidade de um espírito de vivo que se manifesta, no sono, a uma pessoa que não conhece, particularidade bem rara nas manifestações mediúnicas desse gênero e, especialmente, entre pessoas vivas, pois é notório que as manifestações se realizam unicamente quando entre os protagonistas existem relações afetivas ou, pelo menos, relações de qualquer grau de parentesco, de amizade ou de simples conhecimento. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

74. Na ausência de tais condições, não se poderia estabelecer, entre as duas pessoas, a “relação psíquica”, que é condição indispensável para a realização de toda manifestação telepático-mediúnica. Ora, como se observa no caso em questão, em que o agente não conhecia a pessoa a quem se manifestou mediunicamente, ele é excepcional, conquanto se trate de uma exceção que confirma a regra. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

75. Leve-se em conta que, pelas informações fornecidas sobre os protagonistas, é notório que a “relação psíquica” entre eles pôde se estabelecer em virtude do grande interesse que no indivíduo-agente havia suscitado a leitura de um trabalho literário da médium-percipiente, interesse tão acentuado e sentimental, que inspirou ao agente uma poesia em homenagem à jovem desconhecida, como também o levou a iniciar relações epistolares com ela. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

76. Compreende-se, pois, que tal estado de alma (indicando a existência de uma grande afinidade no temperamento literário dos dois escritores) tenha sido suficiente para provocar, espontaneamente, durante o sono, a “relação psíquica” entre o admirador e a admirada. Em outros termos, se os protagonistas não se conheciam, eram, porém, duas almas que vibravam em uníssono. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

77. Como dissemos, tais episódios são raríssimos nas comunicações mediúnicas entre vivos, conquanto se realizem com maior frequência nas comunicações mediúnicas com os mortos, e isso devido a condições que não se verificam nas comunicações com os vivos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A)

78. Além de tudo, há entidades espirituais conhecidas pelo nome de “espíritos-guias” que levam intencionalmente às sessões espíritas personalidades de mortos desconhecidos de todos os presentes a fim de que eles transmitam aos vivos informações verificáveis de suas existências terrenas e, com isso, fornecem provas incontestáveis de identificação espírita. Em tais circunstâncias, a “afinidade psíquica” entre o espírito desconhecido e o médium realizar-se-ia de forma indireta, isto é, por intermédio do “espírito-guia”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

79. É isso que acontecia nas célebres experiências do Rev. William Stainton Moses, nas quais o “espírito-guia” “Imperator” levava às sessões numerosas entidades desconhecidas do médium e dos presentes, a fim de confirmar indiretamente a gênese transcendental dos ensinos ministrados por meio de uma longa série de provas de identificação espírita. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

80. A outra circunstância que torna possíveis as comunicações mediúnicas com entidades desencarnadas desconhecidas consistiria no fato de que os médiuns, no ato de exercerem as suas faculdades supranormais, serem circundados de uma aura luminosa perceptível a qualquer graduação de espíritos desencarnados, dos quais, mesmo os inferiores, não deixariam de se aproveitar para satisfazer o vivo desejo de se comunicarem com o mundo dos vivos, empresa difícil, porém algumas vezes realizável, porque, no complexo das qualidades, dos defeitos, das tendências particulares ao temperamento do médium, muitas vezes os espíritos encontram o elemento de afinidade psíquica necessário ao estabelecimento de uma relação ainda que imperfeita com o médium. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

81. Observe-se, finalmente, que a relatora explica o incidente referido, tomando-o por um fenômeno de “bilocação”, isto é, que o “duplo” do agente ter-se-ia transportado de Palermo a Florença. Penso que não será necessário recorrer a tal hipótese, em contingências semelhantes, que podem ser esclarecidas com a transmissão telepática do pensamento, ou melhor, pela comunicação a distância entre duas personalidades integrais subconscientes, o que não deveria causar muito espanto quando se reflete que o tempo e o espaço não existem no ambiente espiritual. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

82. Caso 6 – Este caso foi extraído do volume XXX, pág. 230, dos Proceedings of the S. P. R. Relatado pelo Prof. William Barrett, trata-se de um episódio rigorosamente documentado. Ambos os protagonistas haviam guardado as cartas trocadas por ocasião do caso, cartas essas que foram entregues ao Prof. Barrett juntamente com os envelopes em que foram expedidas. Os protagonistas foram o Sr. Arundell Mackenzie-Ashton e o Cel. E. H. Nicholson. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A)

83. Eis como os fatos se deram: 

“O episódio se deu no Walesby Vicarage, em Nottinghamshire, no ano de 1882. Eis a primeira carta que o Cel. Nicholson enviou ao Sr. Mackenzie Ashton:

Newark-on-Trent, 11 de setembro de 1882.

Distinto Senhor

Passei algum tempo no Walesby Vicarage e lá, à noite, nos divertíamos fazendo mover mediunicamente a mesinha. Quando se verificaram os primeiros movimentos, perguntamos:

– Quem é o espírito presente?

– Arundell Mackenzie.

– Onde se encontra?

– Aqui presente, em espírito.

– O que está fazendo ou em que condições se acha presentemente o seu corpo?

Ora, como a esta nossa pergunta foi dada uma resposta fornecendo indicações precisas e minuciosas, nós lhe pedimos a fineza de informar o que estava fazendo na noite anterior (quinta-feira), das 10:30 às 11:30 horas, e em companhia de quem se achava. Rogamos-lhe ainda o obséquio de nos dizer de que modo empregara o dia. Espero que V. Sa. me releve a liberdade que tomo em lhe dirigir um interrogatório tão impertinente, tanto mais que não tenho a honra de conhecê-lo pessoalmente. Permita-me fazê-lo, porque estou ansioso por me assegurar se a “manifestação” que obtivemos foi verdadeira ou falsa.

Com todo o respeito firmo-me

a) E. H. Nicholson

O Sr. Mackenzie-Ashton respondeu gentilmente o questionário que lhe foi remetido, e o Cel. Nicholson replicou com esta missiva, datada de 16 de setembro:

Distinto Senhor:

Ainda um favor. Estimaria que V. Sa. tivesse a bondade de assegurar-me, sob sua palavra de honra, que não soube o que me relata, por alguém que houvesse estado no Walesby Vicarage na quinta-feira à noite.

Tendo o Sr. Mackenzie-Ashton garantido, sob palavra de honra, nada ter ouvido com relação ao caso, recebeu do Cel. Nicholson a seguinte carta em que descreve o ocorrido:

Newark, 19 de setembro de 1822.

Distinto Senhor:

Quando lhe pedi a sua palavra de honra, estava certo de que tal era supérfluo, mas a experiência por nós feita me parece tão extraordinária, que achei necessário pedi-la.

As pessoas sentadas ao redor da mesa, além do signatário desta e sua esposa, eram as seguintes: (dá-lhes os nomes, aqui não reproduzidas). A mesa se pôs em movimento quase imediatamente e lhe pedimos que desse três pancadas se algum espírito estivesse presente. Tendo batido três pancadas, perguntamos-lhe o nome do espírito presente e recebemos o nome Arundell Mackenzie, depois do que os seus movimentos pararam.

Perguntamos-lhe em que ponto da sala se achava e o que estava fazendo. Respondeu: “Estou aqui, em espírito.”

Perguntamos-lhe então onde se achava o seu corpo naquele momento e, por algum tempo, não recebemos resposta, de sorte que ficamos perplexos e não sabíamos como proceder, pressupondo que V. Sa. estaria imerso no sono. Afinal decidimos repetir a pergunta e recebemos logo a resposta: “Joguei bilhar”.

Naquele momento eram 11:15. Perguntamos-lhe então quem havia jogado com ele. Respondeu: “Meu pai”.

“Quem ganhou a partida?” – “O filho”.

“Quantas partidas jogaram?” – “Duas”.

“O que fez durante o dia?” – “Estive caçando”.

Em vista desta resposta deu-se uma exclamação unânime entre nós: “Impossível!” E, de fato, assim nos parecia, devido ao mau tempo que reinara. Então o Sr. H. perguntou zombeteiramente ao suposto espírito: “Caçou faisões ou perdizes?”, mas não obteve resposta.

Pedimos então ao sr. H. que se afastasse um pouco da mesa e perguntamos ao comunicante por que não respondera. Foi logo ditado: “Ele levou a coisa em brincadeira.”

Iniciou-se então uma comunicação com as palavras: “Um espírito silencioso está aqui comigo...” mas nesse ponto a mensagem foi interrompida, não tendo mais seguimento.

Eis a narração exata do que houve. Contavam-se as palavras do alfabeto pelas batidas da mesa. Antes que se chegasse à letra desejada, a mesa entrava em vibração, que crescia de intensidade até que chegasse à letra, que era designada com um movimento rápido e uma pancada forte. A sala estava normalmente iluminada. Confesso-lhe que tal experiência me encheu de pasmo, etc. a) E. H. Nicholson." (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

84. O pasmo do Cel. Nicholson era mais do que justificado, porque os detalhes fornecidos pelo espírito comunicante em tudo estavam de acordo com a verdade, como se vê do seguinte trecho de uma carta do sr. Mackenzie-Ashton: 

“Durante o dia eu estive caçando, e à noite joguei duas partidas de bilhar com meu pai, ambas ganhas por mim. Depois disso estendi-me no divã na sala de jantar e adormeci. Durante o sono, sonhei que me achava em Walesby Vicarage. Noto um detalhe curioso: Eu (ou melhor, o meu espírito) dei o meu nome antigo de Arundell Mackenzie, omitindo o de Ashton, que passei a usar mais tarde, embora já o usasse enquanto se realizou a sessão de que se trata.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A)

85. É importante acrescentar que a distância entre as residências dos protagonistas era de 130 milhas. A propósito, observa o Prof. Barrett: 

“Não pode haver dúvida alguma quanto à autenticidade do caso exposto, que apresenta notável valor psicológico. Baseando-se nele, fica-se sabendo que um impulso telepático por parte de uma pessoa viva transmite-se e é transmitido pelo automatismo motor da mesa mediúnica, como também que se pode, de tal modo, manter diálogos idênticos às conversações com que nos achamos familiarizados nas comunicações espíritas. Como o Cel. Nicholson me informou que obtivera outras comunicações análogas à precedente, isto me faz supor que, em tais circunstâncias, o médium seja ele.” (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

86. Assim se expressa o Prof. Barret e observa-se, com razão, que o significado teórico mais notável do caso referido consiste na demonstração de se poderem desenvolver, mediunicamente, verdadeiros diálogos, a grande distância, entre pessoas vivas. Ora, tais diálogos fazem presumir que, em semelhantes circunstâncias, não se trata mais de simples casos de transmissão telepática do pensamento, mas de verdadeira e precisa conversação entre duas personalidades integrais ou espirituais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

87. É quase supérfluo observar que tais considerações projetam nova luz sobre as comunicações mediúnicas com os mortos, porque os casos de comunicação entre os vivos, provando de maneira decisiva que se podem dar manifestações de tal natureza entre espíritos encarnados, concorrem para remover um dos maiores obstáculos teóricos para se poder admitir a possibilidade de comunicações mediúnicas com os mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

88. Acrescente-se que, demonstradas as provas de identificação pessoal fornecidas mediunicamente por personalidades de vivos, tendo positivamente origem nas personalidades dos próprios vivos, não há mais razão para dúvidas quanto à origem das provas de identidade pessoal dos mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) 

89. Firmadas na análise comparada das duas ordens de manifestações, vemos que entre elas existe absoluta identidade de produção. Deve-se inferir, pois, que se a conclusão em apreço é válida e incontestável para as primeiras, deve sê-lo também para as segundas; isto, bem entendido, toda vez que os pormenores da identificação pessoal fornecidos pela entidade morta se demonstrarem verdadeiros e, em sua maior parte, sejam ignorados de todos os presentes. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo A) (Continua no próximo número.) 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita