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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 496 - 18 de Dezembro de 2016

PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO
paulosnetos@gmail.com

Belo Horizonte, MG (Brasil)

 

 

O filósofo Platão foi uma das reencarnações de Kardec?


“Mesmo que você esteja em uma minoria, a verdade ainda é a verdade.” (Mahatma Gandhi)


Muitos dentre os defensores da tese “Chico é Kardec” supõem que, em meio a seus personagens anteriores, Kardec teria sido Platão.

Sabemos que entre as assinaturas de “Prolegômenos”, em O Livro dos Espíritos, a de Platão está em meio a outros nomes respeitáveis. É importante relembrar que, além dessa, há, na Revista Espírita, registros de mais cinco mensagens assinadas por Platão, em reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – SPEE:

a) na realizada em 18 de novembro de 1859 [1];

b) na de 20 de janeiro de 1860 [2];

c) na de 3 de fevereiro de 1860, assinada em conjunto com Moisés e Julien [3];

e) na de 1º de novembro de 1866 [4].

Ora, como é de conhecimento de todos nós, Kardec era quem presidia as reuniões da SPEE; e se nelas ocorreram manifestações de Platão, estaríamos, em princípio, diante de uma manifestação de Espírito de pessoa viva.

Entretanto, tal ocorrência não deve ser tomada à conta desse fenômeno, pelo simples motivo de que para haver a manifestação de Espírito de pessoa viva ela não pode estar em estado de vigília, mas dormindo ou em êxtase, tomando-se como base o que se encontra na Codificação. Sobre isso temos dois estudos, produto de pesquisas mais aprofundadas, disponíveis em nosso site [5], razão pela qual não estenderemos mais em nossos argumentos; pois estes já estão desenvolvidos neles.

Recentemente, ao lermos uma mensagem intitulada “Kardec e Napoleão”, gratuitamente, distribuída pelo Grupo Espírita Os mensageiros, que, na verdade, é um dos capítulos da obra Cartas e Crônicas, surgiu-nos algo novo que ainda não havíamos despertado.

O Espírito Irmão X, codinome de Humberto de Campos, narra, nesse capítulo, uma reunião acontecida, no mundo espiritual, em 31 de dezembro de 1799, do qual destacaremos o seguinte trecho:

No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguração representativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e à miséria, na laboriosa preparação da nova era da fraternidade e da luz.

No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas, achavam-se Sócrates, Platão, Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S. Luís de França, Vicente de Paulo, Joana D’Arc, Teresa d’Ávila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Milton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri, para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em plano menos brilhante, encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luiz XVI, Maria Antonieta, Robespierre, Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camille Desmoulins e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.

Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custódia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio festivo.

Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.

À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.

[…]

O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:

– Irmão e amigo, ouve a Verdade, que te fala em meu espírito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento…

César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz! Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!…

[…]

Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!

Se honrares as tuas promessas, terminarás a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto…

Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.

Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres, e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!…

Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!…

Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias coortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembleia se dissolvia…

O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito. [6]

 

Se, nessa assembleia, estavam presentes tanto Platão, quanto Kardec, que se incumbiu de conduzir Napoleão ao corpo físico, entendemos que não podem ser o mesmo personagem espiritual; são, portanto, individualidades distintas uma da outra. O que é facilmente corroborado com as manifestações de Platão, constantes em O Livro dos Espíritos e em alguns fascículos da Revista Espírita, que foram mencionadas no início desse artigo.

Só se tornam a mesma personalidade, quando se força a barra, para fazer uma linha de reencarnações de Kardec, finalizando em Chico Xavier.

Caso optássemos por usar a forma utilizada nos títulos de alguns textos, como se vê por aí na Web, esse aqui poderia ter o seguinte título: “Chico desmente que Kardec foi Platão”.

 

Referências bibliográficas:

KARDEC, A. Revista Espírita 1859. Araras, SP: IDE, 1993.

KARDEC, A. Revista Espírita 1860. Araras, SP: IDE, 2000.

KARDEC, A. Revista Espírita 1867. Araras, SP: IDE, 1999.

XAVIER, F. C. Cartas e Crônicas. Rio de Janeiro: FEB, 1988. 


Paulo Neto mantém na internet o website www.paulosnetos.net


 

[1]      KARDEC, Revista Espírita 1859, p. 358.

[2]      KARDEC, Revista Espírita 1860, p. 39.

[3]      KARDEC, Revista Espírita 1860, p. 68.

[4]      KARDEC, Revista Espírita 1867, p. 82.

[6]     XAVIER, Cartas e Crônicas, p. 122-126. O texto integral da mensagem foi publicado nesta revista. Confira: http://www.oconsolador.com.br/ano5/230/correiomediunico.html


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita