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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 496 - 18 de Dezembro de 2016

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 


Sinais de incerteza no horizonte?

 
É evidente que a humanidade está vivendo um momento muito peculiar.  Crenças até pouquíssimo tempo absolutamente inabaláveis como a globalização e até mesmo o bastião da democracia liberal estão sob forte questionamento dados os pífios resultados observáveis. A título de ilustração, a recente eleição presidencial nos EUA, que culminou com a vitória de um empresário sem fortes laços com o mundo político, expressou fundamentalmente a enorme insatisfação de considerável parte da população daquele país – que, com razão, se sente fortemente excluída – em relação à forma como os temas do trabalho e renda estão sendo tratados pelos políticos.

Considerando que o Espiritismo não é uma doutrina que se aparta da realidade, algumas considerações são pertinentes à luz desse fato. O curioso é que a grande nação da América do Norte colhe, de certa forma, o mesmo “veneno” que semeou ao longo de décadas no planeta em termos de crenças e princípios corroborando, uma vez mais, aquela onipresente lei de ação e reação.

Afinal, não foram os EUA que fomentaram a ideia empresarial de se buscar, como ninguém o fez antes, a competição, a maximização do lucro e da produtividade, a exploração dos mercados, a obsolescência planejada, o intenso uso da tecnologia, o baixo custo de mão de obra, impostos menores, os altos retornos sobre os investimentos e o comércio livre?

Com efeito, os países asiáticos, europeus, alguns sul-americanos, entre outras nações emergentes, simplesmente seguiram fielmente essa cartilha. E conseguiram ser tão eficientes nesses critérios que atraíram até mesmo empresas genuinamente americanas para os seus territórios. Ademais, como bem recorda o Espírito Joanna de Ângelis, na obra Luz da Esperança (psicografia de Divaldo Pereira Franco), “O avanço tecnológico não tem encontrado equivalência na conquista moral”.

Hoje tais fatos soam como fantasmas horripilantes para boa parcela do povo americano - na verdade, para os povos de todas as nações indistintamente - que enfrenta crescentes dificuldades para sobreviver. Em consequência disso, prevaleceu nas eleições americanas “a vitória da xenofobia, do nacionalismo extemporâneo, do racismo, da intolerância e da descrença na política”, como asseverou recente editorial da Folha de São Paulo.

Pode-se conjecturar que a grande nação da América do Norte começa a enfrentar os estertores do seu poder e influência mundial, como outrora aconteceu com outras civilizações. Pode-se também imaginar que o quadro atual represente apenas um momento de inflexão histórica para aquele país tão importante. Pode-se igualmente aventar a possibilidade de que aquele povo, com os seus enormes recursos e capacidades, irá desenvolver mecanismos que viabilizem uma face mais humana e solidária ao sistema capitalista. Só o tempo poderá esclarecer os desdobramentos.

Seja como for, é óbvio que o planeta necessita urgentemente de significativas quantidades de amor em todos os seus quadrantes para aplacar as asperezas existenciais humanas. Pois, como bem afirma o Espírito Joanna de Ângelis na obra citada, “Quando o homem ama, fomenta a vida e o progresso”. Assim sendo, o progresso acessível a todos – não apenas a alguns privilegiados – e que lhes faculte viver com dignidade, significado e valor, ainda está para ser implementado nesse mundo.

Definitivamente, o pensamento empresarial mesquinho e acumulativo não atende as necessidades humanas hodiernas mais básicas. Tal como é concebido na atualidade, só aumenta o fosso entre os que possuem e os que não possuem, gerando descontentamento, infelicidade e ódio. Chega a ser abjeto ver empresas altamente lucrativas ceifar impiedosamente postos de trabalho ou terceirizá-los, na melhor das hipóteses, conforme apontam certos estudos.

Mas, se o momento presente lança algumas nuvens de incerteza sobre o planeta por tudo que envolve, também traz a oportunidade de reconfiguração do nosso sistema de valores e concepções econômicas na direção do amor e do respeito. Nesse sentido, espero que os EUA e o seu povo inteligente possam dar a sua contribuição para que esse objetivo possa ser alcançado brevemente.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita