Sinais de
incerteza no
horizonte?
É evidente que a
humanidade está
vivendo um
momento muito
peculiar.
Crenças até
pouquíssimo
tempo
absolutamente
inabaláveis como
a globalização e
até mesmo o
bastião da
democracia
liberal estão
sob forte
questionamento
dados os pífios
resultados
observáveis. A
título de
ilustração, a
recente eleição
presidencial nos
EUA, que
culminou com a
vitória de um
empresário sem
fortes laços com
o mundo
político,
expressou
fundamentalmente
a enorme
insatisfação de
considerável
parte da
população
daquele país –
que, com razão,
se sente
fortemente
excluída – em
relação à forma
como os temas do
trabalho e renda
estão sendo
tratados pelos
políticos.
Considerando que
o Espiritismo
não é uma
doutrina que se
aparta da
realidade,
algumas
considerações
são pertinentes
à luz desse
fato. O curioso
é que a grande
nação da América
do Norte colhe,
de certa forma,
o mesmo “veneno”
que semeou ao
longo de décadas
no planeta em
termos de
crenças e
princípios
corroborando,
uma vez mais,
aquela
onipresente lei
de ação e
reação.
Afinal, não
foram os EUA que
fomentaram a
ideia
empresarial de
se buscar, como
ninguém o fez
antes, a
competição, a
maximização do
lucro e da
produtividade, a
exploração dos
mercados, a
obsolescência
planejada, o
intenso uso da
tecnologia, o
baixo custo de
mão de obra,
impostos
menores, os
altos retornos
sobre os
investimentos e
o comércio
livre?
Com efeito, os
países
asiáticos,
europeus, alguns
sul-americanos,
entre outras
nações
emergentes,
simplesmente
seguiram
fielmente essa
cartilha. E
conseguiram ser
tão eficientes
nesses critérios
que atraíram até
mesmo empresas
genuinamente
americanas para
os seus
territórios.
Ademais, como
bem recorda o
Espírito Joanna
de Ângelis, na
obra Luz da
Esperança
(psicografia de
Divaldo Pereira
Franco), “O
avanço
tecnológico não
tem encontrado
equivalência na
conquista moral”.
Hoje tais fatos
soam como
fantasmas
horripilantes
para boa parcela
do povo
americano - na
verdade, para os
povos de todas
as nações
indistintamente
- que enfrenta
crescentes
dificuldades
para sobreviver.
Em consequência
disso,
prevaleceu nas
eleições
americanas “a
vitória da
xenofobia, do
nacionalismo
extemporâneo, do
racismo, da
intolerância e
da descrença na
política”,
como asseverou
recente
editorial da
Folha de São
Paulo.
Pode-se
conjecturar que
a grande nação
da América do
Norte começa a
enfrentar os
estertores do
seu poder e
influência
mundial, como
outrora
aconteceu com
outras
civilizações.
Pode-se também
imaginar que o
quadro atual
represente
apenas um
momento de
inflexão
histórica para
aquele país tão
importante.
Pode-se
igualmente
aventar a
possibilidade de
que aquele povo,
com os seus
enormes recursos
e capacidades,
irá desenvolver
mecanismos que
viabilizem uma
face mais humana
e solidária ao
sistema
capitalista. Só
o tempo poderá
esclarecer os
desdobramentos.
Seja como for, é
óbvio que o
planeta
necessita
urgentemente de
significativas
quantidades de
amor em todos os
seus quadrantes
para aplacar as
asperezas
existenciais
humanas. Pois,
como bem afirma
o Espírito
Joanna de
Ângelis na obra
citada,
“Quando o homem
ama, fomenta a
vida e o
progresso”.
Assim sendo, o
progresso
acessível a
todos – não
apenas a alguns
privilegiados –
e que lhes
faculte viver
com dignidade,
significado e
valor, ainda
está para ser
implementado
nesse mundo.
Definitivamente,
o pensamento
empresarial
mesquinho e
acumulativo não
atende as
necessidades
humanas
hodiernas mais
básicas. Tal
como é concebido
na atualidade,
só aumenta o
fosso entre os
que possuem e os
que não possuem,
gerando
descontentamento,
infelicidade e
ódio. Chega a
ser abjeto ver
empresas
altamente
lucrativas
ceifar
impiedosamente
postos de
trabalho ou
terceirizá-los,
na melhor das
hipóteses,
conforme apontam
certos estudos.
Mas, se o
momento presente
lança algumas
nuvens de
incerteza sobre
o planeta por
tudo que
envolve, também
traz a
oportunidade de
reconfiguração
do nosso sistema
de valores e
concepções
econômicas na
direção do amor
e do respeito.
Nesse sentido,
espero que os
EUA e o seu povo
inteligente
possam dar a sua
contribuição
para que esse
objetivo possa
ser alcançado
brevemente.