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Um minuto com Chico Xavier

Ano 10 - N° 495 - 11 de Dezembro de 2016

REGINA STELLA SPAGNUOLO
rstella10@yahoo.com.br
Botucatu, SP (Brasil)
 

 

Chico Xavier, sob o amparo de Emmanuel, tinha os poderes cada vez mais afiados. Em 1943, começou a colocar no papel seu best seller, o livro Nosso Lar, assinado por André Luiz. O texto pegou o mineiro de surpresa. Era diferente de tudo o que ele já tinha escrito.

Descrevia o cotidiano numa cidade espiritual próxima à Terra, uma zona de transição fundada por portugueses em algum ponto do espaço. Era para ali, ou para comunidades parecidas com aquela, que muita gente ia após a morte. Nada de céu, de inferno, de purgatório. A população, formada por cerca de 1 milhão de habitantes, vivia às voltas com uma burocracia tão intrincada quanto a terráquea. Os moradores do Nosso Lar se submetiam a regras ditadas por instâncias como a Governadoria Geral, o Ministério da Regeneração, o Ministério do Esclarecimento e o Ministério da Elevação. Mas nem tudo era tédio.

O meio de transporte, por exemplo, era bem divertido: um aeróbus, carro comprido suspenso a cinco metros de altura que parecia ligado a fios invisíveis. Entre os animais à solta na cidade estavam as aves íbis viajoras, capazes de devorar as formas mentais odiosas e perversas e de enfrentar, assim, as trevas do Umbral.

O moço de Pedro Leopoldo, acostumado com carroças, charretes e bois, parecia ter-se transformado, de repente, em autor de ficção científica. A trama renderia um bom videogame. Para vencer, basta seguir as instruções: o segredo de sucesso nesta zona de transição é faturar os "bônus-trabalho". Quem quiser alcançar níveis superiores de evolução ou se candidatar a uma nova encarnação deve superar os obstáculos.

O principal deles é a preguiça. Uma dica é cumprir a cota mínima diária de oito horas de serviço útil. Os mais empenhados podem fazer quatro horas de serão, no máximo. O esforço vale a pena. Quem acumula tempo de trabalho dedicado à assistência aos outros recebe provisões extras de pão e de roupa e ganha certas prerrogativas, como visitas a amigos e parentes também mortos, acesso a locais de lazer e a palestras nas escolas dos ministérios. Mas todo cuidado é pouco.

O Nosso Lar está longe de ser o céu, e o governador geral, longe de ser um anjo. A cidade já enfrentou conflitos nada celestiais. Um dia, habitantes recém-chegados da Terra se rebelaram contra a escassez de comida e começaram a exigir provisões mais fartas de pão e mais criatividade nas receitas. O clima ficou tenso, a população dividiu-se e abriu espaço para o assédio de multidões de regiões inferiores. Legiões vindas do Umbral aproveitaram brechas nos serviços de Regeneração para invadir a cidade. Resultado: o governador mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, destinadas à emissão de dardos magnéticos, isolou os rebeldes recalcitrantes em calabouços da Regeneração, fechou provisoriamente o Ministério da Comunicação e proibiu temporariamente os auxílios às regiões inferiores. Por mais de seis meses, os serviços de alimentação foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração, e a água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos.

O livro foi um marco para o Espiritismo. Ele convenceu muita gente da necessidade de trabalhar, e muito, em favor dos necessitados. Quem se dedicasse à caridade evoluiria mais depressa. Quem ajudasse o outro se ajudaria. A generosidade poderia soar, às vezes, como egoísmo. Mas o discurso deu bons resultados, estimulou o auxílio aos pobres.

Chico Xavier suou para traduzir aquelas lições do outro mundo. Escutava as frases e titubeava com o lápis na mão, perplexo diante do mundo novo. Numa das noites de trabalho, em julho, ele se sentiu fora do corpo e, durante duas horas, ao lado de André Luiz e de Emmanuel, visitou uma faixa suburbana da cidade descrita por ele. Para Chico, a tal viagem, uma das maiores surpresas de sua vida, não ocorreu por merecimento, mas por necessidade: só assim ele conseguiria passar para o papel, sem trair a "realidade", o clima descrito pelo Espírito. 
 

Do livro As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.





 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita