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Internacional
Ano 10 - N° 495 - 11 de Dezembro de 2016
ENIO MEDEIROS
acdtintas@gmail.com
Santa Cruz do Sul, RS (Brasil)
 

  

Divaldo Franco:
“A vida é uma experiência do processo evolutivo”

O conhecido orador retornou a Buenos Aires, Argentina,
onde falou pela primeira vez ao público portenho
no longínquo ano de 1962
 

Após extensa agenda de compromissos pelo estado de São Paulo, no período de 16 a 21 de novembro, Divaldo seguiu sem intervalo para a Argentina, onde desenvolveu atividades doutrinárias nos dias 22, 23 e 24 de novembro, retornando mais um vez à bela Buenos Aires, relembrando as décadas de 50 e 60 do século passado.

No ano de 1958, durante um encontro da Juventude Espírita, no Piauí, o então jovem Juan Antonio Durante (1928-2011) conheceu Divaldo Pereira Franco, quando convidou o jovem palestrante para falar no seu país, a Argentina. Juan Antonio Durante, antes de retornar à Pátria Espiritual, traduziu mais de trinta obras espíritas de diversos espíritos para o espanhol.

Em 1962 Divaldo falou pela primeira vez em Buenos Aires, atendendo ao convite do novo amigo, na sede da CEA - Confederación Espiritista Argentina, falando também, na mesma ocasião, em mais dois centros espíritas: o Centro Espírita Constância, fundado em 1877, e o Centro Espírita La Fraternidad, fundado em 1880. Naquela oportunidade Divaldo Franco psicografou o Poema da Gratidão, ditado pelo amado espírito Amélia Rodrigues.

Os dignos e operosos trabalhadores da SE Joanna de Ângelis - o primeiro centro espírita fundado por Divaldo fora do Brasil, no distante ano de 1965 - já traduziram mais de 50 obras espíritas para o espanhol. Desta feita, repetindo o encontro de corações, Divaldo promoveu momentos de muita beleza entre amigos e irmãos da instituição acima, discorrendo sobre a filosofia, caminho para entender a criatura humana. Segundo pesquisadores da psique humana, o problema da criatura humana é a própria criatura humana.

Em contundente abordagem, destacou que o homem contemporâneo perdeu o endereço de si mesmo, encontra-se cercado de conforto, de tecnologia de ponta, no entanto carente de sentido existencial. Apresentando o pensamento de Viktor Frankl (1905-1997), psiquiatra austríaco, salientou ser necessário ao homem possuir uma meta transcendental para a vida, que prossegue além da matéria. Que fazer então? Ele indagou, e no mesmo passo respondeu, sugerindo que a criatura faça uma viagem para dentro de si mesma.

Narrando vivências próprias, e aditando os ensinamentos da veneranda mentora Joanna de Ângelis, sublinhou a necessidade da valorização da vida, de resgatar os irmãos desafortunados, - os invisíveis -, emocionando os presentes, mostrando quão importante é trabalhar para a modificação íntima, melhorando-se pouco a pouco, transformando-se em cartas vivas do Cristo de Deus. 

Amar é terapêutico – esse é o conceito atual

Na noite de 23 de novembro de 2016, quarta-feira, Divaldo Franco realizou uma conferência na sede da Confederación Espiritista Argen-tina (foto), para o atento público que lotou o auditório.

Discorrendo sobre a evolução do ser humano, que ainda transita dos instintos à razão, o tribuno espírita brasileiro destacou que o homem desenvolveu, nessa trajetória, o

medo, sua primeira emoção. Em seguida experimentou a ira. Somente mais tarde, decorrido largo período, passou a experienciar algo diferenciado, observando os animais que lambiam seus filhotes recém-nascidos, passou a desabrochar, então, o amor, abrindo caminhos à ternura, à gratidão, ao carinho.

Abordando a felicidade, Divaldo questionou: o que é a vida? O que podemos fazer para diminuir os sofrimentos? Para responder apoiou-se no conhecimento desenvolvido por notáveis pensadores, como Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (1821-1881), escritor russo, e sua obra "O Idiota"; Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço, abordando os arquétipos e o pensamento; e também Allan Kardec (1804-1869), que apresentou para a humanidade a Doutrina Espírita, que vem para resgatar a ética dos ensinamentos de Jesus. “A vida é uma experiência do processo evolutivo, que não começa e não acaba na Terra”, afirmou o palestrante.

Manifestando-se sobre o amor, Divaldo Franco explicou que, nos primórdios, amar era uma proposta ideológica, depois foi vinculada às questões da libido, com Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista austríaco; e atualmente, com a Teoria do Todo, tende a explicar o processo da evolução. Concluiu que este processo de amar não é mais religioso, nem psicológico. O conceito atual é o de que Amar é Terapêutico, produzindo e ajudando a manter a saúde, o equilíbrio e a paz.

Buscando desenvolver a emotividade Divaldo narrou a tocante história de Ugolin, jovem francês, tocando os corações com a trajetória do personagem contida na obra publicada em 1939 intitulada “Estes Dias Tumultuosos” do escritor, jornalista holandês-canadense Pierre van Paassen (1895-1968), evidenciando que a humanidade prega o amor, no entanto é cruel com aqueles que se encontram à margem, os "invisíveis", isto é, aqueles que, estando em condições de miséria física ou moral, são desprezados ou ignorados.

Magistral, finalizou abordando a reencarnação e a lei de causa e efeito, auxiliando a compreender por que os indivíduos experimentam o sofrimento e a dor, as aparentes anomalias, para entender que a lei maior é a lei do amor, que impulsiona a criatura à evolução. Concluiu afirmando que nesse momento de crise, onde o ser humano se sente descartável, é necessário retornar ao amor, à solidariedade. 

Teremos sempre muitas janelas abertas 

No dia 24, retornando à sede da Confederación Espiritista Argentina e concluindo sua passagem pela Argentina, Divaldo foi aguardado com ansiedade pelos amigos, ávidos de conhecimento, que lotaram as dependências da entidade, entusiasmados num clima de verdadeira fraternidade que a todos envolvia.

Divaldo iniciou fazendo a narrativa da experiência autobiográfica de Ruth Stout (1884-1980), escritora norte-americana que aos 4 anos presenciou seus irmãos chorando pela morte do cachorrinho querido. Compadecida, ela se lhes associou no pranto, ao que seu avô atento, levando-a pela mão, apresentou-lhe uma janela que permitia visualizar belíssimo roseiral florido que a fez de pronto sorrir, dizendo-lhe: “Ruth, em nossas vidas sempre teremos muitas janelas abertas, tanto para a dor e o sofrimento, quanto para a alegria, o amor, a amizade”.

Assim, sempre que estivermos diante de uma janela da vida, lembremo-nos de que atrás de nós existe mais uma centena de janelas aguardando serem contempladas. Por isso a verdadeira felicidade consiste em saber se deslocar de uma para outra janela, cientes de que pelo esforço próprio sempre poderemos mergulhar em nosso mundo interior e buscar uma janela que nos renove para a beleza da vida.

Divaldo lembrou a todos que o sentido existencial da criatura na Terra é a busca pela plenitude. Citando o médico sueco Axel Martin Fredrik Munthe (1857-1949), e também Jean-Martin Charcot (1825-1893), fisiologista francês, destacou os avanços científicos sobre os aspectos neurológicos dos seres humanos e as experiências com o inconsciente coletivo e individual.

Trabalhando os sentimentos, Divaldo narrou, como só ele consegue, com maestria, a história de Flopete, um ser que experimentou inumeráveis insucessos e sofrimentos, sensibilizando o público, criando um clima de grande emoção. A plateia parecia estar hipnotizada pela beleza do conteúdo habilmente apresentado.

Encaminhando-se para a conclusão, Divaldo narrou de forma alegre e jovial as suas próprias experiências com a mediunidade, desde a sua infância, de maneira muito simples, como simples é a Doutrina Espírita em sua essência e os ensinamentos de Jesus.

Ao final, ele foi efusivamente aplaudido. Era visível a alegria e a gratidão estampadas na face dos presentes que pareciam não desejar dali sair, certamente envolvidos pelas dúlcidas vibrações que pairavam no ambiente.

Foi uma noite de júbilos.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita