WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Um minuto com Chico Xavier

Ano 10 - N° 492 - 20 de Novembro de 2016

REGINA STELLA SPAGNUOLO
rstella10@yahoo.com.br
Botucatu, SP (Brasil)
 

 
Para o pai de Chico, o filho estava mesmo endemoniado. Talvez Deus desse um jeito. João Cândido levou o "aluado" até o padre Sebastião Scarzello.

O menino ajoelhou-se no confessionário e desfiou seu rosário de histórias mirabolantes. Nas missas, pela manhã, figuras reluzentes transformavam as hóstias em focos de luz e defuntos conhecidos de Pedro Leopoldo reapareciam com rosas nas mãos.

Contra delírios tão estapafúrdios, só mesmo uma saraivada de rezas, uma série de novenas pelo descanso dos mortos e muito trabalho. Foi o padre Scarzello quem livrou o menino do risco de ser internado como louco. A salvação não veio com as mil ave-marias ou com as pedras equilibradas na cabeça por Chico durante as procissões.

Veio com o salário. A fábrica de tecidos estava empregando crianças para o turno da noite e o padre aconselhou Chico a se candidatar à vaga. Só assim o pai tiraria aquela ideia da cabeça. Melhor um filho com dinheiro para ajudar em casa do que um maluco hospitalizado.

Assim sendo, com nove anos, Chico começou a trabalhar como tecelão. Entrava às 3h da tarde, saía à 1h da manhã, dormia até as 6h, ia para a escola, saía às 11h, almoçava, dormia uma hora depois do almoço, entrava de novo na fábrica. Nem parecia aquele menino mal-assombrado. Era só fachada.

Depois do trabalho, corria para o quintal. Ia conversar com Cidália, sempre debruçada sobre a roupa suja no tanque. Nesses encontros, ele costumava enxergar, próximas ao varal, figuras cobertas com mantos coloridos. Perguntava à segunda mãe quem era aquela gente e ficava sem resposta.

Um dia, o garoto arriscou uma tese, baseado na profusão de azuis, vermelhos, verdes e amarelos. Acho que eles moram no arco-íris. Cidália desconversava: Sou muito ignorante, mas acredito em você. Só não entendo direito.

O padre Scarzello decidiu ser mais rigoroso e aconselhou o pai a afastar Chico da má influência dos livros, revistas e jornais. João fez uma fogueira com as páginas proibidas. Inconformado com o pai e o padre, Chico recorreu à mãe invisível.

- Eles estão contra mim. Acham que estou perturbado.

Ouviu mais um conselho: Aprenda a calar-se. Quando se lembrar, por exemplo, de alguma lição ou experiência recebida em sonho, fique em silêncio. Mais tarde talvez você possa falar. Chico calou-se. Restringiu seus desabafos à confissão. Azar dele. O padre Scarzello decidiu, a pedido do pai do menino, ter uma conversa mais dura com o garoto.

E renegou os pretensos bate-papos entre Chico e a mãe. Ninguém volta a conversar depois da morte. O demônio procura perturbar-lhe o caminho. - Mas, padre, foi minha mãe quem veio e o padre: Não, foi o demônio.

À noite, depois de muito choro, Chico sonhou que encontrava Maria João de Deus. Foi a segunda despedida deles. A mãe lhe cobrou obediência a João Cândido e ao padre, pediu que não brigasse por sua causa e avisou que sumiria de vista. Chico acordou sacudido por soluços e enxugou os olhos, resignado. Só a veria de novo sete anos depois.
 

Do livro “As Vidas de Chico Xavier “, de Marcel Souto Maior.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita